Dedicado a alguns daqueles infelizes liberais que não conseguiram resolver as suas pulsões anarquistas, e recalcaram-nas por imperativos de organização social ou dependência económica.



A política pode ser encarada como uma arte de distribuir asneiras pelo espaço. Procura não desperdiçar tempo e fazer com que apareça rapidamente uma asneira nova e melhor. O novo dicionário não ilustrado tentou descodificar algumas políticas artísticas.



Políticas expressionistas - Visam que as asneiras provoquem emoções fortes, mesmo que desligadas da realidade



Políticas impressionistas - Procuram fazer com que as asneiras mostrem um mundo colorido, com o qual nos possamos apaixonar com um primeiro e fugaz olhar



Políticas cubistas - Permitem que se veja logo ao mesmo tempo todas as faces da mesma asneira



Políticas barrocas- Possibilitam juntar muitas asneiras diferentes num curto espaço, mesmo que estejam todas uma em cima das outras.



Políticas maneiristas – Visam alongar as asneiras, deformando-as inclusive, por forma a que aparentem ser mais atraentes e originais



Políticas gestualistas – Os problemas gerados visam pôr toda a gente a esbracejar gritando socorro



Políticas pontilhistas – Concretizam-se as grandes asneiras pelo somatório de pequenos disparates criteriosamente posicionados



Políticas Minimalistas – Uma asneira é feita de cada vez. Opcionalmente é repetida até à exaustão.



Políticas dadaístas – Toda a asneira é permitida sem restrições. Não sendo de todo necessário que faça qualquer espécie de sentido.



Políticas vorticistas – As asneiras são feitas de forma aparentemente maquinal, mas vai-se a ver não há sequência nenhuma



Políticas fauvistas – As asneiras têm de ser garridas, senão ninguém lhes liga importância nenhuma



Políticas orfistas – Os disparates andam sempre em redor do mesmo, apesar de aparentar tonalidades diferentes



Políticas figurativas – Visam, inequivocamente, que todos façamos figura de parvos.



Os espíritos mais sensíveis poderão substituir “asneiras” por “medidas imprescindíveis”

Os anti-liberais...têm de esperar...





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