Eu, ao contrário desta turba de vândalos inconscientes, ou oportunistas impacientes, ou crueis impenitentes, compreendo-te. Tu tudo tens feito para o nosso bem e, sei-o, com enormes sacrifícios pessoais, prejudicando o teu jogging, a pós-graduação em marquises que pensavas tirar, e até o brilho do teu cabelo. Percebo perfeitamente que não quisesses preocupar o dr. cavaco e a sua reformada drª maria com essas medidas difíceis e ingratas que só tu sabes tomar com tanta discrição e, direi mesmo, ternura, sei-o, pensando sempre primeiro nos mais desfavorecidos, naqueles que sofrem em silêncio, e inclusive dos que sofrem aos gritos, naqueles que apenas têm no teu olhar sereno o último refúgio de serenidade e bem estar. Tens sido o nosso amparo, sei-o, e tens-nos defendido com unhas e dentes junto daquela moça meio-bucha, a alemã, tens-lhe feito ver que somos um povo que também já sofreu muito, e inclusive, também tivemos o Salazar e tudo, e esse nem sequer tinha um bigodinho, nem ouvia o wagner nem nada, apesar de agora se saber que era maluco por rabos de saias. Não lhes ligues, não desperdices com eles a tua abençoada luz, eles não querem, nem jamais lograriam, compreender o quanto tu tens dado a este povo de marinheiros, e até já demonstraste que basta ter dois braços e duas perninhas para se ser teu ministro, tal a tua genuina vontade de dar oportunidades a todos, até já tiveste de falar inglês, ou ouvi, e já tiveste de ir vender computadores azuis àquele gordinho de encarnado que fala espanhol, eu sei muito bem o que isso é, ter de andar pelo mundo fora a dizer que os nossos produtos são muito bons, e muitas vezes sem tempo nem para ir ver umas montras, ou mesmo comer só umas sandes à pressa no free shop. Não lhes ligues, continua impregnado desse dom raro que te inunda, e a zelar por nós, como sempre tens feito, eu sei-o, e contra ventos e marés mesmo que aproveitando-lhes essa energia pura e limpa que tu tanto amas e amparas, estou aqui para te dizer que não estás só nessa missão, ainda há quem encontre em ti a nossa ultima réstia de esperança e sonho e luz e caminho, esse cheirinho reconfortante do vick vaporub que nos desentope a alma. Não deixes que venham os do fmi, não deixes, e se quiseres eu ajudo-te a pôr o barrote na porta e a entornar-lhes para cima o azeite a ferver. Não ligues aos maus, eles só querem roubar-te esse piqueno prazer , esse poucochinho e humilde prazer que tu ainda tens, que é servir desinteressadamente este povo que , muitos até sem o saber, dedicadamente te ama e que já não saberia passar sem ti e sem essa tua voz de pai e amigo que nunca vir a cara às dificuldades.
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Lossana nas Alturas
Hoje, Grande Loição, quando anunciou a sua moção, afirmou solenemente que «Portugal estava num beco».
[ a grande fissura ideológica no bloco é entre a corrente 'portugal está um trapo' liderada por L. Fazenda e 'portugal está uma nojeira' onde pontifica JM Pureza. Louçã assume-se equidistante a todas as correntes e por isso, à primeira vista, terá optado pela solução de teor mais reformista 'beco']
Mas se ouvirem bem a declaração repararão certamente numa nuance pronunciográfica: ele fonetou béco, em vez do mais tradicional e corrente - a sul de Pontevedra e a oeste de cáceres - bêco. Julgo estarmos perante uma significativa e ponderada alteração. Não se trata de uma, agora se diria, reforma fonográfica em preparação (depois de esgotado tema ortográfico) mas sim duma verdadeira inovação no que diz respeito aos locais mitológicos onde portugal se pode situar, e inclusivamente à abrangência e amplitude do conceito de beco. Como sabemos portugal está recheado de boas metáforas para a sua categoria 'local & situação de merda', tendo-se destacado os já clássicos «pântano» e «tanga», para já não falar da nossa metonímia de recurso, o sempre presente «buraco», uma espécie de mário wilson das metáforas-de-local-situação, mas desta vez Louçã coloca esta estrutural questão num patamar de sofisticação raramente visto. Há que fazer notar que beco, na sua versão bêco, seria registado como uma mera rua sem saída, e nesse caso correr-se-ia o risco de até considerar portugal como um local calmo para as crianças brincarem sem o perigo dos carros, ou dos tgv's a passar em grande velocidade, por isso Louçã introduz a variante de beco que é béco, ou seja, para além de uma via sem saída há o perigo de choques graves (daí o acento) e inclusive de precipitações várias ( a presença, nem que imaginária, do chapelinho circunflexo poderia dar a ideia de protecção). O beco, na sua versão béco, mostra-nos assim definitivamente o local, não do homem no seu labirinto ( o labirinto é uma metáfora de direita, como se sabe) mas do homem encurralado entre a espada do capital e a parede da escravidão alienante, o homem no seu béco, que quanto muito pode aspirar chegar a praceta e pouco mais.
Se Zeus usava a ninfa Eco para distrair a mulher, Louçã usa o béco para instruir o povo.
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os velhos
Aquilo a que vulgarmente se chama 'actividade política', algo que percorre um espectro que apanha desde vara a clinton passando por gandi, narciso miranda e cleópatra, tem vindo a exigir dos seus praticantes um tipo de características que evoluiu ao jeito das encordoações no ténis, com a diferença de que neste último caso as bolas saem cada vez com mais força e efeito enquanto que com os políticos a merda agarra-se-lhe progressivamente cada vez mais ao corpinho. Ou seja, hoje, o político de, digamos para simplificar, sucesso, é essencialmente um mecanismo de combate, pose e resistência psicológica; depois das idades do 'carisma', do 'paleio' e da 'imagem', que lá foram produzindo mitos e embustes a um ritmo, reconheçamos, não muito diferente daquele que encontramos na natureza a transformar calhaus em pedras decorativas, entrámos na idade do 'aguenta tudo'; esta actividade está agora reservada a um conjunto de mamíferos standard que têm de conseguir apresentar a mesma cara, tom de pele, unhas e ritmo cardíaco, quer estejam a ser insuflados de pólvora por todos os orifícios disponíveis, quer lhes estejam a distribuir cascas de pevides por entre as virilhas, quer lhes estejam a decorar a árvore genealógica com hastes de rena e pilas de hipopótamo. Assim, parece-me óbvio, o político começa a ter um prazo de validade mais apertado e forçosamente deverá começar a estar sujeito a critérios de higienização psicológica rigorosos, sob pena de, já os tendo de aguentar demagogos e oportunistas, não nos obriguem a levar também com eles caquéticos. Já não me interessam políticos corajosos, nem sábios, nem trabalhadores, nem experimentados, nem mobilizadores, nem competentes, nem o caralho. Quero somente gajos e gajas que não envergonhem os taxistas quando vão buscar os clientes estrangeiros ao aeroporto nos dias em que não está a dar relato de futebol. O político é o novo postal ilustrado com pernas.
Impõe-se, e desde logo com carácter de urgência, a criação de uma linha de montagem decente e limpinha para que eles sejam paridos com um mínimo de índices de fiabilidade para quem os vai ter de consumir, seja de palhinha seja à dentada. Estou absolutamente em desacordo de que o político deva sair da sociedade, (também não deve sair de nenhuma minoria nem de sangue nem de classe) sou a favor duma tecnocracia levada ao limite do seu potencial: a mecanocracia. O político é um produto genérico como outro qualquer, não aceito mais espectáculos tristes de velhos já sem a mínima capacitação psico-somática para esta merda. Uma nação digna tem de cuidar deles, mostrar que são patuscos, bons avozinhos mesmo sem heidis, dar-lhes carinho e apoio, medicamentos comparticipados, inclusive darem entrevistas à Barbara Guimarães, de acordo, mas não fazendo-os presidentes.
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Dai-me um spread e eu levantarei o mundo
Xavier Miranda tinha uma pequena leiloeira em Alcácer do Sal especializada em serviços de chá em faiança, molduras em madeira forrada a folha d'oiro e aguarelas com motivos de pesca e caça. Conseguiu ao longo dos anos angariar com esforço uma clientela fiel e interessada, mas agora pressentia que precisava de lhes dar algo mais, algo que fizesse os seus clientes sentir que tinham ali uma espécie de Sothebys do Sado. Testou o mobiliário de quarto (mas as pessoas tinham aderido irreversivelmente ao formato soummier), tentou a iluminação art deco (mas as pessoas estavam cada vez mais a aderir à iluminação encastrada), tentou as imagens religiosas antigas (mas os padrecos estavam a recomendar cada vez mais uma 'religião viva') e quando falhou a venda dum lote de roupa interior usada nos estendais do 'Pátio das Cantigas' concluiu que tinha de ser mais imaginativo, quiçá quebrar com barreiras e preconceitos, quiçá despir um pouco mais as meninas que se passeavam com o produto pela plateia pois, como sabemos, a nudez é a melhor patine. Foi então um dia ao almoço com o Sr Teixeira, barbeiro em Grandola, que lhe surgiu a ideia luminosa: iria associar-se ao ministério das finanças e leiloar também divida publica juntamente com os lotes de pires de sacavém e aguarelas de peniche. Os seus clientes dariam finalmente o grande salto da baixa faiança para a alta finança, inclusive Xavier mudou o nome da sua empresa para Sadhobys, o que a incluiu imediatamente no circuito internacional dos magnates do petróleo, do chao min, da geropiga e do kebab. No entanto, o que de facto veio demonstrar que Xavier sabia o que fazia foi a sua ideia de identificar os lotes de divida publica com despesas reais do orçamento a que essa divida virtualmente corresponderia, e a atribuir um certificado em papel cavalinho (desenhado por uma pintora de Pinheiro da Cruz) que as pessoas podiam colocar na sala ao lado do serviço de chá ou mesmo da jarrinha de porcelana. E foi assim que a dona Elvira, dona de uma padeiria em Setubal, arrematou a verba para as 'despesas com a casa de banho do 2ª andar do museu dos coches' vencendo a licitação a um contabilista do Deutsch Bank que se distraiu com um pratinho de choquinhos fritos que Xavier distribuía pela sala. Mas, na sessão inaugural, quem fez furor foi Joaquim Carlos, um ladrilhador da Lagoa de Santo André que fez finca pé para arrematar a verba que financiaria os 'reposteiros do gabinete de uma subsecretária de estado adjunta', que fazia lote com a verba para a '3ª tranche de fardamentos para a guarda fiscal', e que estava a ser muito procurada por investidores duma sociedade de polidores de pipelines do Usbequistão, «think global but fuck local» chegou a desabafar Jens Magnus, o director dum fundo de pensões norueguês que andava à mais de três sessões para conseguir arrematar um lote que incluísse a divida para financiar uma 'padiolas novas para a lota de Sezimbra' onde ele tinha visto um casal de garoupas bem frescas numas férias do verão. O sucesso foi tanto que Xavier, empolgado, não só abriu sucursais em Benavente e em Nelas (para onde reservou lotes que incluiriam divida para despesas com o 'escalfetas para as repartições de finanças da Beira Interior'), como franchisou o conceito de leilão junto das bancas de peixe do Pingo Doce, em que por cada peixe espada o freguês levava um kit-dívida: uma lata de salsicha, um danoninho, e dois vales da secção de frescos para oferecer a um funcionário publico. Com Xavier cumpriu-se um destino: construiu-se um deficit de proximidade, e alargou-se o banco alimentar à dívida pública. Tem hoje o seu nome numa rua em Loures e uma fonte em Montemor-o-Velho contempla o seu busto em pedra-sabão.
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fétevôjou
O meu nome é Cavacalegre e sou um dos candidatos do novo jogo patrocinado pela empresa de apostas Betanduine (não confundir com o betadine). Ao arrepio do que possam pensar o objectivo deste jogo é encontrar um namorado novo para a diana chaves quando o cesar peixoto, depois de conseguir marcar um golo ao scp, a trocar por uma miúda que aparece numa telenovela a fazer de irmã dela e que, segundo apurei em fontes bem informadas, já limpou o sebo a 4 tipos. Assuntos realmente importantes se não mesmo dos tais fracturantes, tanto mais que o meu principal concorrente é Defensor Nobre, um veterinário de Serpa que entrou para a ribalta pois, ao ter descoberto um remédio novo para as infeccções nas tetas da ovelhas, fundou a associação Pastores sem Fronteiras, que se dedica a ir pelo mundo fora a fazer tosquias e ordenhas em zonas onde a cabra tende a ficar hegemónica. Traz-me por isso aqui uma atroz campanha de difamação, calúnia e infestação de piolhos que estão a mover contra mim e inclusivamente à minha pessoa, por alegadamente ter plagiado um poema em verso alexandrino a um carpinteiro do Buçaco (que estava apaixonado por uma cerzideira de Mortágua) e posteriormente o ter vendido para um fado da Carminho ao preço duma balada do Sérgio Godinho. Assim, para que os apostadores possam exercer as suas apostas cívicas na máxima segurança, responsabilidade e coronárias desentupidas, quero afirmar pela minha honra e próstata limpa, que (apesar de apenas ter nascido uma vez dado que a minha mãe só tinha posses para partos em unidose) esse carpinteiro do Buçaco apenas tinha feito uma mesinha de cabeceira para o casamento da minha mai nova e que, para isso, eu lhe tinha arranjado um bom tarolo de mogno ali numa serração no Carregal do Sal que é dum primo dum cunhado meu a quem eu tinha ajudado a desinfectar uma verruga, aí já com o betadine. Agradecia agora, isso sim, que fossem investigar o que é que andaram a dar de comer às ovelhinhas que o meu concorrente Defensor Nobre tosquiou, pois anda para ali muita mistura de fibra acrílica e poliester, vai-se a ver andaram a pastar nalgum poço de petróleo guardado por betanduinos, perdão, beduínos.
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bailoutame mucho
1. política
Já há uns tempos o nosso Sócrates (sócrates deverá ascender à categoria de 'político de estimação', uma espécie de tamagoshi nacional) disse - estará o vasto auditório recordado, certamente - que ainda estaria para nascer quem reduzisse melhor o déficit do que ele. Há poucos dias Cavaco informou-nos que ainda teríamos (não sei se todos ou se só alguém em especial) de nascer duas vezes para ser tão honestos como ele. Enquanto aguardamos pela proposta de renascentista de passos coelho, confirmamos agora que Portugal-nação pode vir a encontrar a sua vocação como barriga de aluguer para políticos sérios e poupados desde que - um pormenor importante - devidamente fecundada no local próprio (sodomizarem-nos não resulta, já deviam saber). O recuo na primeira leva de 'cheques bebé' ficou assim explicado, só terá direito a essa verba a pessoa que nascer duas vezes, ou , no mínimo, que possa garantir formalmente estar ainda para nascer outra vez. Todo o português que nasça apenas uma vez está destinado à desonestidade e ao esbanjamento. Aconselha-se, por isso, a classe profissional das parteiras a darem o nó no cordão com muito jeitinho porque a partir de agora vai ser necessário desatar e atar outra vez. Avisa-se também a classe obstetrícia e ginecológica em geral que todo e qualquer rebentamento de águas deve ser cuidadosamente acompanhado pois a reserva estratégica de liquido amniótico tem de ser acautelada, a fim de secarmos em definitivo a fonte de perdulários e aldrabões que tem sido a nossa estirpe.
2. bola
Cumpre-me informar que, naquilo que é realmente importante, este ano trouxe mais do mesmo: nem uma grosa incandescente pelo cu acima poria os cabrões dos lagartos a jogar decentemente à bola. Gostaria de saber o que pode fazer um pai para manter os seus filhos fiéis a um clube que os faz passar vergonhas com os colegas, e que inclusivamente os pode levar a desconfiar da capacidade paterna para lhes proporcionar uma vida com mínimos de confiança, serenidade e algumas farripas de felicidade, quando não mesmo desconfiar da sanidade mental do progenitor. Sim, educar como, nestas condições de achincalhamento moral!? Como ajudar a destrinçar o certo do errado, o bem do mal, o amargo do doce, a barriga do rochemback da coxa da claudia vieira, quando aparentemente lhes abrimos o caminho para se enfiarem irracionalmente no maravilhoso mundo do frangalho e da derrota. Só um pai Sportinguista pode realmente perceber o alcance de uma crise.
3. gajas
Uma das conclusões mais dolorosas que temos de tirar para este ano é que não deu ao plasma nenhuma nova sex symbol de que o país se possa orgulhar e inclusivamente ainda deixámos fugir a orsi feher para o atletico de madrid. Como sabemos o prazo de validade da sex symbol portuguesa cifra-se nos 18 meses (está entre o queijo flamengo e o miolo de camarão) e se não aparecer nada de novo poderemos ter de voltar a descongelar uma Diana Chaves ou parecido. O desfoque provocado pelos planos tecnológicos e pela pressão no rating da república permitiu inclusive que a nova namorada do ronaldo se viesse imiscuir num território que deveria ser um reduto exclusivo da maminha e do rabo nacional. Se há coisa que esse uiquiliques devia pôr a mão era nisto: português que seja apanhado a babar-se perante febra de importação não merece perdão.
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Para desenjoarem das listinhas de livros
1. pmés do ano
Grupo GiSiFex, composto por:
Giralda & Gomez, lda - empresa do sector de materiais de construção, líder no ramo do soalho flutuante no distrito de Oliveira do Hospital, importador exclusivo da marca croata de rodapés Pisex, 5 vendedores a tempo inteiro, 2 a tempo parcial, 3 engenheiros de ambiente estagiários no departamento do pós-venda, frota com 3 renault kangoo e uma Transit em leasing. Gestão séria e familiar, apesar da secretária Belinha ter dormido duas vezes com o chefe da contabilidade. Dois apartamentos para venda em S. Gião recebidos como dação de pagamento dum construtor de Arganil. Promoção fracassada de diluentes suecos 'Herlander' no Natal. Telefone e electricidade cortados na Páscoa, subsídios de férias pagos em espécie com torneiras de duche e azulejos de imitação de viúva Lamego.
Silicabrase, sa - empresa do sector dos abrasivos, pequena instalação fabril em S. João da Madeira e escritórios em Águeda. Forte penetração no mercado espanhol e russo. Director comercial fluente em línguas e patente exclusiva para a península do processo de fabrico Holandês 'Radromeer' célebre pela campanha fracassada 'lixa mas não fode'. Venda apenas a clientes industriais ou grandes distribuidores com armazéns próprios. Dois lay-offs de 15 dias em 2008, 1 contra-ordenação da inspecção de trabalho em 2009 por excesso de horas extra de três trabalhadoras moldavas e duas coimas por descarga ilegal de 5 litros de aguarás chinesa em 2010. Processo Cível movido pela empresa de papel higiénico 'Sófete' que reclamou uso indevido da tarjeta 'lisinho & limpinho' nas embalagens de lixa nª 3 da campanha de bricolage dos supermercados Pimenta da Azambuja.
Fedintex, lda - empresa possuidora da rede do master franchise das perfurarias Lulu & Sandra com forte implantação em centros comerciais no concelho de Loures. Lojas com 200 a 500 m2, venda personalizada de decoração de beiços e refrigeração de axilas. Representação exclusiva para portugal da marca mexicana de batons 'Bijoulini', da marca uruguaia de escovas 'Desfrizola' e da marca de implantes mamários do suriname 'Nigella'. Primeiros problemas técnicos com um lote de verniz cor de macadamia que apresentava fissuras ao fim de 3 dias, respectiva devolução sem reembolso e duas livranças por pagar. Uma grande promoção de stick desodorizante no S. Martinho para escoamento de stocks e realização de liquidez acabou por ser um fracasso e foram vendidos ao desbarato para uma manifestação de depositantes do BPP do distrito de Silves.
2. corninhos do ano
Deolinda Bastos - Chefe de repositoras da cadeia de minimercados Pimenta da Azambuja. Namoro sério durante dois anos com Julio Raposeira, serralheiro efectivo nas oficinas de reparação auto da Hyundai da Alhandra. Primeira experiência sexual conjunta num fim de semana em Oliveira do Bairro e amor oficialmente declarado em jantar a dois (se descontarmos uma tia avó de Julio com diabetes e surda que nem um calhau) no restaurante Luz de Benfica-grelhados no carvão. Juras de fidelidade eterna num domingo gordo em Torres Vedras e primeira menstruação com atraso nos santos populares; falso alarme, aparentemente efeito secundário duns ovos escalfados comidos em casa da mãe de Deolinda, senhora de recursos, e dona duma pensão (de bem) em Sacavém. Luis Gonzaga encontrava-se na Azambuja perdido quando entrou no minimercado Pimenta para comprar um pacote de filipinos. Deolinda ofereceu-lhe umas shortcake embaladas a vácuo que rapidamente se transformaram em shortqueca atrás dumas paletes de diospiros por influência do paleio insinuante e sedutor de Gonzaga, vendedor de apartamentos num empreendimento de luxo em Souselas que utilizava materiais fornecidos por Giralda & Gomez (vide supra)
3. Ministro desconhecido do ano
Cecília Bordalo - responsável pelo ministério do Imaginário Nacional. Destacam-se duas entrevistas a Mario Crespo (uma a meias com um cozinheiro da Marinha Mercante), uma capa no Jornal Voz de Viseu aquando do aniversário da 1ª comunhão de Viriato e uma jantar de beneficência com Soraia Chaves a favor das vitimas dos Descobrimentos. Responsável pela campanha de lançamento da marca 'PH' ('Pobres mas Honestos') revelou-se influente no executivo quando fez obrigar os seus colegas ministros a usarem ténis Sanjo durante as visitas de Estado. Durante a assinatura do Tratado de Lisboa foi responsável pelos salgadinhos e pela tradução para mirandês. A partir de Setembro acumulou com as funções do secretário de estado que entretanto teve de sair para ocupar o seu lugar de administrador dos jardins botânicos.
4. Cobrador de Impostos do ano
Rui Silas - funcionário da secção de IRS da 4ª repartição de finanças da Gafanha da Nazaré. Responsável pelo record de 200 penhoras de mobílias de sala de jantar, 153 edredons de penas e 89 botas de cano alto. Candidato ao prémio 'Colecta d'Oiro' pelos serviços prestados na detecção de falhas em facturas de farmácias de benuron e adalgur.
O seu trabalho de proposta do modelo de alargamento do conceito de mais valias realizadas mereceu uma menção honrosa no concurso europeu do 'Saque & Siga' e pela terceira vez consecutiva foi eleito 'Teixeira do ano' pela sua ideia do 'arredonda fiscal' em que cada liquidação de IRS seria sempre arredondada para a dezena de euros superior sob pena do pagamento ter de ser feito com notas de 5 euros terminadas em 11.
5. Beneficente do Ano
Julio Vargas - sócio nº 234 da secção sul da associação 'Amigos do Bem Fazer', sócio nº 327 da secção de Odivelas da 'Charité2000' e chefe da secção de arroz carolino em pacote do banco alimentar da Arruda dos Vinhos. Responsável pelo protocolo com as lojas de pronto a vestir Repolho & Bilro, que dão um desconto de 25% em malhas a todos os benfeitores da associação 'Repele Tristezas' com sede no distrito de Portalegre. Grande impulsionador da campanha 'Alcatra por Amor' que conseguiu reunir 200 mil croquetes numa sessão de cozinha pública na ponte da chamusca. Em Julho ajudou a lançar o cartão 'mastercardo' que permite a acumulação de pontos nas distribuições de sopa quente, e que permite a cada 500 pontos uma entrada no balneário do benfica e uma sandes de paio autografada pelo Oscar Cardoso.
6. Paneleiro do Ano
Vicente Catita - descobriu a sua orientação sexual quando se apaixonou pelo tubo de escape dum Seat Leon no festival de tunning da Cova da Piedade. Primeiras calças justas compradas nos saldos da Minimo Dutti do cascais shopping, e primeiro beijo na boca a Xavier Pontiac, ilusionista e empregado do bar no centro cultural e recreativo de Trajouce. Revelada a sua opção sexual no forum da tsf sob o nome de Silvio Bexiga e primeira manifestação pública num festival de sócias de mickael jackson em Aveiras de Cima. Portador do célebre cartaz 'pelo direito à diferença e à igualdade e a tudo o que tenho direito' nas manifestações de apoio à lei do acasalamento jurídico de homosexuais. Primeira dúvida-de-orientação quando levou a mijar à rua a cadela Sininho da sua vizinha do 4ª esquerdo, dona Dulce Firmino. Casamento com Ivo Sampaio (ex Irene Sampaio) em Setembro, alianças compradas no leilão da casa de penhores 'Reluzia' em Elvas. Eleitos casal do ano pela revista 'Glamure', distribuída nas perfumarias Lulu & Sandra (vide supra) e patrocinada pela rede de oculistas 'Utóptica'.
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adeus sofia aparício
Hoje o dicionário não ilustrado volta à casa de partida com uma breve alusão às mitologias caseiras de passagem de década (entradas 1330 a 1337):
Cristiano Ronaldo - todas as estrelas passam pelo seu momento cueca, e é assim que Ronaldo entra na década, revelando que a tanga aparecerá sempre quando o país precise dela. Não tendo as mamas da Floribela apresentado pergaminhos suficientes para elevar o gene nacional ao grande altar etnográfico, a peitaça e o rabo de Ronaldo revelam-se os activos de refúgio para o imaginário nacional.
Sócrates - mito absolutamente polissémico, desde pinóquio até turbo-engenheiro, passando por desenhador de marquises - sem esquecer a votação para um dos homens mais bem vestidos all over the world. Portugal soube construir a figura ímpar do impossível-possível, ou melhor, do batermos no fundo fazendo-nos pensar que era o tecto.
Gatos fedorentos - depois do Solnado enterrado e do Herman oxigenado, o espaço arlequínico foi ocupado agora pelos novos bobos do regime (Manuel Pinho desistiu a meio da faena). O fedor ganhou um lugar de honra ao lado dos outros 3 f's para distrair o povo.
Retorno absoluto - cansada da falência do eterno retorno, a classe finansófica nacional inventou o 'retorno absoluto', mais uma vez lembrando a verdade bíblica: és pó e pó hás de tornar, e deixando a poupança nacional entregue aos lipoaspiradores.
Magalhães - depois de devidamente enlatada e globalizada a sardinha demos um salto, queimámos a etapa intermédia da revolução do sobreiro e do enchido e avançámos directamente para a fusão entre a microsoft e a playmobil, demonstrando que Portugal não precisa de barbies para conquistar o mundo.
'Aqui del gay ' - quase tudo está escrito: / já foi o primo esquisito, / será sempre o paneleiro, / só lhe falta um santo padroeiro.
Padre Tolentino - com o afastamento do padre Borga e do frei Melícias, a lacuna foi preenchida com a descoberta da nova estrela da fé-poema. Desde a padeira de Aljubarrota que ninguém nos fazia ver que por detrás duma doutrina de papo-seco está sempre uma fé de croissant.
Nossa Senhora de Fátima - após inúmeras tentativas para descobrir uma mulher que Portugal pudesse oferecer ao mundo como um novo cabo da boa esperança, falhadas então as hipóteses com merche romero, manuel goucha e soraia chaves, o nosso valor feminino mais seguro (isto vai ficar com um ar um pouco blasfemóide...) continua a ser a Senhora que apareceu na Cova de Iria. (Sai meio litro de água benta para limpar isto)
Cristiano Ronaldo - todas as estrelas passam pelo seu momento cueca, e é assim que Ronaldo entra na década, revelando que a tanga aparecerá sempre quando o país precise dela. Não tendo as mamas da Floribela apresentado pergaminhos suficientes para elevar o gene nacional ao grande altar etnográfico, a peitaça e o rabo de Ronaldo revelam-se os activos de refúgio para o imaginário nacional.
Sócrates - mito absolutamente polissémico, desde pinóquio até turbo-engenheiro, passando por desenhador de marquises - sem esquecer a votação para um dos homens mais bem vestidos all over the world. Portugal soube construir a figura ímpar do impossível-possível, ou melhor, do batermos no fundo fazendo-nos pensar que era o tecto.
Gatos fedorentos - depois do Solnado enterrado e do Herman oxigenado, o espaço arlequínico foi ocupado agora pelos novos bobos do regime (Manuel Pinho desistiu a meio da faena). O fedor ganhou um lugar de honra ao lado dos outros 3 f's para distrair o povo.
Retorno absoluto - cansada da falência do eterno retorno, a classe finansófica nacional inventou o 'retorno absoluto', mais uma vez lembrando a verdade bíblica: és pó e pó hás de tornar, e deixando a poupança nacional entregue aos lipoaspiradores.
Magalhães - depois de devidamente enlatada e globalizada a sardinha demos um salto, queimámos a etapa intermédia da revolução do sobreiro e do enchido e avançámos directamente para a fusão entre a microsoft e a playmobil, demonstrando que Portugal não precisa de barbies para conquistar o mundo.
'Aqui del gay ' - quase tudo está escrito: / já foi o primo esquisito, / será sempre o paneleiro, / só lhe falta um santo padroeiro.
Padre Tolentino - com o afastamento do padre Borga e do frei Melícias, a lacuna foi preenchida com a descoberta da nova estrela da fé-poema. Desde a padeira de Aljubarrota que ninguém nos fazia ver que por detrás duma doutrina de papo-seco está sempre uma fé de croissant.
Nossa Senhora de Fátima - após inúmeras tentativas para descobrir uma mulher que Portugal pudesse oferecer ao mundo como um novo cabo da boa esperança, falhadas então as hipóteses com merche romero, manuel goucha e soraia chaves, o nosso valor feminino mais seguro (isto vai ficar com um ar um pouco blasfemóide...) continua a ser a Senhora que apareceu na Cova de Iria. (Sai meio litro de água benta para limpar isto)
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dicionário não ilustrado,
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agência de gayting
novo esquema de notações para casamentos:
casamento tipo BBB - homem / mulher , forçados pela convenção económico-social, cerimónia na igreja de sta isabel, sermão de 15 min do padre tolentino, copo d'água na quinta da cartuxa, bébés baptizados pelo padre seabra na igreja de azeitão ou colares.
casamento tipo BB - homem / mulher , forçados pelo comezinho interesse económico e familiar, cerimónia na igreja de alhandra, sermão de 30 min. pelo pároco de turno, copo d'água no restaurante 'os ruivos' em sta iria da azoia, baptizado opcional sem acréscimo de encargos na igreja da azambuja.
casamento tipo B - homem /mulher , forçados pela conveniência logística, cerimónia notarial e copo de água na quinta da Barreta, sermão anti-corrupção pelo ex-deputado cravinho, partos e flores oferecidos pelo cartão galp frota, i.v.g's subsidiados pelo fundo especial de catástrofes do oeste.
casamento tipo A - homem/homem , acorrentados pelo amor desinteressado, cerimónia de simbolismo clássico e copo de água na quinta do mocho, sermão pelo deputado sousa pinto, adopção de cachorros em ninhada patrocinados pelo cartão visa-união zoófila, comes e bebes no papaçorda.
casamento tipo A+ - mulher/mulher, fulminados pela delicada e sensível paixão arrebatadora, cerimónia com marcha nupcial pelo coro do bairro-alto e copo d'água na quinta do casal novo, sermão por uma sósia da camille paglia, procriações medicamente assistidas patrocinadas pelo pacote luxo do cartão pink-médis.
casamento tipo AA - homem/homem, embalados pelo amor sem barreiras, cerimónia e copo d'água no tavares, sermão sobre o simbolismo do esponsal desde os astecas aos zulus pelo antropólogo vale de almeida, adopção de crianças do sri-lanka patrocinados pela agência abreu e pelas cordoarias quintas & quintas.
casamento tipo AAA - homem/homem ou mulher/mulher, sublimados numa inebriante e sincera entrega mútua, cerimónia e copo d'água na quinta chão de lamas, sermão e coro pela srª profª drª engª ginoconstitucional isabel moreira, adopção de gatos scottish folds totalmente patrocinada pela margarina vaqueiro e pela casa de peles do cartaxo.
casamento tipo BBB - homem / mulher , forçados pela convenção económico-social, cerimónia na igreja de sta isabel, sermão de 15 min do padre tolentino, copo d'água na quinta da cartuxa, bébés baptizados pelo padre seabra na igreja de azeitão ou colares.
casamento tipo BB - homem / mulher , forçados pelo comezinho interesse económico e familiar, cerimónia na igreja de alhandra, sermão de 30 min. pelo pároco de turno, copo d'água no restaurante 'os ruivos' em sta iria da azoia, baptizado opcional sem acréscimo de encargos na igreja da azambuja.
casamento tipo B - homem /mulher , forçados pela conveniência logística, cerimónia notarial e copo de água na quinta da Barreta, sermão anti-corrupção pelo ex-deputado cravinho, partos e flores oferecidos pelo cartão galp frota, i.v.g's subsidiados pelo fundo especial de catástrofes do oeste.
casamento tipo A - homem/homem , acorrentados pelo amor desinteressado, cerimónia de simbolismo clássico e copo de água na quinta do mocho, sermão pelo deputado sousa pinto, adopção de cachorros em ninhada patrocinados pelo cartão visa-união zoófila, comes e bebes no papaçorda.
casamento tipo A+ - mulher/mulher, fulminados pela delicada e sensível paixão arrebatadora, cerimónia com marcha nupcial pelo coro do bairro-alto e copo d'água na quinta do casal novo, sermão por uma sósia da camille paglia, procriações medicamente assistidas patrocinadas pelo pacote luxo do cartão pink-médis.
casamento tipo AA - homem/homem, embalados pelo amor sem barreiras, cerimónia e copo d'água no tavares, sermão sobre o simbolismo do esponsal desde os astecas aos zulus pelo antropólogo vale de almeida, adopção de crianças do sri-lanka patrocinados pela agência abreu e pelas cordoarias quintas & quintas.
casamento tipo AAA - homem/homem ou mulher/mulher, sublimados numa inebriante e sincera entrega mútua, cerimónia e copo d'água na quinta chão de lamas, sermão e coro pela srª profª drª engª ginoconstitucional isabel moreira, adopção de gatos scottish folds totalmente patrocinada pela margarina vaqueiro e pela casa de peles do cartaxo.
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The Psico Country II
Existem dois tipos de lagartos: a) aqueles que, ao verem o seu clube no estado deplorável em que está, desprezam a frase do House ('misery is better than nothing'), e pura e simplesmente desistem olimpicamente dedicando-se à família ou à bebida, ou às duas coisas em simultâneo até que o fígado próprio e a paciência alheia aguentem; b) aqueles que enchem o peito de ar, oferecem a dignidade à ciência e dizem: agora vou ser um observador imparcial dos outros caralhos. O real problema de b) é que manifestamente um lagarto não pode ser imparcial quando no tabuleiro em análise se passeia um clube que enverga como símbolo um frango de rapina. Mas dado que o nosso Cavaco pediu tempos de 'frutuosos entendimentos' eu fiz um esforço de ventrículo a aurículo e ora vai daí: como é possível os lampiões terem de facto dado uma lição de bola em todas as suas vertentes (a palavra 'vertente' vale três pontos nesta modalidade do postball), ou seja, na psicológica, na táctica, na técnica, e no tunel-de-acessica (um novo elemento do jogo, como sabemos), à tripeirada? Como foi possível fazer um uretra secar um fucile, como foi possível um namorado da diana chaves meter um hulk no bolso, como foi possível um luisão pôr a alpista um falcão? Como? Eu tenho a resposta. Os portugueses têm a resposta. Jesus foi um obcecado. Jesualdo um mero calculista.
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The Psico Country I
«A obsessão evitou o pânico»; foi um dos mais recentes highlights sobre a reacção nacional à gripe ex-suina, rebaptizada h1n1 depois de se ter casado civilmente com a gripe das aves.
Mas o que realmente importa é a lição: o pânico evitado pela obsessão.
Que a obsessão já tinha dado de comer a muito artista já será do domínio de todos, que já tinha alimentado o fogo de muita paixão também por muitos terá sido experimentado, e que permitiu ligar vários psiquiospeculatras à grande corrente do graveto também por alguns já foi constatado. Agora como terapia para o pânico é uma verdadeira invenção nacional, poderíamos mesmo dizer que estão abertas as portas para o grande cluster da obsessão. Observemos: tivemos a obsessão da educação (que guterres, por ser da raça inferior dos engenheiros, chamou erradamente de paixão) que nos fez evitar a seca ao conduzir-nos ao pântano, depois tivemos a famosa obsessão do déficit que nos evitou das ceroulas (lembre-se, estimadíssimo leitor, -?- que passámos directamente da tanga do barroso para o sobretudo armani do mourinho), e vivemos ainda na ressaca da obsessão tecnológica que libertou as nossas crianças do nefasto playmobile e lhes abriu as portas para o twitter de cavaco. Poderíamos já concluir, assim, que depois de devidamente dobrada a esquina de qualquer obsessão se abririam avenidas de bem estar e alamedas de prosperidade. Mas agora foi-nos dada a definitiva prova, foi-nos revelada a quarta parte do segredo: no panic at all!. Quando os medinas carreiras da galáxia nos vierem acenar com o fim do mundo, responder-lhe-emos com a obsessão que tivermos mais à mão: sejam jaquinzinhos fritos, sejam gambinhas panadas, sejam arrozinho de berbigão. Uma coisa é certa: saberemos arranjar uma obsessão. Eu por acaso teria preferido uma boa paranóia, mas ninguém me perguntou nada.
Mas o que realmente importa é a lição: o pânico evitado pela obsessão.
Que a obsessão já tinha dado de comer a muito artista já será do domínio de todos, que já tinha alimentado o fogo de muita paixão também por muitos terá sido experimentado, e que permitiu ligar vários psiquiospeculatras à grande corrente do graveto também por alguns já foi constatado. Agora como terapia para o pânico é uma verdadeira invenção nacional, poderíamos mesmo dizer que estão abertas as portas para o grande cluster da obsessão. Observemos: tivemos a obsessão da educação (que guterres, por ser da raça inferior dos engenheiros, chamou erradamente de paixão) que nos fez evitar a seca ao conduzir-nos ao pântano, depois tivemos a famosa obsessão do déficit que nos evitou das ceroulas (lembre-se, estimadíssimo leitor, -?- que passámos directamente da tanga do barroso para o sobretudo armani do mourinho), e vivemos ainda na ressaca da obsessão tecnológica que libertou as nossas crianças do nefasto playmobile e lhes abriu as portas para o twitter de cavaco. Poderíamos já concluir, assim, que depois de devidamente dobrada a esquina de qualquer obsessão se abririam avenidas de bem estar e alamedas de prosperidade. Mas agora foi-nos dada a definitiva prova, foi-nos revelada a quarta parte do segredo: no panic at all!. Quando os medinas carreiras da galáxia nos vierem acenar com o fim do mundo, responder-lhe-emos com a obsessão que tivermos mais à mão: sejam jaquinzinhos fritos, sejam gambinhas panadas, sejam arrozinho de berbigão. Uma coisa é certa: saberemos arranjar uma obsessão. Eu por acaso teria preferido uma boa paranóia, mas ninguém me perguntou nada.
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Gaymebox

Segundo consta o vizinho clube dos 6 milhõessss de portuguesessss reuniu-se de emergência para se desmarcar das medidas do rivále, e pretende alavancar a situação definindo um conjunto de iniciativass de natureza inclusiva e mobilizadora para todos e todas as mais diversas confissurações e enrebanhamentos.
Luisss Felipe Vieira começou por pedir a palavra e disse: queridos e queridas em primeiro lugar demos todos as mãos pois o sporchbôibenfica ama a todos por igual e quanto mais pluribusssss mais unum como diz o nosso lema. Para verem um luisão ou até um saviola haverá sempre lugar para todos assentarem a peidola (sorry , não resisti). Aimares do meu coração, vinde todos, trazei os vossos césares peixotos e não discriminemos nenhum mantorras, nem se perca nenhum caracolinho do nosso david luiz. Nós queremos todos: introsexuais, eritrosexuais, ornitorincosexuais, nunogomesosexuais, berloqosexuais, gaimeboxosexuais, todos! haverá premesssões para todos! inclusive circuncidados! Por cada escalpe do pinto da costa o sporchbôibenfica oferece um poster do di maria em truces adidas, ou um fim de semana com a águia benfica. Quem comprar um poster do maxi pereira tem direito a camarotes com cama de ferro e coleira com picos, que ficarão conhecidos como os cama-rotos da luz. A partir d'hoje está oficialmente lançada a gaymeboxe do sporchbôibenfica.
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Explico agora com mais profundidade ainda
Os fundos de colecção do Bloco de Esquerda iniciaram a sua fase de monetarização e economia paralela. «Tu Zé, que vales apenas 15 votos, vais para a marcha popular do Costa a troco de duas tshirts do Che no tamanho da Drago (colecção Cenoura 89), tu Miguel LGBTLGTB d’Almeida vales 3.500 votos vais para o Sócrates mas a troco de bar aberto no Frágil para o grupo parlamentar durante um mandato, tu Joana-a-Dias vales 67.560 votos, ficas a tratar do canil. Tu, Rui Tavares ainda só vales 753 votos, mas podes valer mais depois de treinares o flamengo e cortares a barbicha, ficas ainda, o Fazenda vale 5 votos mas se se rir pode chegar aos 6, fica, o Pureza vale 2 ou 3 consoante representar Alfarelos ou Mamarosa, mas não temos mais ninguém para a Pocariça, fica. Tu, Arrastão d’Oliveira, não sabemos quanto vales, mas, pelo sim pelo não, ficas por causa duns olhinhos que a Clara Ferreira Alves te fez; trocamos ainda aquela moça que foi com o Miguel Portas para Estrasburgo - já fez o servicinho que tinha de fazer - pela Sanfona e mais 5.000 votos no circulo de Braga, só para foder os arcebispos e poder oferecer preservativos com estrias no Bom Jesus. Aceitamos o Pinho a título de empréstimo desde que ele traga também os chavelhos com ele, e até pode fazer a pré-epoca no Ancão. Não dispensamos aquele do Rosas porque é amigo do senhor do banco de jardim de Sto Amaro, vale 3 votos, vá apertadinhos 4.»
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Mas hoje já estou com uma profunda capacidade para impressionar.
Sinto-me requintado. Praticamente incapaz de qualquer estridência, - para ouvir um ruído que seja, os estimável leitor terá mesmo de encostar o ouvidinho à tela – irei explicar-vos várias coisas sem recurso a muletas, dispensarei inclusive onomatopeias, e nem sabem o que me custa não usar assim uma bucha clássica tipo huumm, ou mesmo um splash, ou um grrrrrr, ou até um zzzt. Ficam assim afastados da minha explicação cães e gatos, fora de questão animais ferozes, quanto muito uma joaninha, ou então um colibri paralisado das asas.
A talhe de martelo (não está disponivel a foice) lembremo-nos que foi a metafísica escolástica que nos deixou como testamento a única definição que dispensou figuras de estilo: ‘Deus é aquele que é’. E assim, mesmo sem reticências, deixou-nos pendurados com a noção de puro ser, puro acto. Uma verdadeira explosão metafísica que dispensa pornoexclamações.
E isto tudo para (vos) expressar a minha semi-exclamativa consternação: e então nenhum partido convida a Diana Chaves? Estão à espera que venha cá o Berlusconi? Estaremos perante a descriminação das sex simbols? Integramos a paneleiragem e ostracisamos as gajas boas? Focamo-nos no investimento público e continuamos a importar beldades eslavas? Ele é testamentos vitais e bancos de esperma e ninguém pensa em apurar decentemente a raçola da fêmea lusa? Vão continuar a nascer portuguesas de pernas tortas e anca de baleia? Para ver lábios carnudos teremos sempre de ligar a tvi? Será que os meus netos terão de emigrar para apalpar umas mamas que não descaiam ao fim de 15 dias de racionamento de leite em pó? É também esse o encargo que lhes vamos deixar? Se pretendemos ser um rabiosque condigno da Europa temos de nos preparar em condições. Quero ver esses programinhas de governo, quero.
A talhe de martelo (não está disponivel a foice) lembremo-nos que foi a metafísica escolástica que nos deixou como testamento a única definição que dispensou figuras de estilo: ‘Deus é aquele que é’. E assim, mesmo sem reticências, deixou-nos pendurados com a noção de puro ser, puro acto. Uma verdadeira explosão metafísica que dispensa pornoexclamações.
E isto tudo para (vos) expressar a minha semi-exclamativa consternação: e então nenhum partido convida a Diana Chaves? Estão à espera que venha cá o Berlusconi? Estaremos perante a descriminação das sex simbols? Integramos a paneleiragem e ostracisamos as gajas boas? Focamo-nos no investimento público e continuamos a importar beldades eslavas? Ele é testamentos vitais e bancos de esperma e ninguém pensa em apurar decentemente a raçola da fêmea lusa? Vão continuar a nascer portuguesas de pernas tortas e anca de baleia? Para ver lábios carnudos teremos sempre de ligar a tvi? Será que os meus netos terão de emigrar para apalpar umas mamas que não descaiam ao fim de 15 dias de racionamento de leite em pó? É também esse o encargo que lhes vamos deixar? Se pretendemos ser um rabiosque condigno da Europa temos de nos preparar em condições. Quero ver esses programinhas de governo, quero.
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Ex-combatente
A liga dos ex-combatentes da política declara para os devidos efeitos que aceitou como sócia honorária a ex-combatente Roseta, que depois duma vida de entrega às mais diversas e nobres causas, ficou ferida em dívidas. Foi-lhe assim atribuída uma suite com vista para Monsanto num lar da Misericosta, com serventia de contabilista, cozinheira e motorista. Poderá doravante dedicar-se ao tricot anti-santana e à inauguração de estátuas da Natália Correia, declamando o seu verso: «Confia. Eu sou romântica. Não falto.» Corando um pouco, claro.
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Corn Flakes
A secção de gaffes do think tank de Sócrates reune de emergência este fim de semana a fim de discutir a política de gaffes para o exigente período eleitoral que se aproxima. Tendo perdido Pinho, o principal fornecedor de material de primeira, com o crescente apagamento de Lino e face à entrega da alma ao criador de Candal, o PS terá de encontrar sangue novo para renovar o seu capital de gaffes, não podendo deixar todo o orçamento entregue a José Lello e Ana Gomes. A gaffe assume crescentemente na política uma posição de relevo, e todos sabemos que muito do futuro se pode jogar numa gaffe certeira. O PS sabe o quão arriscado poderá ser deixar gaffes nas mãos de arrivistas, amadores, ou de meros curiosos em lapsos, ou mesmo biscateiros de calinadas.
A fim de precisar os conceitos, hoje o dicionário não ilustrado, nas suas entradas nºs 1311 a 1314, dá um primeiro passo, que, sendo um pequeno passo para este blog, será um grande passo para todos vós.
Gaffe – É o instrumento mais nobre da actividade política. Reflecte um estado de espírito total, e consegue condensar numa sofisticada mistura de simbologias um pensamento global sobre a realidade. Articulando o inesperado com o inadequado, nas porções certas, permitem ao político fazer da sua mensagem uma autêntica lufada de ar fresco no monolitismo ideológico dos tempos que correm, e transportam-no para o patamar dos grandes arquitectos de imaginários colectivos, que num toque de midas podem transformar o que poderia não passar duma mera atitude polémica numa verdadeira catedral de catalizadores patrióticos.
Lapso – Aqui estamos perante o clássico jogo entre o consciente previsível e o inconsciente aleatório. Deste encontro podem surgir alegorias de valor incomensurável que permitem revelar muito mais que uma mera história de recalcamentos de poder ou submissão. O imaginário nacional constrói-se precisamente destas pérolas do deslize, e podemos mesmo dizer que são o adereço que dá o brilho a um país que possa viver em estado de tanga há muitos anos. É sempre no enfiligranamento de uma cadeia histórica de lapsos que se projecta a imagem do verdadeiro homem novo, aquele que se alimenta apenas da imagem que quer para si próprio - o cidadão do futuro. O lapso será sempre a pedra de toque do político, para demonstrar que pode ter um pé no seu jacuzzi, mas as suas preocupações estão sempre no bem estar diário de todas e todos, incluindo coçarem-lhe as costas.
Fífia – É nesta categoria dos instrumentos de intervenção cívica encontramos muitas vezes aqueles pequenos toques que podem fazer toda a diferença. Este tipo de escorregadelas cirúrgicas deve ser utilizado nos momentos em que a atenção popular é levada a concentrar-se em fenómenos que a apoquentariam, e a função aliviadora de todo e qualquer politico muito lhes deve. O poder da fífia joga-se essencialmente nos momentos que se lhe seguem e pode assistir-se perfeitamente ao seu esvaziamento se não lhe for imediatamente atribuída uma semiótica autónoma. Nenhuma fífia vive apenas por si e precisa de toda uma máquina de suporte por detrás para que se possa tornar num instrumento eficaz de mobilização, sensibilização e, se necessário for, inebriamento colectivo. No entanto, o encadeamento de fífias, ao constituir-se como fio condutor de qualquer politica estruturante, nunca poderá ser encarada como uma sucessão de acasos, e deverá sempre garantir-se que é percepcionada como um elemento de voluntarismo e entrega ao bem comum.
Calinada – Todo o sistema organizado de elaboração de imaginários colectivos necessita de algumas manifestações mais pirotécnicas de significados coloridos, da mesma forma que um empirista precisa duma aberração, ou um idealista precisa duma contradição. Muitas vezes a calinada é a antecâmara duma politica de fífias mais elaborada, e abre o caminho para a eficácia destas. Tida muitas vezes como o parente pobre da gaffística, a calinada tem uma energia que vai muito para além do mero desequilíbrio da plausibilidade e constitui-se muitas vezes como elemento estruturante na personalidade do homo-politicus, e essencial para a sua correcta assimilação pela comunidade. Não existiria verdade sem o conceito de calinada, tal como não existiria Sumol sem o conceito de laranjada.
A fim de precisar os conceitos, hoje o dicionário não ilustrado, nas suas entradas nºs 1311 a 1314, dá um primeiro passo, que, sendo um pequeno passo para este blog, será um grande passo para todos vós.
Gaffe – É o instrumento mais nobre da actividade política. Reflecte um estado de espírito total, e consegue condensar numa sofisticada mistura de simbologias um pensamento global sobre a realidade. Articulando o inesperado com o inadequado, nas porções certas, permitem ao político fazer da sua mensagem uma autêntica lufada de ar fresco no monolitismo ideológico dos tempos que correm, e transportam-no para o patamar dos grandes arquitectos de imaginários colectivos, que num toque de midas podem transformar o que poderia não passar duma mera atitude polémica numa verdadeira catedral de catalizadores patrióticos.
Lapso – Aqui estamos perante o clássico jogo entre o consciente previsível e o inconsciente aleatório. Deste encontro podem surgir alegorias de valor incomensurável que permitem revelar muito mais que uma mera história de recalcamentos de poder ou submissão. O imaginário nacional constrói-se precisamente destas pérolas do deslize, e podemos mesmo dizer que são o adereço que dá o brilho a um país que possa viver em estado de tanga há muitos anos. É sempre no enfiligranamento de uma cadeia histórica de lapsos que se projecta a imagem do verdadeiro homem novo, aquele que se alimenta apenas da imagem que quer para si próprio - o cidadão do futuro. O lapso será sempre a pedra de toque do político, para demonstrar que pode ter um pé no seu jacuzzi, mas as suas preocupações estão sempre no bem estar diário de todas e todos, incluindo coçarem-lhe as costas.
Fífia – É nesta categoria dos instrumentos de intervenção cívica encontramos muitas vezes aqueles pequenos toques que podem fazer toda a diferença. Este tipo de escorregadelas cirúrgicas deve ser utilizado nos momentos em que a atenção popular é levada a concentrar-se em fenómenos que a apoquentariam, e a função aliviadora de todo e qualquer politico muito lhes deve. O poder da fífia joga-se essencialmente nos momentos que se lhe seguem e pode assistir-se perfeitamente ao seu esvaziamento se não lhe for imediatamente atribuída uma semiótica autónoma. Nenhuma fífia vive apenas por si e precisa de toda uma máquina de suporte por detrás para que se possa tornar num instrumento eficaz de mobilização, sensibilização e, se necessário for, inebriamento colectivo. No entanto, o encadeamento de fífias, ao constituir-se como fio condutor de qualquer politica estruturante, nunca poderá ser encarada como uma sucessão de acasos, e deverá sempre garantir-se que é percepcionada como um elemento de voluntarismo e entrega ao bem comum.
Calinada – Todo o sistema organizado de elaboração de imaginários colectivos necessita de algumas manifestações mais pirotécnicas de significados coloridos, da mesma forma que um empirista precisa duma aberração, ou um idealista precisa duma contradição. Muitas vezes a calinada é a antecâmara duma politica de fífias mais elaborada, e abre o caminho para a eficácia destas. Tida muitas vezes como o parente pobre da gaffística, a calinada tem uma energia que vai muito para além do mero desequilíbrio da plausibilidade e constitui-se muitas vezes como elemento estruturante na personalidade do homo-politicus, e essencial para a sua correcta assimilação pela comunidade. Não existiria verdade sem o conceito de calinada, tal como não existiria Sumol sem o conceito de laranjada.
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Estão quase a chegar as rainhas cláudias
Uma coisa enerva e dalguma forma exaspera a direita portuguesa: o sucesso do Bloco de Esquerda. E irrita, de facto. Aparentemente superado – e nas urnas – o estigma seminarínico de Louçã, que vai passeando incólume uma semi-aurea com lastro revolucionário de bancada e pluma, alcançam eleitorado sem sequer abusar muito do culto personalístico, e até, reconheça-se, com uma arriscada estratégia de pulverização de egos. Conseguem inclusive enfiar uma miúda - que não envergonha - nos cartazes sem ser apelidada de coisus berlusconicus. Mas o que mais irritará a direita popular é que acaba por ser ela própria a ter de assumir as despesas do estalinismo democrático para alcançar algum sucesso eleitoral, mesmo que isso lhe possa custar o envio dum sex simbol para Bruxelas, e uma suplementar despesa em blasers com o líder crónico. Estragando poucas famílias, a esquerda-em-formato-bloco dissemina-se num pântano – lá está ele outra vez – de falsa irreverência, literacia de cuspo, e anti-socratismo, como que ignorando o destino de extinção que a história lhe tem reservado, obviamente, de brinde para daqui a uns tempos. Irrita, de facto. Passeiam a careca de fusão do iluminismo comunista com o charme burguês, - que lhes foi descoberta logo desde o início – agora já sem necessidade de boina, porque garantiram uma corte de fiéis para a afagarem com gosto, movidos pelo sempre terno e sedutor amor ao contra-poder. Enquanto a direita tem de revolver bem no saco para ir encontrando estrelas que aguentem decentemente uma maquilhagem e um penteado negligé, a nossa esquerda-berloque vai sacando em leque uns-qualquer-uns como quem não quer a coisa. A direita semi-liberaldina, surpreendida pelo sucesso da estratégia de arrolamento de votos on the blocks, não está a aguentar bem a cena, e é um sapo difícil de continuar a engolir, temos de convir, até porque está cada vez mais inchado, mesmo tendo-se dado ao luxo de sacudir Sá’s-fernandes como quem faz purgas com perfume. Enquanto não vierem as cisões e os envenenamentos, a louçania vai continuar a fazer medrar cogumelos de esponjosa e fúngica ideologia, alimentando-se até da oxigenação que a decadência de Sócrates e a irritação da direita lhe fornecem, e o mais que esta pode começar a tentar fazer é pôr-se a procurar umas agripinas e messalinas para andarem com os revolucionários ao colo. Mas é de irritar, realmente.
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The woman in rose
A existência de quotas para as mulheres (ou quaisquer categorias hormonalmente descriminadas) na política, entre outras vantagens – sempre fui um entusiástico apoiante, registe-se – apresentaria a de trazer para a actividade e debate político um género de peixeirada que, (tirando com os constitucionalistas ex-guardas florestais das ditaduras do proletariado) doutra forma não teríamos acesso. No entanto, este processo poderá também levar à escolha de mulheres discretas, que, e muito bem, encaram a politica como um mero prolongamento da lida da casa, tarefa essa que, como sabemos, se cumpre na humilde e serena – mas eficiente - penumbra do serviço do lar, mesmo que inclua um ou outro tabefe pedagógico na prole biológica ou afectiva.
Continuam a ser assim algumas das representantes do maravilhoso mundo-antes-das-quotas a garantir a frescura do peixe, perdão, do sofisticado discurso político. O trio de grandes mulheres portuguesas que o PS nos apresenta com as cenadoras (como ‘c’ porque quer dizer: ‘as que podem fazer boas cenas’) Edite, Ana & Elisa é uma demonstração disto mesmo. E eu devo confessar que começo a ter um fraquinho pelas três, e penso que a sua escolha revela mesmo a capacidade e olho clínico do PS em condensar -através elas - tudo o que a mulher portuguesa tem alcançado nos últimos anos, na sua luta sem quartel pelas suas legitimas aspirações, (incluindo as lipo) emancipações e implantes vários. Dificilmente um tão perfeito composto de possidonice, brejeirice e balofice se obteria sem o concurso destas três amazonas.
Abreviando. Um fenómeno peri-antropológico é claro e conclusivo: os socialistas não conseguem, nunca conseguiram, nunca conseguirão produzir uma única ‘mulher-política’ de jeito.
Continuam a ser assim algumas das representantes do maravilhoso mundo-antes-das-quotas a garantir a frescura do peixe, perdão, do sofisticado discurso político. O trio de grandes mulheres portuguesas que o PS nos apresenta com as cenadoras (como ‘c’ porque quer dizer: ‘as que podem fazer boas cenas’) Edite, Ana & Elisa é uma demonstração disto mesmo. E eu devo confessar que começo a ter um fraquinho pelas três, e penso que a sua escolha revela mesmo a capacidade e olho clínico do PS em condensar -através elas - tudo o que a mulher portuguesa tem alcançado nos últimos anos, na sua luta sem quartel pelas suas legitimas aspirações, (incluindo as lipo) emancipações e implantes vários. Dificilmente um tão perfeito composto de possidonice, brejeirice e balofice se obteria sem o concurso destas três amazonas.
Abreviando. Um fenómeno peri-antropológico é claro e conclusivo: os socialistas não conseguem, nunca conseguiram, nunca conseguirão produzir uma única ‘mulher-política’ de jeito.
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Desmaker está com Marinho Pinto. Por amor ao espectáculo.
Um homem semi-coxo e solitário. Escolheu, há uns anos, ganhando notoriedade, um discurso de arremesso aos chamados interesses instalados, dando a imagem de que dizia o que todos os outros, por conveniência, comodidade, ou bom feitio, calavam – designadamente pondo o dedo no estatuto fascisoide da figura do juiz. Como a fauna e flora dos advogados também alargou o seu espectro (proletarizou-se) acabou por ser eleito para a tal de Ordem, como um forcado a ser escolhido para o seu grupo. Foi entretanto pisando riscos, perdendo o controle do boneco, continuando a chamar a atenção nos limites do único estilo para o qual parece treinado, misturando o certo e o errado, a provocação e o arrojo, de tal maneira que fez, no recente folclore de climax mediático, com que MMG parecesse uma carmelita saída duma missa de apoio ao banco alimentar.
Apesar do aparente fretismo (a Sócrates) de Marinho, a onda de ‘apoio’ a Manela é um autêntico borregamento mental; Marinho, no pleno uso dos seus direitos de bobo com estudos, quis criar o seu momento, fazer notícia com as próprias mãos, quis estar na arena e ir experimentando todos os lados do espectáculo. A justiça (romano-germânica), como sabemos – e agora é sabedoria generalizada – está pendurada num conceito por ela cirurgicamente criado e decorado que é ‘a prova’. É esta instituição caprichosa que a alimenta; por isso é ela a grande responsável pela sua saúde e pela sua doença, baptizados e funerais incluídos. Marinho (e no fundo as MMG de turno também) é o seu trombone. De maestros já sabíamos que estávamos mal servidos e cansados; por isso, de vez em quando distraímo-nos com os trombones. Mas, no fundo, à tardinha, todos queremos regressar aos violinos.
[rescaldo do fantástico vídeo MMG vs MP]
Apesar do aparente fretismo (a Sócrates) de Marinho, a onda de ‘apoio’ a Manela é um autêntico borregamento mental; Marinho, no pleno uso dos seus direitos de bobo com estudos, quis criar o seu momento, fazer notícia com as próprias mãos, quis estar na arena e ir experimentando todos os lados do espectáculo. A justiça (romano-germânica), como sabemos – e agora é sabedoria generalizada – está pendurada num conceito por ela cirurgicamente criado e decorado que é ‘a prova’. É esta instituição caprichosa que a alimenta; por isso é ela a grande responsável pela sua saúde e pela sua doença, baptizados e funerais incluídos. Marinho (e no fundo as MMG de turno também) é o seu trombone. De maestros já sabíamos que estávamos mal servidos e cansados; por isso, de vez em quando distraímo-nos com os trombones. Mas, no fundo, à tardinha, todos queremos regressar aos violinos.
[rescaldo do fantástico vídeo MMG vs MP]
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Conselhos Quaresmais da Ordem das Irmãs do Fermentoso Purificâncio
Cuidai bem da vossa água e do vosso moinho. Amassai, fermentai, não vos percais no sono e guardai bem a porta do forno. Com o vosso fervor, protegereis o santo padeiro dos ataques do bolor e, se estiverdes sempre por perto, a côdea nunca deixará o miolo a descoberto. Sede vigilantes com o centeio, a humidade anda no ar, e a fama do moleiro depende do vosso atento olhar. Não regateeis meios, e, se não puderdes ser discretas, tapai com o vosso santo corpo todas as frestas. Nunca vos olvideis de qual altar tendes de servir, e se a alva toalha não o cobrir, protegendo-o assim das campanhas negras do mal, imolai-vos enroladas numa coluna de jornal. Que a vossa sábia palavra nunca falte no moinho, pareça ela coberta de farinha, pareça ela embebida em vinho. Mas, se entenderdes servir incondicionalmente o produto do padeiro, apresentai cuidado, pois se o não embrulhais bem, seco e duro será o seu fado.
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