Technorati - A Teresa Guilherme do Big Blogger.



( pode ficar como entrada apócrifa do novo dicionário não ilustrado...)
Só me saem é frascos. Mas podia ser pior.

Deixem que eu trato disso II




As leguminosas estavam bem arrumadas em apenas dois frascos tubulares e imponentes. Bem rolhados.

Um estava do lado esquerdo do balcão ( próximo do cesto do pão ), o outro mais do lado direito ( junto à fruta).

Aparentemente estes dois frascos esgotavam o espectro gastronómico das leguminosas daquela cozinha.

O feijão-frade estava orgulhoso com o seu fraco levemente azulado. O rótulo tinha tons alaranjados e estava escrito com uma letra cuidada e direitinha.

Mas o grão-de-bico também estava satisfeito. O vidro era ligeiramente rosado e a etiqueta era pujante num encarnado orgulhoso. Tinha letras arrojadas.

Tudo corria bem naquele corrupio da dispensa para a cozinha, do frasco para o tacho, ou da a saladeira para o prato.

O grão-de-bico e o feijão-frade confraternizavam alegremente, desde que fosse claro que as refeições tinham sempre que contar com eles.

Um belo dia apareceu lá por casa um saco com feijão manteiga. Vinha um bocado envergonhado, já tinha ouvido falar nos outros comparsas, mas achava que tinha um sabor a dizer naquela gastronomia caseira. Ou seja, queria um frasco também só para si.

Os enfrascados da casa olharam para ele de soslaio. O que é isto? feijão Manteiga...!?? Já tinham ouvido falar...ah... ninguém precisa disto para comer em condições !

Mas o feijão-frade sentiu que tinha ali uma oportunidade de fortalecer o conteúdo do seu frasco. Ajeitou a peitaça e disse ao intruso : « olha, se quiseres eu arranjo-te aqui um cantinho no meu frasco ( ficas à mesma no saquito de plástico, para evitar confusões) e ficas aqui bem protegido dos fungos e do bolor»

Só que o grão-de-bico não ficou parado e avançou : « manteiguinha querido, eu sempre achei que era bom ir dando opções ao cozinheiro, podes vir aqui para o meu frasco e nem precisas de ficar preso no saco de plástico »



Estava criada a guerra aberta na dispensa.

Corria-se o risco tudo ficar dominado por produtos a granel.

Mas o cozinheiro também preferia trabalhar só com duas leguminosas; dizia que era com os molhos que acabava por “enganar” os comensais, e assim dava menos trabalho a escolher.

A paz estava a voltar à dispensa : os enfrascados e bem rotulados sentiram-se outra vez donos e senhores da salada. Nada afinal lhes podia fazer frente ou baralhar as contas. O feijão manteiga foi devolvido à mercearia.



Só que o inesperado estava para acontecer:

Apareceu um cozinheiro novo. Era alemão e raquítico.

Primeiro veio com falinhas mansas, mas depois do alto do seu pequeno bigodinho na «carlotina» ( ver etimologia em Bomba ) arrasou dizendo : “Alles in den kochtopf” ( tudo para dentro da panela ). Agora sou eu que vou tratar disto.”



Eh pá !...Será que ainda é melhor vivermos a comer leguminosas só de dois frascos, do que nos enfiarem a todos num caldeirão a ferver ?....Ou há gastronomias alternativas...

Deixem que eu trato disso.

Lugares comuns



Como são maltratados os lugares comuns.

Ou são usados com o desleixo da ignorância, ou são aparelhados com prefácios devastadores como “apesar” e “mas”, ou servem de mero trampolim para devaneios assoberbados.

Tenho pena. Um lugar comum é um sítio onde gosto de ir com frequência para me sentir bem, para ver que a inocência existe, e que o bem ganha sempre ao mal.

Um lugar comum não atraiçoa, não nos falha, está ali à nossa espera para o usarmos quando for preciso. É um porto de abrigo, mesmo para um barco que não sacou nenhum peixe do mar.



Um lugar comum é bem diferente de uma ideia feita. Uma ideia feita é um cubículo onde se esconde um ladrão à espera de quem venha. É um vão de escada andrajoso , onde se põem os que espreitam por debaixo das saias, porque não têm cara para lançar um piropo arrojado, com medo de um pueril desprezo. A inocência perde-se na terra das ideias feitas.



Amar é um lugar comum. A amizade está cheia de ideias feitas.

A Paz é uma ideia feita. A Felicidade está cheia de lugares comuns.

O Poder exerce-se com ideias feitas. A vida “sofre-se” nos lugares comuns

Às vezes penso que sou um bocado cão rafeiro. Não sou como os de raça, que são especialmente sensíveis, tudo lhes “implica com os nervos”. Mas não sou dado a rosnar. Estava neste pensamento fútil e irrelevante quando fui atacado pela zoológica do poder. O novo dicionário não ilustrado estava atento e ficou em cima de um galho à espreita.

( entradas 184 a 194 )



Vacas sagradas – São os ruminantes da política moderna. Ficam anos “moendo” povo, e depois fazem o resto da digestão num agradável pasto em pousio, ou atrapalhando o trânsito aos outros



Elefantes brancos – Quando na selva se encontra uma clareira e até dá jeito uma sombra, geralmente não há tempo para plantar uma árvore porque podem aparecer as feras da concorrência. Os grandes paquidermes são então uma boa opção, pelo menos para alçar a perna e aliviar rápido a bexiga do poder.



Peixe graúdo – Figuras que, mareadas pelas ondas do poder, quando são postas à venda na “lota das urnas” julgam que merecem uma padiola de luxo.



Enguias – Quando uns deslizam e escorregam por entre as mãos enrugadas de quem nada sabe, outros – coitados - ficam de “mãos a abanar “ olhando para a pele lustrosa de quem tudo soube



Aves raras – Pássaros de porte intermédio que pairam sobre os acontecimentos, e que de vez em quando dão uma cagadela mágica pensando que estão a semear sabedoria



Arraia miúda – Quando uma varina de pregão avulso é impotente perante os pregadores de verdades escamadas, congeladas e empacotadas



Pescadinha de rabo na boca – Fisionomia peculiar do simbolismo autofágico, mas que na realidade revela um forte apego do poder à circularidade; ou por outra palavras : “ o que acaba, acaba por nunca acabar ”



Rato ( parido pela montanha ) – Quando o poder, prenhe de saber , dá à luz uma ninhada de nada, e no sopé da miséria, corre um rio seco de ilusões. Esta é a poesia rasca que merece o parolo que se deixou deslumbrar por um embrulho.



Coelho ( saído da cartola ) – Quando a varinha mágica é um “pau mandado”, as magias dão-se todas no bolso do ilusionista



Moscas mortas – Insectos dissimulados. São apenas nódoas num sistema em que comer com as mãos é a regra. O que fede, fede mais quando se mexe.



Carneiro( e os seus olhos quando está mal morto ) – Animal com tendência para o “enrebanhamento” ( não é gralha...), e quando para olha para trás de um outeiro desconfia sempre que está lá um pastor da concorrência.

Quase tudo dito



"Um país pode não ser aquilo que parece ser no ecrã, mas será sempre a importância que dá a tudo o que vê na televisão." In Abram os olhos

A subtileza da simplicidade. E no sítio.

Deixem estar que eu trato disto



Maria Elisa foi para Londres no helicóptero dos Bombeiros de Lamego.

A agulheta e a mangueira ficaram em terra porque podem ser precisos para a remodelação.

Portas fica em brasa porque o dito helicóptero era preciso para o congresso. Acaba por fretar um cacilheiro. Aos passageiros que ficaram inesperadamente em terra prometeu-se-lhes que, ou iam nos submarinos, ou aproveitavam o túnel do metro que por esta altura já deve estar na Trafaria. Instala-se a confusão. Aparece o Bloco de esquerda e diz : «agora isto é connosco. Eu sou aquele quem vos apazigua.»



F. Louçã entretanto abespinhado, apregoa que a esquerda já não é um bloco, mas sim um floco. O algodão nunca engana, explica ele. Rosas cala, portanto consente. Se consente é porque a esquerda também tem sentimentos. Mas Mizé Nogueira Pinto diz que os sentimentos são património da direita. Instala-se a confusão ideológica. É chamado à colação um tal de P. Mexia. Este diz que agora já não se pronuncia sobre problemas de geometria política. Fica tudo "à nora". Ouve-se a voz do bom senso em Ribeiro Cristóvão : «Estão cansados, eu fico a tomar conta disto, podem ir para o teatro».



No Teatro todos querem um friso em condições. A prima dona tarda em aparecer. Aparece. É a própria Maria Desliza. Afinal levou a agulheta e começa à mangeirada. Lacão sente-se com autoridade para pedir de volta os dinheiro dos bilhetes porque a artista convidada ( uma tal de “Ética Parlamentar” ) não aparece. Foi substituída à ultima hora por uma drag queen “O Déficit” . Começa a actuar. Dá barraca. Aparece o “ Fundo de Pensões dos Correios” e diz : «vão para casa, eu fico a tomar conta disto».



Foram todos para casa. Ligam a televisão. Aparece a Maria Elisa outra vez. E o Louçã. O Floco de esquerda. E depois o Portas. Uma “amostra” de direita. Afinal a realidade é ambidestra: A plebe tanto é driblada com o pé esquerdo, como com o pé direito. Mas deixem estar que eu trato disto.

God at blogger.com – Live

A saga continua

Parte II – A enfardadeira automática



Cruzes! Jamais a expressão “enfardadeira automática” foi, é, ou será um insulto. E pior seria se eu insultasse alguém que não conheço, e a quem até devo agradecer pelos textos que produz, e pela fermentaria de ideias que suscita



Mas eu por acaso gosto de enfardadeiras.

Ainda noutro dia comprei uma HSM 12 Gigant que me custou uns 2000 contos ( foi em leasing). É da HSM Pressen gmbh, e até tem sido muito jeitosa.



Uma enfardadeira, ou compactadora, é um equipamento empolgante porque transforma um amontoado balofo de coisas num volume condessado e reduzido; coisas essas que dispersas fazem imenso transtorno, ocupam um espaço despropositado, e incapacitam-no para outras utilizações mais interessantes e produtivas. Não poucas vezes ficaríamos com essas coisas na mão sem saber o que fazer com elas. Como com a própria história.

Todo o “material” fica portanto reduzido a um concentrado suavemente cúbico e de fácil manuseamento.



Uma enfardadeira automática tem um mérito muitas vezes menosprezado: organiza o que aparentemente era a pura arbitrariedade. Estimula a racionalidade na utilização dos recursos escassos e favorece o gosto pela simplicidade.

Tratar os factos assim tem o mesmo efeito : reduz espaço, homogeneíza aparentes contrários e os “rabos de fora” nunca ficam completamente soltos : é uma limpeza.



Há uma outra consideração que vale a pena fazer : Deveremos escolher um compactador horizontal ou um vertical ? ( a questão não se põe só nos orgasmos, como se vê )

Os compactadores verticais têm uma vantagem : ocupam menos espaço e destinam-se a pequenas e esporádicas quantidades. É algo que, no fundo, está sempre ali à mão, não é necessário estar a reunir grande montantes de material, pode-se ir compactando à medida das necessidades. Vamo-nos pois descartando de pequenos lotes de história que se nos vêm acorrendo à mente e que, depois de uma ligeira compactação, cumprem a sua função e vai daí podemos seguir o nosso caminho mais descansados e aligeirados.



Quanto aos compactadores horizontais, estes são de maior porte, visam e rentabilizam-se em trabalhos mais sistemáticos e pesados, mas exigem uma logística consistente e profissional. Associo-os mais aquelas situações em que temos grandes quantidades de dados que pretendemos formatar; com um trabalho bem preparado conseguimos num curto espaço de tempo pôr no mesmo fardo: Asterix, S.Paulo, o pipi.... de Orígenes e eventualmente a padeira de Aljubarrota. Nem o recorrente Deleuze vai tão longe nas sua “ligações entre diferentes” como as prensas enfardadeiras automáticas horizontais.



Estes equipamentos, faço agora um pequeno aviso, trazem uma armadilha : o preço dos consumíveis. As fitas de cintar em plástico de alta tenacidade são caras, mas essenciais. A compactação tem de ser sustentada e bem contida. Com os factos históricos também ocorre o mesmo, a sua compactação deve ser envolvida num fio tenso de pressupostos ( designação técnica para preconceito ) sem os quais poderiam ficar factos soltos sem a devido enquadramento. O nó final geralmente obtém-se por “prisão” ou soldadura ( nome técnico para sofisma) ( o Américo vai-me cilindrar...., mas é bem feito !)



Outra das características destas prensas compactadoras e enfardadeiras é que são automáticas. Ou seja, o trabalho é efectuado com uma intervenção humana muito reduzida. Ao automatismos estão programados, as entradas e as saídas não levantam dúvidas. Na compactação dos factos históricos isto também facilita bastante porque não é preciso saber se temos de apertar muito ou não: a força é pré-calculada. O “deslize de um herético pré-niceano” irá apertar bem com uma “exortação apostólica mais arrojada”, sem esmagar nenhuma em demasia e sem ficar nenhuma “bem-aventurança” mais bicuda a atrapalhar pelo meio.



O automatismo destes equipamentos revela também outra faceta importante : o quão inexorável é a máquina. Ou seja, uma prensa enfardadeira nunca fará outra coisa senão compactar. Dificilmente a veremos a encher frascos de shampoo ou a serigrafar embalagens de detergente. Na mesma medida, os dados históricos ao ser compactados também terão pouca probabilidade em se transformarem em ideias luminosas ou ventos inspiradores.



Há no entanto uma outra virtude no processo de enfardar : os diversos materiais compactados mantêm a sua identidade, nunca perdem a sua autonomia ontológica. Um lata de cerveja bem encostada a um caixa de cartão canelado, mesmo que transfiguradas, continuam a prevalecer como algo de muito próprio. É também por isso que, mesmo bem esmigalhados um no outro, S.Paulo continua diferente de Marcião ( que até podia bem ser defesa do Benfica...) e qualquer evangelho ( mesmo feito por encomenda) continua diferente das selecções do Readers Digest



Fica aqui manifestamente demonstrado que o homem quando inventou a enfardadeira automática, nem suspeitava dos insondáveis planos que Deus tinha para ela.



E esta divagação, que para além de também poder concorrer para o post mais longo sobre enfardadeitas automáticas, suscita-me que o processo de “mistura” seguido da “centrifugação” talvez acabem por ser os melhores para juntar os dados da história. A ver vamos. A qualidade do Cruzes assim o exige.



Ah.. é verdade Cruzes canhoto, “intervenção divina” é a expressão inglesa para “etcetera”. Só que isto não vem num dicionário qualquer, nem nos livros de história da igreja. ( os gajos dos telefones são uns espertalhões)

Este sim é o Abrupto que vale mesmo a pena.



Referindo-se a um livro de Soljénitsyne, um autor que acabou por marcar a minha juventude e”envolver-me no eslavismo" ( não “pan” )

“Não foram só os alemães que tiveram um sério "problema judeu", foram também os russos, que matavam os seus judeus de forma mais primitiva e sem a eficácia das tecnologias e da burocracia alemã. Só que uma parte dos judeus russos respondeu tornando-se revolucionária, tendo um papel decisivo no comunismo soviético, dando bons revolucionários, bons intelectuais, bons polícias e bons torcionários, uma combinação mais comum do que se pensa, para depois caírem na máquina trituradora de Estaline.” In Abrupto

E foi bom ler isto, porque hoje também estou um bocado “ O carvalho e o bezerro “
Oh, oh.... brigado Américo



Isto não é uma resposta mas sim “um andar à volta de”

Na ambiguidade descarnada o discurso parece humor. Mas é só húmus. Terra fértil.

Eu sou de facto uma pessoa que pensa relativamente mal para os cânones estipulados. O Américo acertou em cheio (sem ironia); eu tenho um certo impulso em emaranhar argumentos com conclusões, e a deixar constantemente espaços em aberto. Daí estar sempre precisado de valorizar a ambiguidade. É um refúgio, uma fragilidade (?).

No entanto, na sua interessantíssima “Busca do Olimpo Perdido da Retórica” o R&P podia ter parado no apeadeiro dalguns discursos “marginais”, foi este o meu “pungente” apelo de simples leitor dedicado e interessado.

ou será que não existe um discurso no diálogo com Deus???

ou será que o “monólogo” não é um discurso que também obedeça a “regras” ???

Ou será que não há discursos que apenas visam testar ideias, sem uma persuasão directa de terceiros ???



Ah ...é verdade, “chutar para canto” também é uma boa técnica de consenso...quem defende sempre afasta um ataque do adversário, e quem ataca sempre arranja um livre perigoso



E ..."God bless Américo" ( citação de um discurso apócrifo - agora estão na moda - de W. Bush...)



O poder “divinizado” provoca certos arrepios e deve ser bem desmontado. Colocá-lo no divã é uma opção redutora mas interessante. O Novo dicionário não ilustrado tratou hoje, então, do poder “divanizado”. Para espairecer um bocado, e a ouvir a Carla Bruni, desparamentei-me (...) de preconceitos, e ouvi assim o que o "poder" tinha para me dizer :( 172 a 183)



“Voltaria a fazer o mesmo” –Frase reveladora do “princípio da constância” que enuncia que qualquer “aparelho psíquico” tende a manter constante o nível de excitação. No aparelho de estado, e no aparelho dos dentes a excitação está muitas vezes presa por arames



“Não há contradição no que digo” – No exercício do poder o mecanismo de “defesa” livra-nos de uma “condensação” demasiado complexa. Esmiuçando: o poder ao exercer-se recalca vários factos difíceis de ligar, factos esses que já de si apresentavam a concentração de outras representações simbólicas. Ou seja, um tipo está tão “à nora”, que contradizer-se é o melhor que lhe pode acontecer.



“Assumo as posições que tomei”
– Frase reveladora de que é de facto o “princípio do prazer” que rege o funcionamento da psique. No kamasutra do poder, a primeira posição é virado de costas para o real, fingindo que se está a ver tudo.



“Não sou pressionável” – Prenúncio do desencadear de um “processo mórbido”, consequência de não se realizarem as “simbolizações” infantis de que o poder é um balão que nunca rebenta. Esta “psicose” anunciada desembocará na visão do mundo como um jogo de monopólio mas com as regras da sueca. A populaça é verbo de encher.



“Não quero alimentar polémicas” – O poder é que é a verdadeira “reconstrução fictícia da vida libidinal”. Do prazer solitário, dizem alguns, do sexo em grupo, referem outros. A polémica, que é endémica, é sempre preservada na “borrachinha campanular” dos media.



“ É uma questão de perspectiva” – Frase que realça a “sublimação” como elemento essencial do “momento político-jornalístico”; substitui-se o objecto sexual ( os gajos a quem se “fodeu” ) por outro não sexual ( a jornalista que o quer “foder). Nota : pode haver fusão entre objectos



“ Não me recordo dessa frase” – Expressão reveladora da boa organização de um “recalcamento”, negando eficazmente o acesso ao consciente de um confrangedor momento do passado.



“Vamos passar uma esponja sobre esse assunto”
– Utilização do fortíssimo poder tensioactivo do detergente mental, para exercitar a “anulação retroactiva”. É um mecanismo frequentemente utilizado, quando se pensa que o “passado” é para saldar, e que o futuro vai vender muito bem.



“A minha intenção não era essa” – Frase reveladora de uma “melancolia” no exercício do poder, que mais não é do que o reflexo, não da “perda subjectiva do eu”, mas sim duma “perda objectiva do tacho”



“ Temos de nos abrir à sociedade civil” – Recusa do método da “abstinência”, pelo qual não se investe demasiado em objectos exteriores ao tratamento. Geralmente, essa rapaziada da sociedade civil acaba por vir com os sapatos sujos e estraga a alcatifa. E depois, como estão sempre a pisar no mesmo sítio, deixam a marca do pêlo mais ralo, o que é desagradável.



“ A solução está em criarmos uma ampla plataforma “ – Quando em pânico pela possibilidade de sucesso do “método catártico”, se opta por dar as mãos numa corrente de solidariedade que resulta geralmente na esmola da praxe



“ Estamos atentos aos sinais da realidade” – Balofa expressão que mais não faz do que esconder a técnica da “atenção flutuante”, em que o poder não privilegia nenhum aspecto particular da realidade. O poder gosta inclusive de apregoar que deixa a desgraçada plebe em “livre associação”, para depois se suspirar pelo seu paradigma regulador.

E se o consenso for um cristal ?



“....Pensar é então duas coisas essenciais, inseparáveis e irredutíveis: por um lado, uma actividade que pressupõe uma abertura, um acolhimento do estranho, uma projecção para fora; por outro, a exposição à permanente ameaça da cristalização, e a exigência de sempre, a cada passo, lhe resistir.”

In caminhos errantes. Li e gostei.

Cristalizar é também uma fina ambiguidade.

Ano 2070 – A odisseia da chalaça



Na semana passada a Bomba fez 100 anos. Encerrou o seu blog nesse dia, porque finalmente tinha recebido os parabéns do Abrupto. Este, vendo que tinha sucumbido a essa prosaica e pueril atitude, considerou também que já não era digno de ser o blog de referência e encerrou-o sem glória, dedicando-se agora a fazer puzzles com os 33.456.778 fragmentos de pinturas, que andou a impingir ao povo durante estes anos.

Fiquei apenas eu e o Pipi.

Escrevo hoje porque finalmente atingi o “clímax” de ser o blog mais visitado.

Pudera, o Pipi há mais de um mês que só escreve : roto, sarapitola, roto, sarapitola, roto, sarapitola... O seu último leitor – um velhote vendedor de chás afrodisíacos na rua Anchieta - morreu ontem, e eu não perdoei. Mantenho dois leitores fieis, à conta das cervejolas que lhes fui pagando ao longo dos anos. Venci. Hoje vou fazer a minha entrada nº 33.333.456 do dicionário, subordinada ao tema “ os antropoblogues e o sexo pago“

Na vida política hoje também é um dia marcante.

Finalmente as “Produções Fictícias” vão constituir um governo de coligação com a “ Conversa da Treta”.

O “ Contra informação “ ficará na oposição.

As piadas oficiais têm agora dono estável, e já não se vai assistir mais àquelas confrangedoras situações em que o povo não sabe se deve rir ou não.

O déficit tinha ficado controlado no último orçamento com uma ideia do Abrupto, que transformou o seu contador de visitas num serviço de valor acrescentado a reverter para o erário público. Confrontado com o encerramento inesperado deste blog o novo governo já tem preparado o novo pacote fiscal : O livro do “ homem que mordeu o cão” passa a substituir a cartilha de João de Deus como o paradigma da educação e cada lar tem de adquirir um.

Apenas restam dois partidos políticos com o formato arcaico : O “bloco de esquerda” ( tiveram de jurar a pés juntos que o Rosas se mantinha) e o PCP ( por causa das anedotas de alentejanos ) . Os “Ministros-do-ambiente-dos-governos-PSD” estiveram praticamente a garantir um lugar no parlamento, mas Macário Correia à ultima hora recusou-se a lamber um cinzeiro e foi tudo por água a baixo.

A grande esperança da oposição é que um dos elementos da “conversa da treta” venha a ser pronunciado em tribunal por causa duma piada que lhe correu mal relativa às “Lições do Tonecas”.



Mas não se chegou a este estado de coisas por acaso. A política tradicional foi perdendo peso para a piadética oficial, por força da progressiva incapacidade de encaixe da rapaziada dos partidos e do peso crescente do “lobby do chiste”.



O Carrilho coitado foi-se abaixo quando não suportou as sucessivas piadas sobre a sua popa, e viu a Barbara fugir-lhe com um flautista e contador de anedotas ucraniano. O Portas, cansado com as insinuações picantes sobre as suas preferencias de índole sexual, acabou por casar com a Brooke Shields, que estava livre no momento, e afastou-se da vida pública mesmo depois do Abrupto lhe ter dado a mão, e assim ter revelado uma faceta de homem bom, que se lhe desconhecia. Aliás JPP foi apanhado a contar uma anedota a VGM numa rua esconsa de Estrasburgo, e quando caiu em si também renunciou a todos os cargos políticos.

A grande esperança de Portugal no mundo – António Vitorino – acabou outra vez de ser preterido para chefe da Nato. Quem lhe ganhou, foi um vendedor de iogurtes Paquistanês, que media 1,34 e que ainda se deu ao luxo de – no concurso de “bocas soltas” – dizer ao coitado do Vitorino :“ cresce e aparece”. Marques Mendes é agora a nossa grande aposta.

O poder da piadola foi sufocante e nem mesmo os comentadores oficiais se aguentaram à bronca.

Miguel S. Tavares não resistiu à tentação de escrever um livro de anedotas a meias com o A. Sala, e quando a M&M Guedes soube, tirou-lhe o tapete em directo na TVI ( que agora é detida a 100% pelos palhaços do Circo Chen ). O Marcelo é agora o critico de paródia literária do Acontece – que renasceu com a compra da RTP pelo Batatoon, em joint-venture com os do Blog dos Marretas, que fugiram da Covilhã depois de uma piada falhada com um pastor que “brincava” às barbies com as suas ovelhas.

Já na justiça as coisas até melhoraram um bocado. As sentenças são lidas sempre com uma graçola a fechar, e os detidos em preventiva têm como opção ver os programas do Herman ( na generalidade dos casos preferem a pildra). O Carlos Cruz continua a aguardar a acusação, porque os advogados interpuseram o 445.782º recurso alegando que as cadeiras do tribunal não tinham “sumauma” suficiente.

Ah!... já quase me esquecia, finalmente o Jorge Marmelo converte-se, depois de ter ouvido o Papa a mandar uma piadita ao padre Melicias. A sua fé ficou reforçada depois de ver a Maria Elisa a apresentar o programa do governo nos “ Malucos do Riso”.

Isto passam-se muito mais coisas, só que a minha vida não é isto, tenho que ir trabalhar....e o meu filho mais novo quer ver pela 56ª vez o vídeo das canções de Natal do Mickey !
Wild child world

Avança a corrida para forjar um “cavaleiro andante” americano.

Já arranjaram um com nome de fábrica de sapatos.

Mónica está à espreita, e até já comprou um vestido novinho em folha.

Madonna vai dando autógrafos. Diz que o mundo é das crianças.

Narciso Miranda não se pronuncia.

Consenso , dispenso



A “consensualização” julgo que provoca deseconomias em qualquer sistema. Arriscaria até que roça a perversidade na economia do discurso, na economia do pensamento, e na economia da acção. Concedo apenas que seja um mero autoregulador ( como agora está na moda...e parece que todos acabam por gostar...) da energia errática e frágil do compromisso.



Sou levado a demonstrar ( espectáculo !) isso, socorrendo-me ( numa 1ª etapa) duma breve e avulsa lista, mas criteriosa..., de funestas consequências , inevitáveis apoucamentos, ou apenas tristes sinas:

Temos então que o consenso ( num sentido lato do termo ) aparece nomeadamente...quando:



Na "lógica" desportiva
: abdicamos do ataque porque o empate é já um bom resultado para todos

Na "lógica" do casamento : por vezes se tem de abdicar de algo de próprio, em prol da sã convivência e da sustentação de um bem considerado superior.

Na "lógica" da concorrência : se abdica de certos mercados/produtos para os concorrentes, no intuito de poder ser dominante noutros.

Na "lógica" da política : se abdica da decisão “correcta” de longo prazo, para aprovar a medida suportável por todos no curto prazo

Na "lógica" do jornalismo : se abdica de uma “busca da verdade” impossível, por uma boa notícia plausível e comestível

Na "lógica" do pensamento: se abdica de conviver com duas ideias aparentemente contraditórias, por uma síntese suportável

Na "lógica" do humor : se abdica de uma ambiguidade delirante, para nos fixarmos numa caricatura palpável e risível

Na "lógica" da arte – se abdica de uma expressão pessoal e redutora, para escolhermos uma expressão compreensível e abrangente

Na "lógica" dos transportes – se abdica de um caminho mais sinuoso, lento, pitoresco e seguro, para outro por onde se chega mais depressa, mais gente usa e é mais largo.

Na "lógica" da memória – se abdica de lembranças inoportunas e conflituosas com a actualidade, para nos lembrarmos apenas do que “não faz mal ao estômago”

Na "lógica" da salvação – se abdica dum “martírio” escondido e discreto, por uma caixa de esmolas em mogno envernizado.

Na "lógica" do ciúme - quando se abdica de um amor não correspondido, por uma amizade impossível



Agora muito mais difícil que este devaneio é dar uma alternativa ao registo ( ou método, ou via ) consensual...

Mas vou dar:



Parto de um pressuposto : o equilíbrio não é uma variável, nem pré-definida, nem crítica, nem essencial ao sistema. Os graus de liberdade não têm restrições. ( Bem...daqui a bocado pareço aquele blog do “gajo” operador de sistemas...)



Quando o sistema tender para o vazio, opto pela: Manutenção da contradição, se bem que em serviços mínimos

Quando o sistema tender para o domínio de uma das partes, opto pela : Troca de favores com a parte dominante.

Quando o sistema tender para a irresolução ( ou também chamado conflito), opto pela : Procura rápida de aliados, também designados por "argumentos falaciosos", e ver no que dá até à próxima etapa..

Quando o sistema tender para a indiferença ( quando qualquer resultado é irrelevante para as partes e para o sistema), opto pelo: Reforço das diferenças, procurando-as ainda mais afincada, exaustiva e até artificialmente, porque aparentemente as existentes não eram suficientes

Quando o sistema tender para a anulação das partes, opto por : Tentar arranjar uns momentos livres para um último desejo, e uma reconciliação da alma com o grande, e proporcionalmente misericordioso, Juiz.



Conclusão :

Há alternativas ao consenso: válidas, profícuas, estáveis qb, estimulantes e ...espantemo-nos ... reais.

bem...isto já deve dar para uns dias...
Lubrificações da psique



Há pouco o jornalista de turno na SIC perguntava ao político de turno na mesma SIC: “ Porque é que acha que caem as pontes ? “

Ele há gajos com jeito para tudo !...

A psicanálise identifica o conceito de “facilitação” como o mecanismo que diminui a resistência de passagem da excitação de um neurónio a outro.( isto dos neurónios ...)

É pá, pessoal jornalista aí das televisões, acho que já estão a "facilitar" um bocado, hem...

Pela boca morre o peixe



Encontro-me pessoalmente com vários discursos “corrompidos” :

O discurso em procuro convencer-me a mim próprio;

O discurso em que procuro convencer Deus ;

O discurso em que procuro vislumbrar o que sou pelo que digo.

Chamo-lhe discursos “corrompidos” porque funcionam ( julgo) com uma lógica algo ambivalente : ou seja, são reflexivos na medida em que se “conhecem e vivem para si próprios” e são dependentes porque só fazem sentido com interlocutor certo e já bem armadilhado e calafetado .

Deverei usar artes de persuasão ou de ornamentação ?

O estimado Américo que não me deixe apeado....porque eu preciso destes discursos como do pão para a boca.

...
God bless-me a mim sff



Descortino dois "estilos" de ateísmos na sacristia bloguística. O do “nunca é tarde” e o do “cruzes canhoto”. Descrêem de maneiras diferentes. Ou seja, há muitos "deuses" ( dizem alguns ) mas também há vários “não-deuses” ( digo eu).

O nunca têm um ateísmo estético e levemente sobranceiro, que eu até invejo ( fica aqui mais uma vez demostrado o meu especial apreço pela inveja, mesmo por algo que não cobiço...). Vê a ideia de Deus como “mal” pensada ou até “oportunísticamente” pensada, ou mesmo “que se fôda” pensada.

O “cruzes”, não vem agora ao caso se é canhoto ou não, amachuca evangelhos, apóstolos e concílios como uma enfardadeira automática , ou seja, tem um ateísmo que me soa a mecanicista, previsível e...redutor. Este não o invejo tanto, mas gosto de acompanhá-lo, por que geralmente reforça a minha débil fé e abre o meu espírito.

Como já se viu num meu infeliz e estéril post anterior, não sou grande amante da discussão, da livre argumentação , prefiro antes o rescrever constante do pensamento , que não motiva contrários mas antes diferentes ( outra frase banal – mas se fosse de Delleuze já seria profunda...). Ou seja, não me suscita contrariar o ateísmo. Prefiro escrever-lhe por cima: ( com respeito e jamais a encarnado )

A história da espiritualidade cristã, e até do catolicismo, se quiser ser mais “picante”, escreve-se de “intimidade de Deus com o homem”.

Ou seja, Deus está presente “dentro de nós “ duma forma "essencial" e insinuante e dissimulada, enquanto que nos outros paradeiros “mais comerciais” (como a natureza, a teologia, as escrituras, a liturgia, as tácticas proselitistas, etc.) apenas, desiludam-se, de forma acessória.

Ou não acham que um homem e o seu “qualquercoisapos” ou “qualquercoisaathos”( falta-me a erudição... ), seja lá o que isso for, é mais importante que uma paisagem, uma palavra impressa, um paramento bem cosido, ou uma converseta bem alinhada.

Portanto, refutarmos Deus duma forma essencial, é um trabalho penoso, porque é refutá-lo na nossa intimidade, e essa, sabemos todos, nunca estará suficientemente explorada e conhecida. Refutá-lo em redor dos epifenómenos até pode ser “giro”, erudito, “comercial” (repito-me ), mas é apreciarmos o “leito do prazer” (vulgo cama) pelas franjas barrocas da colcha que a cobre.

Um evangelho pode ser uma reacção, a igreja pode ser incestuosa com o império, os milagres podem ser pirotécnicos e encenados, os apóstolos podiam ser fanáticos e coxos ou chatos ( poderosas imagens que o abrupto ainda não se lembrou para a blogosfera....mas agora anda ocupado a contabilizar neurónios...), pode ter sido a Igreja católica quem produziu a bíblia, pode até haver gajos que dizem que só têm um filho porque só copularam uma vez, pode tudo.

Só que a história (e os factos em si mesmo considerados) não é uma bola de cristal.

Cada um de nós é.

O ateísmo é uma inspiração para um crente.

O novo dicionário não ilustrado teve de arejar de ambientes onde nunca se devia ter metido, e decidiu ir beber uma cervejola com o ......Leviathan para tratar de negócios. ( entradas 162 a 171)



Abuso de direito – Sub-reptícia figura do chamado “estado de direito democrático” que noutros regimes se denomina de ignomínia inominável do ditador



Agarrado ao poder – Fenómeno da química política que confere poderes especiais ao estatuto de eleito e que geralmente não se dissolve no mero diluente “ democrático”, nem depois de bem "esfregado o sufragado".



Livre convicção do juiz – Forma erudita da expressão “ entregue aos bichos”. Alguma confiança em Darwin e algum pânico de Rousseau é o que nos resta.



Critérios casuísticos - Quando o “caso a caso” gera mais casos que o acaso.



O cidadão face à máquina burocrática do estado – Movimento circular das pedrinhas de David, que mais não passa de massagens drenantes a Golias, que se mantém deitado na sua marquesa bebendo drink



Medidas discricionárias – Tipo de medidas tomadas quando já nem há paciência para ir a penaltis e tudo se decide por moeda ao ar.



Respeito pela liberdade – Verso livre, geralmente utilizado nas alegorias de ocasião, e que revela o gosto refinado de oferecer sempre carapaus de escabeche mas eventualmente sem escabeche.



Respeito pela igualdade – Verso preso, geralmente utilizado em alegorias programadas, e que revela o gosto generoso de só dar o escabeche porque não há carapaus para todos



Política de favorecimentos – Sistema de racionalidade do exercício do poder; garante que “quem está mais perto” faz o favor de chegar antes de “quem está mais longe



Legitimidade democrática – Tipo de folheto médico com selo branco, mas que infelizmente não indica a posologia correcta para cada desgraçado. As overdoses são frequentes e muitos para se desintoxicarem passam também a distribuir propaganda médica.

Irrelevâncias



A «polémica», o «diálogo», «responder pelas suas ideias», «argumentação», «concordar – discordar», um “triângulo não amoroso” encontrado em flashes no terras, no retórica e no reflexos.

Não tenho madeira de qualidade para dar mais sustento a esta "Table ronde" , mas surge-me dizer que: no contraditório apenas se sobrevive.

Eu de facto não respondo pela minhas ideias.

Não me deixa em suspenso a sua sobrevivência, apenas desfruto delas. Como efemeridades. Puerilidades.

Pensar será um desmamar precoce se apenas for uma resposta e uma pergunta.

........ : quando me contrariassem já estaria do vosso lado...sou levado a dizer.

Mas não me ignorem pela vossa rica saúde....

e agora apetece dizer como Martin Amis:

“antes de enfrentarmos a experiência, esse inimigo miserável, vamos a mais inocência, só mais um pouco. “

e a experiência é a contradição!....

Hedonismos junto ao couro cabeludo



- Então é curtinho mas sem ficar espetado, não é ?

Mas o que é que isso interessa corte mas é devagarinho a fazer aquelas cócegas boas com o som de fundo da televisão e dos outros a falarem. Ah que desgraça aquela casa a arder e o benfica é qu’é sempre a mesma coisa coitados vão ficar tantos anos a chupar no dedo como os outros... ganham aquele dinheiro todo e é só esquemas chiiiih.. que miséria coitadinhos nem têm de comer e não há quem ponha mão nisto e qualquer dia os espanhóis tomam conta dagente... o pensamento já estava suspenso em flores de bem estar ...

- Ké um cafézinho o siôr !

Que voz de mel e a mexerem–me no cabelo como eu gosto os meus olhos até devem estar a revirar e... isto é tudo política... eu se me caísse uma ponte em cima do carro não lhes saia do pé da porta.. o que sr engenheiro costuma levar é este fortificante...hum .mexa mais aí ...no brasil o turismo ainda está por explorar e este ano fui....a minha filha casa-se com um rapaz da dum banco...por mim se me mexerem sempre assim no cabelo até já nem sei o que sou nem me interessa, não me perguntem é mais nada...

- Vamos engraxar também ?

Também é bom.... aos gajos deviam era enfiar-lhes um ferro quente pelo cu acima mas isto este ano é outra vez para o porto o brazuca do scolari é que goza bem com eles e...é mesmo boa esta sensação no cabelo... já são só vozes ao fundo...teresa guilherme...o barroso....o advogado do bibi...o portas... amo-os a todos e que Deus os proteja desde que este tipo continue mexer-me no cabelo...

- A água está bem assim ?

Qualquer coisa é boa desde que eu consiga ficar neste torpor maravilhoso...e... o marcelo é que os lixa bem mas quando lá esteve também não fez nada e o Dr......que já cá não vem à uns tempos desde que foi para a câmara... às duas tenho um bocadinho livre podemos cortar a essa hora sr..... a televisão está uma porcaria mas agente vê o quê? eles gostam é de se encher e no iraque aquilo está a ficar mau deviam era ter arrasado aquilo...espero que ele veja que ainda devia ter cortado mais o cabelo e continue...os lagartos quiseram foi graveto e o mourinho deu-lhes o troco...enxovalhar o sporting já custa mais mas isto está tão bom parece uma epidural...

- Não quer secador pois não ?

Isto está a acabar ...mas...os israelitas se os deixassem ..é pá os americanos andam o bocado à nora...e e aquilo do arafat o gajo é velho mas ainda mexe ..e o pessoal anda todo endividado...ao binladen é que eles não apanham...o soares quer é tacho ..e eu agora dormia aqui....até podia estar em nafarros que se lixasse...nem xanax

- Risco ao lado como de costume, não é?

Isto deve está a acabar ..o que safa são as taxas de juro baixas...mas os bancos estão aflitos com eles posso eu bem o alberto joão é que se fica a rir...ó F....ajuda aqui o...,,Já estava!...

- Já está. Isto agora aguenta mais um mezito...

Nunca nada já está , mas nem o cabelo nem o barbeiro são obrigados a saber isso.



E se eu não gostasse que me mexessem no cabelo ficava sufocado com tanto mundo que anda por aí.

Que pena o mundo não ir ao barbeiro todos os meses. Deve usar capachinho...

Estou sempre errado.

Por isso gosto de andar distraído, a beber irrelevâncias e a gostar de quem gosto. Fujo do relativo para o incerto.

...Mas como invejo uma bela paranóia!

Constituição



Parece que a oposição ( termo traiçoeiro...) agora quer trazer para a agenda a revisão constitucional. Já estava a ver que nunca mais falavam disso....

Eu sou daqueles que acha que, sim senhora, devemos ter uma constituição. Irei agora arrolar um conjunto de profundas e ponderadas razões para a sua existência.


Tenho que escolher umas quantas...mas quantas?...

Dez – Não pode ser porque o decálogo tem de se guardar para coisas mais sagradas

Onze – Não pode ser porque é a primeira capicua e isto pode trazer conotações esotéricas que eu abomino.

Doze- A dúzia está muito relacionada com concepções mercantilistas que eu também rejeito

Treze- Está demonstrado cientificamente que dá azar, apesar da Formiga ainda não ter apresentado nenhuma imagem satélite.

Catorze – Este número é absolutamente sensaborão e inestético.

Quinze - Porque não! Porra...

Dezasseis – É um número redondinho, nem sequer é primo e a família é um valor a defender.

Dezassete – O avatares já usou este número nas regras do blogger e agora até já parecia demais ...

Dezoito – Chiça, fica este !



Temos de ter uma constituição porque:

Em 1º lugar – Todas as marionetas precisam de um bom articulado

Em 2º lugar – Porque sim

Em 3º lugar – Porque os políticos já têm o subconsciente a abarrotar de recalcamentos, e a constituição era o único sítio disponível onde podiam pôr mais uns

Em 4º lugar – As ditaduras de letra acabam por ser melhores que as ditaduras de facto

Em 5ª lugar – Porque se não tivéssemos, os outros “meninos” gozavam connosco

Em 6º lugar – Temos de ter “ Direitos , liberdades e garantias “ senão podemos ser considerados um país de contrafacção. Aliás, todos devíamos carimbar a nossa constituição( até ao 1º mês ) para ter validade.

Em 7º lugar – Se não tivéssemos uma constituição não éramos uma re-pública mas sim um re-gabofe. E enquanto o Soares mandar , já sabemos que não se pode ir para a monarquia.

Em 8ºlugar – Se não tivéssemos uma constituição, em vez de referendos faríamos diferendos e a coisa podia ficar preta. É preferível uma “ maioria “ com menos de 50%, do que andarmos mais de 50% à porrada.

Em 9º lugar - Temos de ter uma boa constituição porque senão seríamos enfezados, não aguentaríamos a coluna vertebral e um país deve manter acima de tudo a sua verticalidade ( como os orgasmos do EPC)

Em 10º lugar – Porque senão o José Lamego a única hipótese que tinha para ir ao Iraque era com a GNR.

Em 11º lugar- Como sabemos a política tem horror ao vazio. Ora no vazio “não se cumpre” a lei da gravidade. A existência da constituição preenche todo o vazio e garante assim que um país pode cair em condições, ou seja a 9,8m/s2

Em 12º lugar – Os juizes do tribunal Constitucional engrossariam a taxa do desemprego...

Em 13º lugar – A crise de valores, e as baixas taxas de juros, levam a que se guardem esses valores, ou no cofre, ou debaixo do colchão jurídico da constituição. É muito arriscado pôr os valores a render.



Que estupidez aquela chanchada dos números, agora já estou um bocado “à rasca”....



Em 14º lugar
– Porque no nosso coração está gravada uma lei fundamental ! E não é de bom tom andar com os peitos soltos ao léu. Toda a lei natural precisa dum soutien.

Em 15ª lugar - “paramimtantofaz” é um nome porreiro para um blog, mas convenhamos, não podíamos ter uma lei com esse nome.

Em 16º lugar – Um programa como o Flashback pode acabar a qualquer momento e depois, vai-se a ver, um gajo corre o risco de ficar sem referências

Em 17ª lugar – A coabitação entre a transcendência e a imanência dos princípios duma nação não pode ser feita em nenhum barraco

Em 18ª lugar – Uma mulher pode andar a dias, agora sabe-se que um homem também, mas porra, um Estado que se preze tem de ter um contrato em condições. E quando tiver que “ ir para a baixa” ninguém pode desconfiar dele.

Dedicado a alguns daqueles infelizes liberais que não conseguiram resolver as suas pulsões anarquistas, e recalcaram-nas por imperativos de organização social ou dependência económica.



A política pode ser encarada como uma arte de distribuir asneiras pelo espaço. Procura não desperdiçar tempo e fazer com que apareça rapidamente uma asneira nova e melhor. O novo dicionário não ilustrado tentou descodificar algumas políticas artísticas.



Políticas expressionistas - Visam que as asneiras provoquem emoções fortes, mesmo que desligadas da realidade



Políticas impressionistas - Procuram fazer com que as asneiras mostrem um mundo colorido, com o qual nos possamos apaixonar com um primeiro e fugaz olhar



Políticas cubistas - Permitem que se veja logo ao mesmo tempo todas as faces da mesma asneira



Políticas barrocas- Possibilitam juntar muitas asneiras diferentes num curto espaço, mesmo que estejam todas uma em cima das outras.



Políticas maneiristas – Visam alongar as asneiras, deformando-as inclusive, por forma a que aparentem ser mais atraentes e originais



Políticas gestualistas – Os problemas gerados visam pôr toda a gente a esbracejar gritando socorro



Políticas pontilhistas – Concretizam-se as grandes asneiras pelo somatório de pequenos disparates criteriosamente posicionados



Políticas Minimalistas – Uma asneira é feita de cada vez. Opcionalmente é repetida até à exaustão.



Políticas dadaístas – Toda a asneira é permitida sem restrições. Não sendo de todo necessário que faça qualquer espécie de sentido.



Políticas vorticistas – As asneiras são feitas de forma aparentemente maquinal, mas vai-se a ver não há sequência nenhuma



Políticas fauvistas – As asneiras têm de ser garridas, senão ninguém lhes liga importância nenhuma



Políticas orfistas – Os disparates andam sempre em redor do mesmo, apesar de aparentar tonalidades diferentes



Políticas figurativas – Visam, inequivocamente, que todos façamos figura de parvos.



Os espíritos mais sensíveis poderão substituir “asneiras” por “medidas imprescindíveis”

Os anti-liberais...têm de esperar...





Esqueci-me ...a frase com que se inicia o último post é de Mário de Carvalho.

Quando se coleccionam sentimentos, as palavras são um porto de abrigo....

"Lá fora" não se passa nada



Andei “Trombudo, miudinho, vidrento e implicativo”. Nada que um médico não atenuasse.

“ Tens de ser mais condescendente “ disse-me a consciência ( mais pesada que o costume). Toma permissilina , para acabar com esses estafermococos – ainda acrescentou a D. Complacência da ervanária.

E depois ainda ouvi o CVM a sacar ao seu entrevistado de ontem que“ o que distingue o cepticismo do cinismo é a generosidade “. Fiquei pior outra vez.

Ora não sou especialmente céptico, nem especialmente cínico, nem –infelizmente - especialmente generoso.

Resta-me pelo menos ser invejoso. Do Avatares, pela sua genuinidade e por ser destemido a pensar . É outra lição para um dissimulado como eu. Um dia- se ele quiser - ainda beberemos um cerveja juntos... Hoje não, que faz anos que nasceu o meu amigo Tolstoi....

Beijar a verdade like a virgin



Sta Teresa de Ávila no seu “Caminho de Perfeição” dá a entender que prefere um “director espiritual” inteligente e “que tenha letras”, a outro ignorante e iletrado “por bom que seja”. É a desfaçatez de quem Lhe beija a face.

Ora, esta espiritualidade profunda pode-nos toldar a mente, mas agora amplia-me o olhar.

Também sou capaz de preferir homens de poder inteligentes e compenetrados a outros apenas sérios e simplórios. E inquieta-me pensar assim.

Mas depois olhem, a nós... que Deus nos proteja, e a eles... que não lhes aconteça como no livro de Ester...

( O tal que pode provocar as leituras potencialmente ambivalentes de aViz e aVoz – afinal tão próximos, até na grafia..., e sem grande deserto, nem planície alentejana, que os separe... apesar de serem o meu alfa e omega na lista aqui do lado.)

E agora inquieto-me outra vez...e se a verdade só se deixar mesmo beijar pela virtude ?!
Dizem que País está em farrapos e só lhe dão fancaria

Vou desanuviar isto...

Vou interpor um ricurso no tribunal da reinação




Primeiros : O funcionário que me atendeu por causa da contribuição autárquica estava com uma T-shirt que não era de marca. Não aceito que me cobrem assim os impostos. Não há dignidade.



Segundos : A UNESCO teima em não considerar o P.C.P. “Património Artístico da Humanidade”. A parcialidade tem limites.



Terceiros – Aquela coisa que chamaram de “momento interpretativo” foi entregue aos políticos e não ao jornalista que estava de turno. É ilegal.



Quartos – Os GNR foram para o Iraque mas deixaram cá os cavalos, e como não há quem os monte vão ficar constantemente aos coices com o Portas. E o Bush que lhes pague a ração s.f.f.



Quintos – O canal “a dois” descrimina as relações poligâmicas, e nem o Capitão Roby, nem a minoria árabe se revêem nesse modelo.



Sextos – A certos políticos também se lhes devia dar a prerrogativa de governarem de cara tapada. A outros, a voz distorcida também calhava muito bem. Todos têm o direito à sua imagem



Sétimos – Os políticos deveriam igualmente ver devidamente legalizado o direito a fazer declarações para “ Esquecimento futuro”. A prescrição do disparate é uma exigência de carácter higiénico.



Oitavos – Portugal também tem direito a um Presidente da República com cabelo. Ou então despenalizem os cheques.



Nonos – Devia haver um decreto ( acórdão agora é mais fino...) a dizer se a esquerda e a direita existem mesmo, porque já não se aguenta viver com tanta insegurança e dúvida.



Décimos – A “Caras” continua a vender mais que o “Jornal de Letras”.



E ninguém põe mão nisto !!!



Peço Deferimento
O pecado mora sempre ao lado



Ver o mundo pela transparência dum diáfano papiro, olhando de soslaio para os outros que se conspurcam, digladiam e canibalizam no charco . Eis uma fórmula que põe santos de pó dum lado e monstros de lama doutro.

A tela e o óleo aguentam tudo.

Eu cá acho que sou o anjinho pensativo de Raffaello na “ Madonna Sistina” que está em Dresden, e que terá feito chorar Dostoyevsky depois de tantas horas a olhar para ele.

Convicções II - Acid morning again

Bem melhor que uma convicção é uma boa micção. Boris Vian tinha-o insinuado de uma forma brilhante no Outono em Pequim : “...o cálculo, demasiado complicado, dissolveu-se-lhe na cabeça e veio a ser expulso normalmente na urina, fazendo toc ao bater na porcelana. Mas só muito mais tarde "
Eu por acaso até já tinha referido isto num email com destinatário óbvio, mas ela não ligou muito, porque se calhar estava num daqueles dias Linkxados...
É que nem sempre temos porcelana à mão, e muitas vezes tem de ser um mictar vertical num sobreiro, ou um mictar horizontal numas sardinheiras.
Mais ou menos a meio da morning blog



E já agora caro Abrupto, com que bichito do Bosch é que você se identifica mais ?...

A convicção faz o ladrão



Irrita-me quem tem orgulho nas suas convicções.

Ter convicções está demasiado valorizado. Como está mal visto ter certezas, todos se refugiam nas convicções, que parecem coisa mais nobre e fina.

Claro que sempre temos de viver com algumas; a sobrevivência da espécie com níveis sanidade mental aceitáveis assim o exige.

Mas o que temos é muita tendência para as mimar em excesso, mesmo sem tiques proselitistas que agora todos gostam de evitar, e elas ficam assim como que marcas distintas na nossa alma pensante, crente e séria.

E a quem não tem uma como a nossa, damos-lhe o calor e o carinho da ironia....

Mas adiante. Mau mesmo é ter orgulho nelas.

Não passam, na maior parte das vezes, de intermediárias do pensamento. São dealers de um deus menor.

Vivamos com elas, mas não vivamos delas.

No “final do dia“ geralmente não trazem para casa o “rendimento” que estamos à espera, e depois já estaremos muito cansados para procriar.

...ah ! e Deus geralmente não entra nestes peditórios...

"Dezenas de Cadáveres não reclamados em França".

A este rastejante infortúnio não lhe toca ser de esquerda ou de direita, nem anti-americano, nem neo-conservador, nem horizontal, nem vertical.

Nem a poesia lhes decifra esta sorte.

Espero que lhes calhe um “anjo de turno” parcial e bem vestido. Sórdida Solidão.

Magoa. E eu que não tenho a arte de entristecer !...

O novo dicionário não ilustrado já tinha ido uma vez ao supermercado do poder. Hoje foi ao hospital.



Eleições – Momento determinante da vida hospitalar em que se decide se os políticos ficam ligados à máquina ou se têm alta



“Travessia do deserto” – O velho conflito entre o ser e o parecer, pode exigir intervenções de cirurgia plástica e assim longos períodos no recobro



Remodelação – Momento de grande ansiedade vivido pelos políticos nas listas de espera



“Tribunal da opinião pública” – Serviços de diagnóstico que decidem se os Políticos têm de ir para as urgências ou se safam em mero ambulatório



Sondagens – Momento stressante em que os políticos são apanhados a mijar para as análises



Rotatividade no poder – Mecanismo efusivamente reclamado por políticos algaliados, que querem passar a ser eles a segurar no.... taco do poder



Mecanismos de regulação - Pretenso controle sanitário que o sistema democrático impõe, colocando os políticos com arrastadeira, quando se prevê incontinência sólida



Votação de leis na especialidade - Fase de prolixa actividade dos parlamentares depois do clister da generalidade ter sido aplicado.





Minorias de bloqueio – Situação almejada por forças políticas que estão a soro e querem passar a ingerir líquidos



Mitificação – Posição alcançada por políticos que se conseguem infectar com SIDA ( síndroma da impunidade adquirida ) depois de muita promiscuidade geralmente hetero- ideológica



Retirada estratégica - As críticas fungadas por comentadores com rinite alérgica podem colocar políticos em quarentena



Dança de lugares – Frenético momento da vida do Estado, especialmente apreciado por políticos com hemorróidas ideológicas



Traumas

Quando lí no Alfacinha algumas referências a Carlos Amaral Dias, assaltou-me a mente uma daquelas suas frases no “ Freud para além de Freud”.
Dizia ele que “havia em Freud uma peculiar capacidade de tolerar a insegurança e de ter a coragem de continuar por aí
Não sei se será totalmente verdade, mas eu gostava de ser assim, até porque “ trauma é o que não pode ser pensado”.
E pensar, como sabemos, não desemboca na opinião. Desfaz-se na opinião.
Fátinha limpa a seco



Fátinha Felgueiras anda desconsolada naquele Brasil distante. Como não tem blog eu dispus-me a fazer eco do seu sentir.



“Já não sou notícia. E olho praí com tristeza e com algum ressentimento. Trocaram-me por uns miúdos de cara tapada.



Então os coitados do PS !...Dei-lhes a solução de mão beijada : mandei uns gajos aplicarem-lhes um ensaio de porrada, podiam fazer de vítimas!... mas nada. E como nem sabem falar ao telefone estragaram tudo.

Ainda avisei o Ferrito para vir ter comigo, mas ele disse que não podia porque tinha um pedroso no sapato. Deu no que deu.



Bem....acabei por montar uma cadeia de limpeza a seco com a Mónica Lewinky. É boa moça e avançámos no negócio.

Para passar a ferro quisemos contratar o Santana Lopes , só que o tipo agora passou-se para a SIC-à-Sec. O Sócrates acabou por dizer que queria antes passar o Ferro aí em Portugal. Ficámos apeadas.

Lembrei-me de repente do Arnault para arrumar os cabides. É um rapaz alto e com os cabides não corria o risco de meter os pés pelas mãos. Está à espera da remodelação para saber se pode vir ou se manda o Theias. Este não é tão jeitoso, mas pode dar uma mão a remendar os buracos nas fardas da tropa feitos pelas granadas.

Aqui há sempre é muito fio dental para lavar. Só que para aquelas nódoas mais difíceis a Mónica é imbatível, usa Clintonix e as clientes ficam de boca aberta !

Ao balcão acabámos por pôr um gajito da CIA. Ele aproveita e vai pondo chips nas cuecas dos árabes e nas dos judeus. Assim, quando o computador-detector acusa que eles estão juntos, enviam-lhes o Goulão que lhes dá uma seca tão grande que acabam por ficar os dois a fazer romarias à Senhora da Aparecida. Agora chama-se àquilo Santuário dos montes Goulão.

O pessoal das favelas é cliente certo. Temos uma promoção “ Kit João Soares”. Trazem uma seringa usada e uma peça de roupa, e entregamos um toalhete com metadona, uma senha para um andar social, e um bilhete ida e volta no elevador panorâmico do Martim Moniz.

Estamos a ter muita saída é com as gravatas. Com o Lula, muita gente que não estava habituada começou a usar, e as nódoas são mais que muitas.

Ah! Temos aqui um protocolo com a “Mizé Morgado" . Limpamos as fardas da GNR e por cada multa rasgada que encontrarmos nos bolsos, a Judiciária envia-nos uma cassete das escutas para ouvirmos no carro. Só que os tipos da TVI agora não me desamparam a loja....

O Pacote “Guterres” está a começar a ter muita saída outra vez. As pessoas vêm cá com a roupa debaixo do braço e ficam na conversa. Depois... levam a ropita na mesma suja, pagam conforme a tabela, e ficam contentes. Tudo numa boa: nada encolhe, nada desbota, ninguém se chateia.

A passagem a ferro acabou por ficar em sef-service. É uma medida estúpida, mas é a única. ( A Ferreira Leite tem uma quota de 10%, mas ela diz que não se pode saber, porque senão o Portas faz chantagem e estorra o graveto em helicópteros )

A promoção que a Mónica lançou para o pessoal da Casa Branca é que não está a render; os tipos andam com a ropinha toda limpinha, nem uma mancha. Agora acho já não facilitam.

Quem entrega as peças de roupa num saco azul, já se sabe...pagam mais 15% mas passamos factura do que quiserem : “livros escolares”, “duas refeições”, “ modem para a internet”, “ colchão ortopédico”, etc



Pois é....isto está a correr sobre esferas ...mas eu não me sinto bem aqui !

Eu que até tinha tudo tratado com Canas de Senhorim! Ia ser a presidenta da Câmara .

Prometi-lhes um clube de futebol de primeira : o “ Canastrões Sport Club” . O treinador era o Joaquim de Almeida e a palavra de ordem era “Dá- lhes cabo do Canastro ”. Já tinha um relvado sem fungos apalavrado e tudo.

Mas o Sampaio lixou-me isto.

Ainda hão-de cá vir para lhes lavar a roupa, que eu logo lhes digo.

Suas nódoas. Inconstitucionais de merda"
Estamos com excesso de passado, com excesso de presente e com excesso de futuro. Falta-nos Tempo Virgem.
As virilhas estão finalmente secas e a humidade subiu até às superestruturas asexuadas, mas também delicadas. O novo dicionário foi também apanhado nesse processo histórico-anatómico ( 130 a 136 )



Forte corrente de opinião – Movimento de ideias, que pouco tem a ver com as luas, mas que geralmente desagua numa bela maré vazia.



Sentido de estado – Quando numa encruzilhada, promovida a rotunda, aparece um polícia sinaleiro mostrando o caminho ...às moscas. As pessoas frequentam outras veredas.



Causa nacional – Espécie de vírus que actua tipo carraça e que geralmente não funciona de forma epidémica, porque há outros vírus mais fortes como o “interesse individual” e o “agora tenho uma ropinha para estender”



Coração da democracia – Nome destinado ao parlamento e que sugere a necessidade de by-pass constantes.



Opções históricas – Quando é atraiçoada uma abençoada indecisão. Geralmente dá em Tratado e frequentemente é maltratado.



Valores fundamentais – Interessante regime de castas ideológicas, que foi criado para alimentar sacerdócios pouco dados a penitencias. Geralmente quem se benze é quem tem de preencher os impressos na bicha.



Momentos decisivos – Situações históricas que darão boas notas de pé-de-página nos manuais do futuro. Também dão razoável vazão nas edições especiais de fotojornalismo.