Canónicas #12

«Os bons sempre foram o começo do fim»

F. Nietzsche, 1883, in Assim Falava Zatarusta, trad. ed Guimarães
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por aí

Constant (c. 1969) “New Babylon”. Aguarela e pastel s/ papel, 24” x 30.5”.

‘metafisica superata’


Não adiro com facilidade à ideia de que a Igreja tenha responsabilidades na criação para além da salvação, - aliás na carola dum cristão que se preze nem se devia conseguir bem distinguir os conceitos - mas adoro as metafísicas superadas. E não sendo a abordagem ecológica do homem uma novidade absoluta, Bento XVI esteve fantástico no seu discurso, mesmo que ele possa ficar na história como o discurso da floresta tropical. Mas eu cá apanhava-lhe o balanço e juntava só mais uma metaforazinha com o amazonas: o Homem como sinuosidade. (não confundir com sinusite)
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Luna Park

«… e encostaram timidamente as faces. Os carinhos frugais são os mais bonitos, os mais calorosos, os mais eloquentes.»

in Sinal de Fogo, 'Histórias de Amor', Robert Walser, Relógio d’Água, 2008
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Luna Park

«A vida é extremamente complexa, e os acasos são, por vezes, necessários»

Álvaro de Campos (FP), em entrevista ao jornal A Informação, a 17 Setembro de 1926.

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No processo de google-patience que desenvolvi no post anterior confirmei até à exaustão que há milhares de mulheres bonitas, milhares de gajas com corpos de fazer estremecer a espinha e zonas adjacentes, milhares de poses que fariam abrir as águas antes que Moisés levantasse sequer os olhos aos céus. A beleza feminina tornou-se uma banalidade, a exposição da carne da fêmea perdeu o seu desígnio principal de máquina de tesão e fez o seu caminho de tentativa de transformação numa merda estética ao nível duma paisagem dos alpes. Mas a mulher como objecto perdeu a sua guerra: ninguém porá uma gaja boa na sala de jantar a concorrer com uma travessa de cantão. A mulher continua a parecer reservada para objecto de coração.

Para aliviar das mamas das claudias irinas

2009

twelve not so obvious women to stay with us during the crisis. No fundo uma dúzia de escolhas para nos preocuparmos em conjunto. São tudo moças que preocupam muito bem, e assim evitam-se as bellucis, scarletes, therons & outras penélopes afins. Um pirelli alternativo.

Janeiro

Ashley Judd

No início do ano teremos uma moça altiva a dar um tom de optimismo. Apresentando um U shape a tentar timidamente mostrar que se pode transformar num V shape. É uma carinha semi triste, mas dalguma forma dando a entender que com ela podemos atacar o ano de peito feito.

Fevereiro

Cate Blanchet

Neste mês devemos fazer-nos acompanhar dum clássico de distinta preocupação, uma espécie de desencanto com pedigree. Cate desafiando os discursos da tanga com o discurso da rendinha.

Março

Emmanuelle Béart

No ano de 2009 não haverá primavera como já foi anunciado. Março será pois um mês bastante triste, teremos muita tendência para nostalgicamente olharmos para o arvoredo sem flor, e nada melhor que uma moça que nos vai exigir muita companhia, fortes possibilidades de exigência de algum colo, e assim mais facilmente esqueceremos a ingratidão dos deuses.

Abril

Gillian Anderson

Neste mês a coisa vai começar a ficar preta, as informações começarão a ser contraditórias, o mundo vai parecer-nos um ficheiro secreto. É altura de irmos dar apoio à Gillian, rapariga com nome de doce, e duma tristeza enigmática mas segura, a companhia ideal para um mês de transição e mistério.

Maio

Jennifer Morrison

Neste mês, o do coração, - lembrar-se-ão certamente - parece-me apropriado ficarmos com aquela moça que tão mal tratada era pelo House. Acabou desprezada por ele, e sabe muito bem o que é sermos abandonados pela sorte e refugiados apenas na ciência e na imaginação.

Junho

Jennifer Anniston

Ah Junho. Neste momento o ano dá pela primeira vez um ar da sua graça, a Jennifer põe umas jardineiras e convida-nos para trocar amarguras num banco de jardim. Adormeceremos a contar solstícios e só nos deixaremos espantar pelas camisas de alças.

Julho

Julliane Moore

Passa-se o Bojador do ano e começaremos a ficar impacientes. Tentamos perscrutar os sinais da recuperação mas dizem-nos que podemos esperar sentados. Ora se é para esperar sentados…e está calor, e ainda estamos só a meio do ano; Humm, queremos mais; moore, give me moore.

Agosto

Kate Winslet

Cansados de tanto esperar sentados, nem nos conseguiremos levantar. A freguesa seguinte é a Kate (que não é mãe da madie). Aparentemente com as perninhas aninhadinhas, nem estou a ver bem porquê, estaremos todos muito cansados; com a crise; é triste e nem se aproveita o luar de Agosto.

Setembro

Sophie Marceau

E quando nos estamos a preparar para pôr em pé outra vez, eis que aparece a Sophie, com o capuz para as noitinhas, que já vão arrefecendo, e traz outra cadeirinha. Arranja-se, evidentemente, sempre espaço para dois, é até uma questão de boa educação. Esperamos juntos, com os olhos no... futuro.

Outubro

Juliette Binoche

Vai-se a ver já estamos em pleno Outono, precisamos novamente duma tristeza clássica, duma preocupação que não levante quaisquer reparos. Aquilo lá atrás da Binoche parecem-me umas perninhas de frango, nada demais.

Novembro

Vera Farmiga

Passámos o ano entre a espada e a parede. Precisamos de qualquer coisa fofinha para nos fazer companhia junto da parede, sob pena de ainda ficarmos espalmados. Nem a Vera se pode picar.

Dezembro

Keira Knightley

O ano vai acabar, já ninguém aguenta isto; aparece a Keira, também sem pachorra e pergunta: então e esse 2010 nunca mais arranca?

Madoff Show (III). Cozido à Portuguesa

Temos que convir que a Madoffolhada é um golpe e peras. Homem respeitado leva à certa outros homens não menos respeitados, num esquema simplérrimo mas aplicado a valores milionários, só faltava mesmo o dinheiro ter sido benzido antes de ser todo perdido.
Reparemos que a situação seria muito semelhante a um cenário deste género: o Ernani Lopes e o Medina Carreira montariam numa garagem um jogo do bicho destinado a amigos banqueiros & afins, que iriam lá uns dias por semana fazer uma espécie de overnight alternativo servido com pãozinho quente com chouriço. Certa noite sairiam os dois para o clássico comprar tabaco e dar uma entrevista na SIC notícias e…não voltariam. Gerar-se-ia a ansiedade, seguida de compulsiva vontade de mijar, e finalmente o pânico…


Armando Vara – É pá, eles estão a demorar-se e eu apostei os PPR’s todos do banco… se calhar amanhã são capaz de me fazer falta.

Manuel Pinho – Logo por azar hoje tinha apostado a Autoeuropa porque me disseram que já estava parada, mas parece que afinal aquilo é duns alemães… devia ter apostado antes as Minas de Aljustrel que agora nem se sabe de quem são…

J. Rendeiro – E eu cá montei um derivado baseado no capachinho do José Cid e ele hoje já me ligou duas vezes a dizer que está com uma fogagem no couro cabeludo, e eu agora não sei o que lhe dizer.

Jo Berardo – Calma, pessoal, não se precipitem, a CGD tem tudo sob controle…

Jardim Gonçalves – Isso é bom de dizer para um gajo que a única coisa que não tem penhorada é a boina. Eu cá apostei três offshores que me custaram muito a ganhar.

Jo Berardo – Go, offchora-me aqui no ombrinho, go.

Armando Vara – Fodasse, e eu que não me lembrei das offshores, caraças, podia ter apostado as offshores em vez dos PPR’s, mas tive medo que o Medina dissesse mal de mim ao Mário Crespo.

Vitor Constâncio – Felizmente eu apostei a divisão de supervisão, também se perder tudo não se vai notar nada.

Manuel Pinho – O importante é manteres as tipografias em bom estado, porque a tua principal actividade no próximo ano vai ser imprimir daqueles papelinhos rectangulares e com bonecos monocromáticos.

Jo Berardo – Eu também quero disso!... Tudo que seja cultura interessa-me!

António Costa – Eu por acaso apostei uns futuros do terminal de contentores… vai-se a ver devia ter apostado antes o Sá Fernandes…caramba, agora vou parecer eu a cigarra e o Lopes a formiga.

Isabel Jonet – Eu é que estou numa situação muito ingrata, apostei 30 toneladas de arroz na esperança de me saírem mais 30 de bacalhau, e se perder tudo amanhã lá no Banco Alimentar a canja vai ser só com água e caldo knorr.

Manuel Pinho – Calma, estão a bater à porta!, se calhar são os gajos… é pá, afinal são os tipos da ASAE… fosgasse, acho que vão fechar isto por causa do fumo!
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Whatz happenede withe pescoço of Paulo Rangele

Penso que todo e qualquer português a partir de hoje se devia considerar avalizado pelo estado. Todos somos praticamente sistémicos, - cheguei a tomar um anti-sistemínico porque me estava a dar para o pingo no nariz - e os lampiões até são pluribus uno e o caralho. Eu pessoalmente sinto-me a defaultar bastante quando subo um lanço de escadas, já a descer me custa menos. De elevador, menos ainda. Do colinho só tenho boas recordações. Regra geral dilacero um bocado se não confiam em mim, é o meu lado Narciso Miranda, concomitantemente solvabilizo benzinho e mantenho os rácios, nos dias santos chego a aparentar um triple A com pernas. Só estou aqui para tentar ajudar, podeis inclusive fazer todos de cigarra, que eu, mais o Costa, estamos com um formigueiro nas pernas, mas tudo bem.

Madoff Show (II). The Excel Game.

Follow the links & let’s drink a Ponzi.

Financex appeal

«…Entretanto, os movimentos internacionais de capital, que tiveram um papel perturbador na década de 1930, foram também limitados. O sistema financeiro ficou um pouco maçador mas muito mais seguro. E então as coisas ficaram outra vez interessantes e perigosas. Os crescentes movimentos internacionais de capital prepararam o palco para as crises monetárias devastadoras dos anos 90 e para a crise financeira globalizada em 2008…» Paul Krugman, hoje, no Público. Hummm.

Madoff Show. Inevitáveis: soma e segue.


«We're still a long way from Eastern Europe of the 1990s or from the Latin America or Russia of the present. But maybe not as far as we think.» Anne Applebaum, (a tal que escreveu, note-se, The Gulag: A History) na Slate.com

Hardpio

Dou-me bem com a religiosidade miserável. Gosto de igrejas com gente sofrida, de pele enrugada, olhar escondido e pecados à flor da dita, apenas procurando carinho na madeira polida do genuflexório, e disponíveis para dar um bocado do seu braço por troca duma alma ainda na fase dos caboucos. Gente que dá uma na chaga e outra na cicatriz; não acredito em angústias limpas, dúvidas musicadas, teologias libertadoras, credos em cinemascope. Mas também gosto daquela pequena baba da hipocrisia, do esgar do escrúpulo, da gente que pensa conseguir lavar a alma com meia hora de cheiro a cabelos oleosos. No fundo o catolicismo adapta-se bem a gente, como eu, pouco esquisita. Gosto da parte estúpida da fé, da boca cheia de palavras de sentido e gosto duvidoso, do dogma desnecessário, da ameaça escatológica. O que seria da fé cristã se não pudéssemos pensar em Deus morto por nós na cruz enquanto desesperamos por uns bons pastéis de bacalhau. O que seria da fé sem a incompetência para perceber o mundo. O que seria da graça sem a desgraça.

Corrente

Era inevitável a trincadela de Adão, era inevitável a extinção dos dinossauros, era inevitável a queda do império romano, era inevitável a inquisição, era inevitavel a guilhotina, era inevitável o gulag, era inevitável 0 Eusébio ter ido para os lampiões, era inevitável o aproveitamento dos salários baixos, era inevitável a globalização, era inevitável a fome em África, era inevitável a desregulação financeira, era inevitavel a lixadela da camada de ozono, era inevitável a especulação com o petróleo, era inevitável o homem ir para a cozinha, era inevitável a bolha imobiliária, era inevitável o salvamento dos bancos. Melhor que o inevitável só o óbvio.
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A case of you

Just before our love got lost you said /I am as constant as a northern star /And I said, constant in the darkness /Wheres that at? /If you want me I'll be in the bar
Joni Mitchell

Programa Guantanasmus

Sócrates (eng), desiludido com o programa Erasmus desde que uma estudante Finlandesa confundiu o Magalhães com um kit de maquilhagem da Barbie, viu uma chance na proposta pós-revolucionária de Luis Amado, e criou o alternativo programa Guantanasmus, numa espécie de Novas Oportunidades estendida ao segmento do terrorismo internacional, tentando igualmente marcar pontos para ser o Toino Blair de Obama.

Não perdendo tempo, mandou a dupla Amado e Anita Gomes para o aeroporto entrevistar os prisioneiros alegadamente alqaedeanos aquando da sua entrada no país, e assim aferir em directo e a cores das suas capacidades de colocação.

(foto fanadex do Público, fonte desconhecida, manifestação em Paris, suponho)


Amado – Então diga-me qual a sua graça, cavalheiro alegadamente bombista.

Prisioneiro – Razia el-Tuinetauer, um seu criado, ex-fervedor de água para chás em Istambul.

Amado – Interessante; quais foram então as experiências que mais o traumatizaram na abominável prisão das Caraíbas?

Prisioneiro – Confesso-lhe que quando me enfiavam ferrinhos em brasa pelo cu acima, perguntando-me o número do telemóvel do camarada Bin, dava-me um certo ardor na próstata.

Amado –Desagradável de facto; e qual pensa ser a sua real e mais profunda vocação?

Prisioneiro – Tirando hoje o meu maior sonho ser conseguir mijar de jacto e sem ficar a pingar no fim, julgo que me integraria bem num programa de avaliação forçada a professores.

Amado – Perfeito, vou integrá-lo no grupo que fica a dormir na arrecadação da mme Lurdes, com direito a duas refeições quentes diárias e a prémio de desempenho pago em estagiárias - também quentes - de línguas clássicas.

Anita Gomes – Próximo!

Prisioneiro – O meu nome é Marmonides del Extremoz e era ladrilhador de palácios no Casaquistão.

Anita Gomes – Curioso; e que me conta sobre as terríveis torturas a que foi sujeito?

Prisioneiro – A que mais me marcou foi obrigarem-me a decorar os posts do ‘Portugal Contemporâneo’ sobre o Bem Comum se eu não lhes desse o pin do Bin.

Anita Gomes – Experiências limite, compreendo, e nem lhe davam bolachinhas de água e sal?

Prisoneiro – Nada, cheguei a implorar por aquela coisa do afogamento que faziam aos que só sabiam ler o Corão.

Anita Gomes –Menos penoso, de facto. E que poderemos nós fazer para lhe extirpar tamanhas e medonhas memórias?

Prisioneiro – Gostava de voltar a ladrilhar sem me gritarem «agarra que é ladrilhão»!

Anita Gomes – Calha bem, porque o camarada Pinto Ribeiro anda a remodelar a casa de banho do ministério da cultura - que lá tinha sido deixada pelo bárbaro Carrilho - com umas faianças que sobejaram da exposição do Hermitage na Ajuda e que os russos não quiseram levar de volta porque os ratos tinham lá mijado dentro.

Amado – Outro!!

Prisioneiro - O meu nome é Rute Suleimano e era travesti de saias largas em Jericó.

Amado – E o que me conta o amável torturado das sevícias por que tem passado?

Prisioneiro – calcule o querido que me faziam cócegas com as plumas até eu dizer a password do Hotmail do Bin.

Amado – Que desfaçatez. Conseguiu resistir?

Prisioneiro – Impossível amor, a password era 'aicredo' e descobriram à primeira, foi assim que ainda foram a tempo de abortar o atentado aos croquetes que engasgaram o Bush!

Amado – bem… e como e onde pensa poder realizar-se aqui no nosso país?...

Prisioneiro – O meu sonho era ter um talco-show…

Amado – Como assim?...

Prisioneiro – Então… eu, por exemplo, convidava os deputados do PP, e eles vinham ainda tenrinhos e humidozinhos e eu secava-os em directo…

Amado – Não sei se isso será possível, mas julgo que podemos colocá-lo num programa de apoio à indústria automóvel a polir tubos de escape na garagem do Mano el-Pinho, se lhe convier.

Anita Gomes – O seguinte!

Prisioneiro – O meu nome é John al-everage e antes do degredo vivia em Bay Lout a gerir fortunas.

Anita – E como se deu pela ilha com as terríveis torturas e privações que lhe impuseram? E ainda para mais depois de ter sobrevoado ilegalmente países livres onde se podia comer bitoque com ovo e arroz basmati sem nos perguntarem onde é que o Bin se abastecia de roupa interior e palitos de la reine?

Prisioneiro – Um pavor! Chegaram a obrigar-nos a preencher as fichas de avaliação da dra milurdes sem poder ver a telenovela!

Anita – Revoltante! Como poderemos compensá-lo dessa experiência degradante?...

Prisioneiro – O meu sonho era poder escrever um grande romance sobre a decadência da sociedade de opulência e consumo e inclusive a oscilação da euribor.

Anita Gomes – Está no país certo. Aqui apenas uma sobrinha estrábica dum sapateiro ali aos Anjos é que ainda não editou um romance. Fica então por cá e arranja-se-lhe de certeza uma quartinho no salão de cabeleireiro do dr Amado.

Amado – Venha o último!

Prisioneiro – Judas Ex-cariotes, prisioneiro e traidor profissional de judeus hesitantes.

Amado – Não esperava vê-lo por aqui…mas… que nos pode contar que possa descrever a sua experiência?

Prisioneiro – É uma longa história, mas ultimamente o meu ‘beijo de judas’ caiu um pouco em desuso e costumam usar mais antrax, ogivas e outras brincadeiras. Fui-me adaptando.

Amado – Mas que torturas especiais lhe infringiram?...

Prisioneiro – Bem… eu era infiltrado sabe… fazia de ex-bombista, - mas aquele fato alaranjado por dentro era do mesmo material que as tshirts do Cristiano Ronaldo – e tentava sacar aos outros o código do pacemaker do bin laden…

Amado – Judicioso, de facto…. Nem sei bem como encaixá-lo na nossa comunidade de fraternal harmonia que é Portugal, reino de beatos e leais condestáveis.

Prisioneiro – Deixem lá, não há problema, em fico bem em qualquer cantinho, uma mesa corrida e uns paposecos chegam-me para continuar a fazer história.

Amado – Bem, só se for lá no conselho de ministros…mas, espera lá, o avozinho das finanças pediu-me um tipo para ir pôr óleo de fígado de bacalhau naquelas pevides que o Medina Carreira parece estar sempre a mastigar nas entrevistas…

Prisioneiro – Não sei… agora na Grécia estão a pagar melhor… se calhar vou antes especializar-me em queijo feta!

Amado - pois.. e para concorrer com o Partenon... o mais parecido que temos é o novo cais das colunas; compreendo.


Sócrates tinha deixado fugir Ex-cariotes por falta de verba, mas mesmo assim era agora a vanguarda na recuperação de ex-pseudo-terroristas com o programa Guantanasmus; e com Chavez sem graveto para pagar o material informático, sabendo-se dos mais elegantes do mundo, e com a Bruni eventualmente a cansar-se de Nicolau... enfim, o mundo dá muitas voltas.

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gogol moments

A melhor coisa para se ter memória é dum cheiro. Melhor que música, melhor que palavras, melhor que fintas do maradona, melhor que festas no cabelo. Um cheirinho, um cheirão, um odor penetrante, essa filh’da puta de sensação que nos impregna o ser até ao tutano, passando por todo o lado sem pedir licença nem deixar cartão de visita. Daí que seja tão bom cheirá-lo de vez em quando sem ser com a memória, cheirá-lo de nariz mesmo, fazer loopings d'olhinhos, recarregar a alma dessa coisa que depois – já se sabe - nos vai perseguir como um rinoceronte insolente a fazer estremecer as entranhas. Se me roubarem esse cheirinho vou ter com o Criador e peço-lhe explicações. Por enquanto passeio-me por dentro, mostrando-lhe os melhores recantos, os sítios onde quero que esse cabrãozito fique sossegadinho à espera de que eu o chame quando mais precisar.

(fotografia gamada em joyceimages.com)

Feno Prof

Qualquer cidadão normal, enquadrado num, soi-disant, agregado funcional estável (unidade sociológica que se caracteriza por não satisfazer os critérios necessários para alimentar uma reportagem da TVI), quando olha para o Estado reconhece-lhe três missões primordiais: aturarem-lhe os filhos, removerem-lhe o lixo, caparem os pedófilos.
Quando a mãe natureza nos induziu à procriação e consequente ilusória perpetuação da espécie, (esteja ela em progressão, regressão ou mero encavalitamento com as outras) subentendeu que em paralelo existiria uma curiosa sub-espécie denominada de professores, e que se encarregaria de aliviar os casais-copuladores-de-esperma-e-óvulo da parte mais maçadora da sobrevivência da dita espécie: educá-la.
O tal de professor deveria assim ser respeitado e mantido numa reserva ecológica, bem nutrido, desinfectado, sexualmente saciado, e com formação específica nas áreas dos agentes alucinogénios, anestesiantes, enfardamento de palha e manipuladores de consciência em geral; pura e simplesmente não se deve depositar esperanças na educação em liberdade. Em liberdade um gajo pode caçar, mijar, lançar papagaios, engatar professoras em cima do feno, ou ajudar o capuchinho vermelho; educar-se, nunca.
O mito arcaicizante da educação em liberdade tem produzido mais equívocos que a contratação de secretárias com mini-saia. O livre pensamento é apenas uma aparente condição neuronal – até bem delimitada pela caixa craniana – e está destinado a ser devidamente controlado e enquadrado por essa corporação de eleitos e protegidos, e que apenas devem prestar contas a Deus nosso senhor, pois o seu, deles, desígnio foi construído à imagem e semelhança das melhores páginas do Pentateuco ilustrado. E em falhando na educação programada, planificada e iluminada, cuidado, ao Estado apenas sobrarão os contentores ou a catana.

(na foto Doris Day e Clark Gable)

Bailoutame mucho

Considerando que a mera soletragem de BPP já dá ares de cuspidela de pêlo púbico (pêlo de cona, como se diria na literatura moderna), considerando que dizer mal de Maria de Lurdes seria dos poucos assuntos que ainda manteria Mario Lino acordado, – juntamente com o sorriso de Mariano Gago – e considerando que há vários ministros de que já ninguém sabe o nome a não ser que inaugurem salas de desfibrilação no museu berardo, considerando isto tudo por atacado ou separado, julgo que actualmente os conselhos de ministros se devem resumir a sequelas de sketches humorísticos. Sócrates gesticula com a mãozinha a fazer pose de cancela de passagem de nível, Pinho faz de Paulo Bento recomendando pia e epidurálica tranquilidade aos agentes económicos, e um outro qualquer avia um ‘vai mas é trabalhar’ ao Pinto Ribeiro, articulando aquela fala de boca a mastigar ranho de urso pardo, enquanto o Luis Amado (haja quem) sibila com o seu ar diplomaticamente enjoado o já canónico 'não havia necessidade' entre duas afagadelas de melenas. Antigamente ainda se governava para as notícias, mas hoje governa-se para as piadas. Hoje olha-se para um político e imagina-se automaticamente uma cena gaga: saímos da sociedade mediática e entrámos na sociedade da chalaça; um banqueiro falido lança um manual de gestão de fortunas no dia em que se deixa bailoutar, um ministro que se demitiu quando caiu uma ponte faz-se presidente duma empresa de obras públicas, um conselheiro de estado trafica desculpas com um vice-governador dum banco central, até os lampiões voltam ao 1º lugar da liga; olha-se para a realidade e já não se descobre às primeiras onde começa a anedota e onde acaba a desgraça.
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(imagem de palhaço de Bernard Buffet)

Vista de perto, toda a gente é monotonamente diversa


(frase de F. Pessoa, no 'Livro do Desassossego', nº83; imagem de 'Hunger')

O medo intermédio

Cedo o homem começou a torcer o nariz aos deuses que a sua imaginação concomitantemente forjara. O medo e a sua prima incerteza começaram a ser variáveis com muitos matizes, e as explicações decorativas sobre o funcionamento do mundo foram aparecendo a bom ritmo; inventou-se o cepticismo, o optimismo e a vaselina. A dado momento foi necessário introduzir na equação o, tão sofisticado quanto básico, problema da finalidade. Depois de algumas noites mais mal dormidas e de outras tantas fodas mal dadas o homem concluiu que a dita finalidade não lhe ajudava de forma conclusiva à equação, mas atribuiu-lhe, pelo sim pelo não, um papel contabilisticamente honroso, se bem que fora do balanço. Ficou então destinado que apenas sobreviveriam às crises e aos malogros da espécie: o grupo dos compulsivamente progressistas e de credulidade infinita, - que em geral atraía os espécimes com aparência de maior generosidade - e o grupo dos estruturalmente conservadores e de desconfiança olimpica, -que em geral atraía os de aparência mais inteligente; no meio pululariam gerações e gerações dos chamados indivíduos intermédios, que de tão fodidinhos que vivem o mais que podem aspirar é a que a ignorância e a sonolência os proteja. E assim o medo passou de variável fundadora da civilização a regra distintiva de civilidade e boas maneiras.

Não nos afastemos da fotografia tipo passe

O homem cedo descobriu que tinha de fazer pela vida. Mas imediatamente se deu também conta de que os problemas iam surgindo tanto de dentro como de fora. Com progressiva estranheza constatou que os problemas que se originavam no seu interior eram mais perturbadores que as adversidades externas. Cada vez mais incomodado consigo mesmo foi alimentando crescentes fantasias de si próprio - na arte, na ciência, na religião, na família, no espelho. O resultado está à vista: não temos tendência a ficar bem em fotografia nenhuma, focamos mal e trememos constantemente com o tripé. Somos a prova viva de que entre um torneado lombo renascentista e uma repugnante víscera baconiana vai a distância duma pincelada mal dada. É absolutamente ilógico e bacoco pensar que não há Alguém a tomar conta da gente.

Misererenobispatia

Após a descoberta do pecado (Gen, 3, 6-7, por exemplo) rapidamente se formaram duas correntes: a fatalista e a oportunista; do pecado apenas poderiam então advir duas trágicas – e cómicas – consequências práticas: ou estávamos lixados porque ele nos transportava para uma condição de eternos condenados mendigando avulsamente perdão e remissão, ou lixados estávamos porque era na luta insana contra a tentação e a queda onde deveríamos encontrar a finalidade ad-hoc para a nossa vida; em comum a ambas: a distinta condição merdosa. Ora o homem ainda em estado primitivamente esclarecido e habituado às agruras da mãe natureza e respectivas pintelhices, ora inundação-ora seca, libertou-se deste espartilho criando regras criteriosamente definidas e ditadas no essencial pela fome, tesão e cagaço. Quando se deu conta de que apenas a primeira tinha uma solução duradoira e estável, doirou a pílula criando aquilo a que mais tarde se veio a chamar de cultura. Mas quando o pecado se viu rodeado por essa coisa enfarinhada, enrolou-se e tomou o caminho óbvio: frigideira. Ainda não saímos dessa fase: fritos; em panadinho.

E com este post inicia-se oficialmente a época misantrópica

O homem moderno é a pior construção do homem moderno. É um animal preso a debilidades psicológicas, desgostos de amor, manipulações mediáticas, procuras de identidade e adolescências. Foi incapaz de se realizar apenas com as fragilidades cósmicas do frio, do vento, e da chuva, incapaz de se limitar a procriar, alimentar-se e aquecer-se, incapaz de se satisfazer com mitos simples e duradoiros encontrados na mãe natureza; numa palavra: incapaz. Quis refinar o amor, fodeu-se; quis refinar a liberdade, fodeu-se; quis refinar a religião, fodeu-se; quis refinar o bem-estar, fodeu-se; quis refinar a consciência, fodeu-se. O homem moderno agora tem de crescer, tem de amar, tem de realizar-se, tem de respeitar a liberdade dos outros, tem de gerir os seus sonhos e as suas privações, tem então de fazer milhares e milhares de merdas sem saber ao certo o que significam, nem para o que servem. O homem tornou-se numa filigrana mais pesada que uma bigorna. Já não precisamos de precipícios para nos despenharmos.

Banco Romeu e Caixa Julieta

Contra os conselhos da paternidade reguladora um private banking apaixonou-se por uma caixa de crédito agrícola. Namoraram vários anos às escondidas, fora do perímetro contabilístico, até que se expuseram em excesso aos mercados e tiveram de assumir a relação. Aproveitaram um veículo que tinha ficado adormecido depois de uma tomada de posição agressiva em cimenteiras do norte de África e fugiram levando apenas os trapinhos que tinham no balanço. Viveram períodos de paixão arrebatada, com pouco eram felizes, meia dúzia de clientes fiéis e algumas relações que não lhes exigiam alvará bastavam-lhes para cumprir diariamente o voto eterno de fidelidade em torno de um amor, um spread e uma cabana. Mas um dia o mal parado também lhes haveria de bater à porta e o romantismo da caixa de crédito começou a vacilar. Tinha sonhos de um dia também poder entrar para um ou outro Project finance, nem que fosse uma barragem, ou mesmo um projecto de rega gota a gota. Tudo coisas que um private banking não pode dar pois precisa da aventura para respirar. Apareceu então um banco público que tudo isso lhe ofereceu e ela facilmente se deixou nacionalizar; mesmo sabendo que assim seria apenas mais uma, e nunca mais poria as mãos num produto estruturado nem alavancado; o mais que poderia agora ambicionar era um dia ser escolhida para colateral. E ele assim, impotente e sem glória, deixou fugir a caixa amada da sua vida para os braços duma rede de balcões.
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Boas práticas & Equilíbrio sistémico

Penso que se conseguíssemos encontrar e condenar alguém que fosse banqueiro-pedófilo-presidente-de-clube-de-futebol-autarca arrumávamos os assuntos todos duma só penada e com menos despesa e maçada. Em Portugal a malandragem nunca leva a coisa completamente a sério e mantém sempre na sua vida zonas nebulosa, legal e irritantemente saudáveis, nichos de honestidade e bons costumes que em nada os dignificam, nem à nação que maternalmente os alberga. Inclusivamente a nova moda de branqueamemto de dentes, transformou, de forma obscena, os crimes de colarinho branco em crimes de canino branco. Não dignifica, repito. Depois de Pablo Escobar é muito mais difícil ser malandro. Todos me parecem escanzelados, todos me parecem de ejaculação rápida, todos me parecem maus de boca e, não raras vezes, já nos surgem com problemas cardio-vasculares. Ora quem não nasce com mãos de cozinheiro deveria ter mãos de justiceiro, e qualquer cidadão de tendências exemplares que se preze deveria, pelo menos uma vez na vida, e para além de plantar uma árvore e dar um pum num elevador, sacar a confissão pública dum malandro, eventualmente coadjuvado pela Judite, mas a de Sousa, se estiver bem penteada. Cumpre por isso encontrarmos um malandro global, de dentes devidamente amarelados, ainda sem vocalizações cavernosas e de preferência fatos C&A dois números acima. Evitemos gente séria e educada porque demoram mais tempo a desossar.
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Danoninho country

Numa semana quase prendemos o oliveira e costa dos mirós, quase pusemos a pão e água o rendeiro das fortunas, quase extraditámos o vale e azevedo, quase limpámos a casa pia, quase reformámos o constâncio, quase reformámos a ferreira leite, os jogadores do estrela da amadora quase receberam os ordenados, os lagartos quase marcaram meia dúzia de golos com o Barcelona, e os professores quase que disseram que não se importavam de ser auto-avaliados.
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Easy Come Easy Stay

Deus, ao contrário do que a piedade, o bom senso, e o temor me levariam a afirmar, é muito previsível. Ou seja, just after de eu ter definitiva e arrogantemente despachado o meu corrimento sobre a suposta melhor música que me acompanhara durante este ano que o calendário e o movimento de translação farão estrebuchar no trintaium-do-doze , é evidente que Ele me haveria de esfregar no trombil o verdadeiramente and truly melhor disco do ano. Nem esperou pelo Natal.



Sol na moleirinha em Novembro, Natal em Dezembro

No que concerne a balanceamentos de ano vou já despachar o musical; do que ouvi, designadamente, e do que não ouvi, mais consignadamente – pois quando não se está muito confiante deve-se trabalhar à consignação. Ora, e já para arrumar um dos departamentos técnicos mais controversos, o do melhor disco que não ouvi do ano, será o dos ‘Mercury Rev’, o corrector automático está sempre a corrigir para ‘ver’ em vez de ‘rev’ - tudo o que é automático é estúpido, já se sabe; os rapazes vêm cá este mês mas não os vou ver, perfiro, adoro e prefiro escrever perfiro, preservar (abençoado corrector automático que me está também sempre a salvar esta palavra) aquelas merdas a que chamam de a memória & imaginário, e o disco até tem pinta de ser bom no género fode-imaginários. O primeiro primeiro (o corrector aqui estrebuchou um pouco com a repetição) melhor disco que acompanhei do ano foi o dos ‘American Music Club’; inclusivamente gostei! Ser bom não implica que se goste, reparem na subtil subtileza - vão mesmo reparar, vão; (adianto já que o melhor disco de fado do ano foi o dos discursos da Ferreira Leite); foi um parênteses, estou-me a desviar, os parênteses desviam-me muito, são piores que os travessões; vou então para o segundo primeiro melhor disco marcante do ano, following a ordem cronológica da minha esclarecida audição (agora por acaso pus a tocar o dos Calexico, é previsivelmente mariachi-pirrónico, e ouve-se nessa base, que é sempre uma boa base, saliente-se, mas não conta para o ranking, por mero capricho pessoal pois nunca gostei do nome Calexico, soa-me a protuberâncias nas zonas nodosas dos pés) temos o dos ‘Last Shadow Puppets’- para perceberem a sequência da frase têm de recuar ao antes do parênteses; queria referir desde já que este blog-foi-o-primeiro-blog a colocar aqui uma entubada destes gajos ao alcance do visionamento of all-over-of the portuguese blogosphere; com pêagá, pay atention. No entanto se vos perguntarem qual é o disco que levariam para uma ilha deserta não escolham este, optem, com ganho, antes pelo dos ‘Get Well Soon’, o disco que mais ouvi durante o ano, principalmente ali pela altura do período das idas à praia, também chamado de verão, e se este ano não tivesse sido bissexto diria que este tinha sido o meu disco do ano, mas a bissextualidade do ano impede-me tal arrojo, e há que respeitar as opções de sextualidade de cada ano, acrescento inclusive que este método da escrita espontânea dá imensa canseira, não aconselho, principalmente a quem tem putos a pedir assistência nos trabalhos de casa; procriem, advirto-vos e estimulo-vos, mas procriem com critério, acautelem-se de que os putos já desabrocham com os trabalhos feitos e, se puderem, também já com o rabo limpo; dito isto vem mesmo a propósito falar-vos daquele que pode passar por ser o tal quarto primeiro melhor disco relevante do ano que é precisamente o tal disco dos tal ‘Fleet Foxes’, que, como dizem os estivadores da critica musical: merecem uma audição cuidada; são uma espécie de ‘Segreis de Lisboa’ mas a cantar na língua da britney spears e da mónica lewinsky; de caminho o itunes informa-me timidamente que a música mais ouvida por mim neste ano e sob a alçada do referenciado programa terá sido o ‘finding you’ dos Go-Betweens, - confesso que não me dei conta - e o ‘arabesque 2’ do Harold Budd vem num honroso 2º lugar; quando acabar este post alzheimerdoso vou certamente ouvi-las outra vez; e acreditam que a 3ª musica é da Cat Power? Pois não acreditem porque não foi; assim posso justificadamente passar para o quinto primeiro melhor disco que me acompanhou do ano e que é priçaiceli o ‘September Of My Years’, composto praticamente este ano pelo Frank Sinatra depois dum lanche crepuscular com a Hilary Clinton e depois de lhe ter dito que não há ‘reazon to cry’ (essa sim a terceira música mais ouvida do ano, fodasse, que neura de ano); não podia no entanto passar já à sétima melhor primeira música do ano sem vos ter dito qual era a sexta melhor primeira música do ano, e que está em regime de aexequo ( bem, o corrector automático agora aqui até tremia que nem um software de downloads ilegais) com a anteriormente referida e que agora acabei por me esquecer de ambas com este paleio, pelo que tenho de avançar já para o oitavo primeiro melhor: o disco dos ‘Silver Jews’, um belo cabrão dum disco, tecnicamente uma pérola na linha dos seus anteriores, - fodasse, nem acredito que escrevi isto - capaz de fazer qualquer um esquecer que isto realmente não é um mundo apresentável a qualquer visita. Por praticamente último, ou pour pratiquement dernière se preferirem, e nono primeiro melhor, neste balanço do ano em Novembro, e que até já vem atrasado pois qualquer balanço decente e que se preze não deve ultrapassar o dia de Todos os Santos, vou colocar um disco que vocelências infelizmente só agora começastes a ouvir porque estais ocupados com as conferências de imprensa do Paulo Rangel, e que é, nem mais nem menos, que o disco dos ‘Beach House’, um disco paneleirosamente ambientófilo, género Wilco, mas sem nada rigorosamente que ver e sem verbas para dablius. Com tanta atenção que me estão a dar vocês cansam-me. Se quiserem agora, e querem, vou referir-me ao décimo melhor primeiro escort-cd of the year, apesar de ter sido altamente tramposo como disco, mas seria de contornos imorais não colocar um disco dos ‘Magnetic Fields’(vénia) no personal top dum ano em que saiu um disco dos ‘Magnetic Fields’ (vénia), fica assim combinado que coloco um disco dos ‘Magnetic Fields’ (vénia) nesta posição de destaque, apenas a duas não kamasutricas posições de distância da dúzia, o ainda não referido disco ‘distortion’, dos ‘Magnetic Fields’ (fodasse, já não posso das costas), não me lembro se já vos tinha falado aqui deles, que inclusive tive ocasião de ouvir este ano no concerto da Aula Magna, ao qual arrastei a minha filhinha mais velha; tendo ficado num lugar mesmo atrás dum couple de paneleiros; que inclusive. Mas como havia pazadas de lugares livres só lá fiquei afinal porque certamente quis; chama-se a isto frontalidade inclusiva; ou pudor de me levantar e sentar ao lado de duas fufas de preto que eram a alternativa mais viável sem me espalhar pelas escadas, mas eram as duas escanzeladas, e eu acho que em casais de fufas pelo menos uma devia ser um bocadinho mais cheiinha. Esta escrita automática é uma trabalheira e dá-me cabo dos nervos, mas se ainda tivesse de escolher um décimo primeiro melhor primeiro disco do ano, que se pensa, e tudo aponta, vá terminar no próximo dia 31 de Dezembro mesmo com a crise, escolheria o disco dos ‘Elbow’ que foi afinal o disco que me acompanhou no dia em que fui a Fátima. O disco do dia em que vou a Fátima é sempre um dos discos do ano, isso já é uma regra oficial, inclusivamente benta. Não era no entanto de bom tom que me dispensasse de vos confidenciar que o twelve-better-first-best se assumiu sem quaisquer rebuços, não sei mesmo se já tinha apresentado algum rebuço até agora, como sendo o disco recente da ‘Charlie Haden Family’, tipo miminho, uma coisa que tem mesmo de ser ouvida pois contada nem tem graça, e livrem-se de sequer pensarem que não presta senão «em seis meses meto tudo na ordem e depois que venha a democracia». Como se constata foi um ano praticamente embeded of mainstream, li inclusive vários livros da editora Sextante e ouvi uma ou outra música do Serge Gainsbourg, até porque, já se sabe, foi grainsbourg a grainsbourg que encheu a brigitte o papo.

Os bolds em destaque são da minha inteira responsabilidade.
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Cucurbitantemente


Foi batido o record pessoal de 127 gramas, seguidos e bem mastigados, durante a audição dos 3. 47 minutos de ‘As Long As I Can Hold My Breath’ de Harold Budd, do incontornável - tanto seja pela esquerda como pela direita - ‘Avalon Sutra’ , do ano de tutauzand'for.
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‘Um fogo lento a trabalhar por dentro das árvores’

De tempos a tempos é também de muito bom-tom citar o ‘dias felizes’; mas sem abusar:

«Há uma cacofonia no ar. A palavra (…) perde-se e as imagens empobrecem»

«Arqueólogos israelitas descobriram um texto em hebraico com 3000 anos. Se a notícia está correcta, “julgar”, “escravo” e “rei" foram as primeiras palavras decifradas»

«O Princípio da Incerteza começa numa capela. As capelas são mais secretas do que as igrejas, não têm o fausto dourado, e ao silêncio juntam um certo abandono — parecem casas de arrecadação velhas, talvez o sejam, em parte.»
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Dabliu.

Estranhei imenso não ver por aí citado o artigo de Rui Ramos no Público de anteontem. Esperei, esperei, mas nada. E foi uma prosa shaken, not stirred, que merece uma repescagem:


«vão chegar ao fim oito anos de simplicidade, um tempo em que todos os problemas do mundo tiveram apenas um nome: George W. Bush»


«O ódio ao presidente americano foi a mais próspera indústria intelectual do planeta»


«Há que admitir: não é fácil imaginar alguém mais adequado para o papel de bode expiatório universal»

«os problemas que forçaram Clinton e Bush a ser quem foram não acabaram com as presidências deles. Em breve, teremos de lhes dar outro nome»
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agora que o MEC voltou à estrada

reparem neste Quino


em 1977, no 'Homens de Bolso'

Magaglianes

«(...) lui, come bon pastore, non volse abbandonare lo suo gregge (…) Spero in Vostra signoria illustrissima [che] la fama di uno sì generoso capitano non debba essere estinta ne li tempi nostri. Fra le altre virtù, che erano in lui, era lo più costante in una grandissima fortuna che mai alcuno altro fosse al mondo: sopportava la fame più che tutti gli altri, e più giustamente che uomo fosse al mondo carteava e navigava, e, se questo fu il vero, se vede apertamente, niuno altro avere avuto tanto ingegno nè ardire di saper dare una volta al mondo come già quasi lui aveva dato. Questa battaglia fu fatta al sabato ventisette de aprile 1521 (il capitano la volse fare in sabato, perchè era lo giorno suo devoto), ne la quale foreno morti con lui otto de li nostri e quattro Indii, fatti cristiani, da le bombarde de li battelli, che erano dappoi venuti per aiutarne; e de li nemici se non quindici, ma molti de noi feriti»


in ‘Relazione del primo viaggio intorno al mondo’, do italiano Antonio Pigafetta, um dos 18 sobreviventes da viagem de circunvalação, descrevendo Fernão de Magalhães, ‘Magaglianes’, após a sua morte em combate a 27 de abril na ilha de Mactan, nas Filipinas, na língua de dante, caravagio, cicciolina, berlusconi, umberto eco e roberto baggio. (liberliber.it, pg 25); e registe-se ainda com agrado que «de li nemici se non quindici, ma molti de noi feriti» tem uma boa musicalidade para acabar qualquer tipo de texto.

[«revela domínio restrito da história e filosofia da área científica a que se refere o estudo»; pfff.]

T.P.C.

O mainstream de turno tem sido bastante injusto com a epopeia neomagalhânica do nosso Sócrates. Não só penso que ele esteve bastante bem na divulgação do seu produto, - certo no timing, no tom, e na metonímia - como colocou o mito no ponto de rebuçado, ou seja, com a pitada de ridículo e a pitada de no sense no registo certo, tal como deixou em aberto uma nova revolução lexical que eu hoje pretenderia destacar. Se atentarmos bem em todo o potencial ero-gramatical que o presente do indicativo do verbo 'magalhar' já revela (eu magalho, tu magalhas, ele magalha, nós magalhamos, vós Magalhães, eles magalham) não será de estranhar que o Dicionário não ilustrado – ‘pensando no produto com maior extensão’, nas entradas 1261 a 1271 - agora se debruce sobre a nova terminologia do Portugal pós revolução magalhânica, o verdadeiro copérnico da nossa modernidade léxica.

‘já te magalhava toda’ – expressão de natureza viril que expõe toda a propensão masculina para fazer realçar na mulher as suas propriedades terapêuticas, e inclusive de sensibilidade criativa, metade virginias e metade wolfes, já se sabe.

‘ está aí uma bela magalhandrice’ – frase de alcance variado, mas que pode ser utilizada tanto na introdução de legislação pirata sob a capa do Orçamento de Estado, como em campanhas publicitárias onde, por exemplo, a Soraia Chaves segure um portátil entre as pernas enquanto com uma mão ajeita o fecho eclair ao Ivo Canelas e com a outra o laço ao Nicolau Breyner

‘vou bater um magalho’ – Prática com leves insinuações de índole onanica, mas que pretende referir-se ao registo introspectivo de alguém que julga deter a verdade e o destino, e sobre os quais depois fará fluir a sua verve esponjosa e ejaculativamente.

‘o magalhadinhas’ – Expressão devedora da obra de Aquilino Ribeiro e que pretende definir uma espécie de gadjet que transforma qualquer produto das novas oportunidades num assessor do governo.

‘magalhas-me o juizo’ – Expressão proposta pela ERC para rodapé a introduzir nas peças tele-jornalísticas que tenham mais de 15 segundos a falar dos contentores, do Sousa Tavares e dos estivadores.

‘ide para o magalho’- Opção a introduzir doravante em todos os boletins de voto, quaisquer que sejam as eleições, e que tenha igualmente direito a ser contemplada nas sondagens comentadas por aquele senhor que já foi da UGT e que agora também comenta as fífias do Paulo Bento.

‘passas o tempo na magalhofa’ – Frase a ser utilizada pelos encarregados de educação sempre que os filhos passem horas agarrados ao computador, levando o plano tecnológico a substituir o que outrora, com elevado sucesso, alcançavam as revistas pornográficas escondidas por entre os livros do Júlio Dinis.

‘coçar os magalhos’ – Momento de sublimação da masculinidade como estado contemplativo da natureza, e que já mereceria uma nova nomenclatura, devidamente baseada em processadores de 32 bits e que não coloque as virilhas em carne viva.

‘cada macaco no seu magalho’ – Refere-se esta expressão à moderna técnica da governação política, em que o líder iluminado faz chegar por uaireleçe a todos os seus assessores as linhas gerais, que imediata e sofetuericamente se desdobram em pequenas e bem definidas instruções, que todos devem respeitar meticulosamente para que nada se perca nas suas pobres e limitadas cabecinhas.

‘Estamos metidos numa bela magalhada’ – Com o desgaste semântico que levaram as palavras ‘crise’ e ‘crash’, era necessário reinventar o momentum sem perder o toque trágico-cómico que têm aquelas situações da História onde franceses minorcas casados com modelos sonham ser novos napoleões, ou chernes euro-encartados sonham dominar os tubarões.

O ‘magalho’(como unidade monetária) – Em fase de novas incertezas sobre o valor da moeda poderemos perfeitamente fixar um novo padrão como: o ‘Magalho’. Serviria, por exemplo, de novo indexante para salários mínimos, ( ex: 100 magalhos, e daí um bitoque com ovo nunca poderia exceder 1 magalho, para todos poderem comer diariamente um bitoque e ainda sobejar para um LCD resistente a mijadelas do Chavez) e serviria também de indexante para o serviço de transporte ( e aproveitávamos para achincalhar a espanholada, por exemplo um bilhete de TGV para Madrid só poderia custar 2 magalhos e 50 colombinas, ficando-se igualmente logo a perceber que um Colombo é um cêntimo do Magalho); e etecéteras e tal.

[sem borrões nem rasuras]
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Catecismo para sex-simbols


A maior obra da humanidade é a Teologia Cristã. Assim, a maior prova que um homem tem para a sua vida é saber confrontar-se com ela, a Teologia Cristã, sem se arrepiar, nem ganhar erupções cutâneas, nem se enfadar, nem abusar dos salgadinhos. No fundo, deve enfrentá-la tal como as pernas duma mulher enfrentam a descida dumas escadas rolantes avariadas: com pose vaporosa, hesitante mas vigorosa, e sabendo que o risco de se estatelar é igual ao risco de deslumbrar; a sua verdadeira prova de fogo.

Todos sabemos que Deus está presente nos ambientes mais diversos, desde a majestosa cúpula duma catedral de gótico rendilhado até à mais recôndita sala onde se façam colonoscopias sem anestesia, no entanto, estou em crer que Deus aproveitou a primeira refeição com piri-piri dum qualquer neantherdalio para se insinuar na sua alma entre os espasmos duma primeira hemorroidal assanhada; ou seja, os primórdios da Teologia Cristã fundamentam-se num ardor que o homem sente mas para o qual não encontra explicação na sua dieta mais arrojada; é o famoso e determinante binómio fundador da civilização: mistério & picante.

Desde o Pecado Original até à Santíssima Trindade, passando pela Comunhão dos Santos e pela Ressurreição dos Mortos, estamos perante algo onde nem 5.000 anos de quadros da Paula Rego e entrevistas do Lobo Antunes conseguiriam sequer chegar perto. Estamos obviamente perante o património mais valioso que o homem soube construir, e sem ajuda de quaisquer aditivos químicos, se excluirmos o cheiro a mofo dos conventos de carmelitas.

O mero facto de ainda hoje lermos, embevecidos, gajos que passaram anos a fio em quartos húmidos e a comer pão escuro, e que escreveram autênticos trillers escolásticos, e nos parecerem tão convincentes a explicar a metafísica divina quanto Sócrates a vender material informático, é mais uma prova cabal de que estamos na presença da grande construção da Humanidade (logo seguida, reforço, pela perna esguia da mulher, que tanto merece estar no tecto da capela sistina, como na barra dum bordel; adiante)

Pensemos no que seria o homem sem saber da existência duma queda primordial baseada numa trincadela de curiosidade e ambição, sem saber que para além dum Pai Criador e dum Filho Redentor (antecipando em milénios a especialização do trabalho), ainda existe um Espírito Santo que inventou a voz off e as línguas de fogo, mas que ao fim e ao cabo são todos o Mesmo. Existirão simbolismos que cheguem aos calcanhares dum beijo de Judas, existirão hipocrisias mais ternurentas que as negações de S.Pedro? Existirá Musa mais encantadora que a Graça, ou motor mais forte que o Livre Arbítrio?

O que seria hoje dum ateu se não tivesse estas referências, o que seria hoje do quessefodismo militante se não existisse uma Igreja cheia de vícios e paramentos debruados a oiro, o que seria hoje da pintura abstracta se no Renascimento não tivessem passado o tempo a dar patine ao Criador, o que seria dos grupos corais sem Lutero, o que seria dos computadores portáteis se Magalhães não tivesse enfiado com o Credo pelo cú acima de várias tribos de índios, o que seria do surrealismo se Jesus não tivesse sido tentado pelo próprio diabo. O que seria da mulher se não existisse o Pecado.
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cartoon de Quino em 'Bem, Obrigado, e Você', 1982
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Luna Park

«Todos os políticos estão de acordo que se os povos estivessem demasiado à vontade seria impossível contê-los dentro das regras do seu dever. (…) É preciso compará-los às mulas, as quais, estando acostumadas à carga, se estragam mais com um longo repouso do que com o trabalho. (…) Mas há um certo ponto que não pode ser ultrapassado sem injustiça: o senso comum ensina que deve haver proporção entre o fardo e as forças que o suportam. (…) (Assim) os soberanos devem, tanto quanto possível, valer-se antes da abundância dos ricos do que sangrar extraordinariamente os pobres»

Cardeal de Richelieu, ‘Testament Politique’, tradução portuguesa da ed. ‘Temas & Debates’, 2008, pags 189/190.

Resumo de Compulsões de Compensação & Transferência; para memória futura

Quino, 'Não me grites'


0,250 kg diários de pevides do pingo doce

September of My Years’, Frank Sinatra

Nºs de Maio a Novembro, por atacado, da ‘The World of Interiors’

Uncut’ especial Pink Floyd (insistência em Meddley)

Cópia manuscrita de textos de John Locke

Mercury Rev

Canja feita com meios frangos do Modelo e estrelinhas marca branca

Biografias e escritos avulsos de Richelieu

3 cx de Montecristos

Coetzee, Byatt, Némirovsky, Gray

Gelado de Baunilha (qualquer marca serviu)

História, Geografia e Costumes da Bretanha

Kurt Weill por Ute Lemper

Vinho semi-carrascão de Aveiras de Cima

Literatura variada sobre o dogma e mistério da Santíssima Trindade

gráficos em econompicdata.blogspot.com

Luna Park

'Nought loves another as itself,
Nor venerates another so,
Nor is it possible to Thought
A greater than itself to know:

William Blake, W. (1956). «A Little Boy Lost», XX. In Songs of Innocence and of Experience - Showing the Two Contrary States of the Human Soul. London: Methuen & Co. Ltd. (p. 36, excerto)

message in a bottle

«Homens de bolso», Quino, 1977 (adaptado)

Do you prefer a V shape, or a U shape?

[Indice Sophie & Julliette]

Os índices das bolsas sentem-se maltratados e diminuídos no seu bom-nome. Nos últimos tempos têm falado deles sem qualquer respeito, esquecendo-se da pessoa que está por detrás do índice. Um índice de bolsa tem sentimentos, por detrás dum indice não está apenas um número; tem direito à sua intimidade, têm inclusivamente direito a viver sem inibições a sua opção sexual, e a exigir do Estado uma protecção sem discriminações de qualquer índole. Foi assim então que os principais índices de bolsa também se reuniram de emergência numa cimeira que ficou marcada pela grande abertura de espírito e pela franca troca de ideias. Dona Pessivinte foi a anfitriã,

Dona Pessivinte – Companheiros e companheiras, esta é uma hora em que devemos estar todos unidos, devemos concentrar-nos naquilo que nos é comum e desvalorizarmos as divergências. Guerra ao estruturado, guerra ao alavancado, guerra ao colateral, ninguém a respirar pela boca, tudo a respirar pela fossa nasal. Hoje há Euriborlas para todos.

Mr. DauJones – Eu, I, and Myself, como representante of the market mais importante all over the world, queria aqui deixar desde logo my total solidariedade para com os mais piquenos, que têm sofrido na sua reputação because of my cólon irritado; it was not minha intenção, e farei everything que estiver ao meu alcance to help a repor a dignidade que nos é devida; um Índice não pode ser tratado as an artist com casa alugada na Câmara por dois euros. O meu enteado, o Nasdaque, apologies, mas não pôde vir porque ficou a jogar Xbox helping a liga de amigos da Microsoft.

Mme Caquequarente – Mon Cheris et Sarkozys, je vous aime a todos, tenho andado beaucoup angustié, et avec este ambient de grande aznavour et turbulence que até me faz mal à la piel, noutro dia na rua até me disseram que eu já parecia uma Caquecinquente. Valha-me Santa l’Oreal. Peut etre isto é beaucoup de sable pour notre camion.

Herr Dax – Caque, querrida, não te queixes, und ich bin com uma dor nas costas que nem queirras saberr, comecei a fazerr uma corrcunda a partir de Julho que agorra parra me endirreitar vão ser prrecisas duas semanas a Bailout Plus e a Ecofin injectável, conhecido como o viagrra dos índices.

Miss Nikei – Vocêles também me palecem todos uns bétinhos; eu cá, sei pelfeitamente o que é não vêle nada decentemente espetado pala cima há uma cagada de anos, e têle de me andale a entletele apenas a fliccional bem nas boldinhas do iene, no banco detlás duma calinha toyota.

Mr Footssee – Boys & Girls, estais all very tense, não é caso para that, o meu padrinho Gordon - que nuns dia está mais Gin, noutros mais Brown - give us muita confidence, e isto gonna be tudo muita bem bailoutado até ao Christmas. After that vêm os saldos no Harrod’s e depois é sempre a aviar.

Dona Pessivinte – Queridos, não sei como agradecer a vossa presença, e apesar de vocês todos me parecerem Berardos em várias línguas, penso que ficou claro que o mundo precisa de índices e indiças assim motivados, bem alimentados e com a sua privacidade preservada. Termos o nosso nome todos os dias ao pé das entrevistas com o Saramago em nada nos dignifica, e todos gostamos de chegar a casa ao fim do dia e podermos olhar de frente os nossos filhos, e inclusive parir futuros em condições dignas, sem os ter de dar à adopção a índices panascas.

Herr Dax – Saiba Miss Pessivinte que é uma honra estar na terra dum índice que deu novos índices ao mundo, onde gato e lebre coabitam na mais perfeita harmonia, sem clivagens sociais, nem xenofobias, e onde até Magalhães pode voltar à ribalta, sem negacionismos, nem engolimentos de sapos.

Miss Caquequarente – ‘Dasse Dax, vous été un graxiste du camandre! Cette Pessivinte la c’est une micheruquice de indice, tu voulez é metê-la no teu cabaz de protégées ! Grand Cabron. Un jour vou-te aos bofes e faço-te em cac's.

Mr DauJones – Babies, então !? That's not digno de índices que se want to give ao respeito, não tarda we all seems senadoras do Alasca! I've been péssimo da vesícula, inclusivamente i've to take nausefe todos os days por causa do enjoo que me provoca a volatilility, e sonho com um weekend de cama com gripe para não me chatearem.

Miss Nikei – Ai filhas, eu quelia mas ela um fim-de-semana numa ilha deselta com aquele Buffett, cledo, aquilo é que é um homem que eliça o pêlo a qualquele índiça

Bailoutem-me, mas com jeitinho

Quino, em 'Gente', no longínquo (!) 1978

João Maria Gustavo

Como é óbvio e saudável nunca repousei a minha santa vista em qualquer encarrilamento de letras produzido por esse novel-nobel apelidado de Le Clézio. Mas um nome daqueles pedia uma dignidade desse porte, convenhamos; se bem que me pareça, desde logo, um nome bastante mais apropriado para um Nobel da Química, onde tem havido um certo descuido onomástico; afigura-se-me mesmo um desperdício gastar um nome assim tão cientificamente griffável num Nobel que já serviria bem com um simples Smith ou mesmo um Antunes. Perde-se assim a oportunidade de vir a denominar Le Clézio a uma estrutura molecular, ou mesmo a uma vacina para a queda do cabelo; nem sei bem porque é que me lembrei da queda de cabelo. Mas a mulher chama-se Jemia; com jota, atenção. Já não me parece tão fino.

Apresento-vos então a curva Roth-Delilo: -25% em 9 dias.


Sacado em bespokeinvest.typepad.com


dum tal de Larry Wright, do The Detroit News, e gamado em cagle.com. O plano nacional de leitura deveria passar a incluir a nova colecção do porquinho. 'O Porquinho desvalorizado', 'O Porquinho descapitalizado', 'O Porquinho no crash', 'O Porquinho insolvente', 'O Porquinho no Bailout', 'O Porquinho intervencionado', 'O Porquinho falido' e o 'Porquinho na bancarrota'.

Subprime Neighbourhood


Para desanuviar dos gráficos deixo agora aqui um singelo fluxograma da crise, (que até podia dar inclusive para fazer uma bela tshirt) explicando como, em dois anos, se pode passar de 600 biliões de hipotecas de merda, a carradas de triliões de merda sem hipoteca. No fundo, o graveto do bailout , que hoje não cabe na cova do dente da bolha, há coisa de dois anitos dava e sobejava para comprar e oferecer as casas todas ao pessoal do Bairro do Subprime



(Apanha-se em http://www.thedeal.com/newsweekly/features/chain-of-fools.php)

Como quem não quer a coisa, o dicionário não ilustrado vai fazer uma visita guiada à nouvelle cuisine mais velha do mundo. (entradas 1251 a 1260)

Segmentation – Sofisticada operação que visa chamar os bois pelos nomes sem os ofender muito

Securitizing – Técnica de arrebanhamento que põe as ovelhas a confraternizar com os lobos maus sem dar cavaco ao pastor

Leveraging – Preparação de pezinhos de coentrada sem coentros e nem pezinhos

Asset Backing – Técnica de refogado de passivos concretos que os transforma em activos indefinidos sem precisar de muito tomate

Warehousing – Técnica de camareira especializada que transforma uma confusa dispensa de hospício na sumptuosa sala de jantar dum hotel

Tranching – Clássica técnica da cozinha familiar, em que o fino fatiamento conduz ao melhor rendimento

Collaterizing – Processo pelo qual a minha canjinha fica sempre melhor com a galinha da vizinha

Combining - Movimento artístico que visou dar à gastronomia financeira a mesma dignidade do surrealismo.

Matching – Processo de enriquecimento fluido e progressivo, mas que no final se verifica que estão todos bem borrowedinhos.

Castelling - Método em que, depois de se retirar a gema ao mercado, se ficam a bater as claras até fazer o efeito clássico do farófia asset


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Yahoo

Os momentos de volatilidade, crise & ignorância são os que produzem os melhores gráficos. O mundo, irritado com as derivadas em regime de monótona previsibilidade, revolta-se e quer-se descrito de forma mais criativa, Decartes não passou frio e outras privações pélvicas para desperdiçarmos a sua criatividade com grafiquetas fatelas, tanto mais que, ainda por cima, bastam duas variáveis para se montar uma festa.

Aqui, por exemplo, num gráfico em condições gamado em econompicdata.blogspot.com


mostra-se que quando o famoso índice de volatilidade VIX (CBOE Volatility Index) atingiu valores elevados, quase sempre se seguiram meses de alta valorização.

Ora ele apresenta neste momento um valor record bem acima dos 50 (!) (às 11.00 AM de NY); estamos, pois, num ano Olímpico. Caso para o dicionário não ilustrado se voltar a pronunciar. (entradas 1243 a 1250)

Acaso – Designação físico-filosófica duma merda que ora nos sodomiza ora nos lubrifica

Incerteza – Designação corrente para uma merda genérica que pode justificar perante terceiros uma calinada particular.

Volatilidade – Designação artística para uma merda que nos fode sem dar tempo para aliviar os joelhos

Risco – Designação paneleira para uma merda que, basicamente, nem se sabe se é uma boa merda.

Medo – Designação poética para um rabo que de repente descobre que também é cu

Pânico – Designação jornalística para a situação em que um grupo de cus recentes descobre que não é tão cedo que voltam a ser meros rabos.

Recessão – Designação da ciência económica para a situação em que o número de rabos é inferior a 10% do número de pilas durante dois trimestres seguidos

Crise – Designação académica para os momentos em que os rabinhos já podem descansar que as pilas já estão satisfeitas.

(estará, outra vez, demasiado sintético?)

[actualização]

‘Vocês sabem do que estou a falar’ moments

O Dow Jones, hoje, no mesmo dia em que vai outra vez abaixo dos 10.000, numa hora subiu praticamente 500 pontos.

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«J'ai mangé mon rayon de miel, j'ai bu mon vin et mon lait»

František Kupka (1905-1909). Étude pour le Cantique des cantiques (pormenor). Lápis, tinta e aguarela s/b vélin de Arches, 32,5 x 25 cm. Paris: Musée d'art et d'histoire du Judaïsme.

Capricho Palavroso e Temático

O mundo dos blongas tem-se divido entre os que procuram as melhores frases para a antecâmara do escatológico crash e os que procuram uma boa fotografia do Paul Newman. No fundo, todos a procurarem as melhores metáforas para o fim do mundo, fazendo desabrochar o lado de manueles pinhos que todos temos dentro de nós. Ora neste enquadramento, Sócrates, engenheiro requalificado em vendedor de informática para o mercado da América Latina , disponibilizou o seu revolucionário programa das ‘Novas Oportunidades’ a todos os Estados Modernos que estejam numa crise vocacional e que queiram reencontrar o seu caminho nestes tempos turbulentos onde até o Blair vive de cobrar almoços.

De forma sintética, o dicionário não ilustrado apresenta o cardápio curricular mais clássico para Estados em redefinição de carreira:

Estado Regulador – geralmente é uma boa carreira para qualquer Estado que tenha alguns estudos, mas que não tenha dinheiro de família para arrancar com um negócio por conta própria

Estado Mediador – Constitui-se como uma boa opção para um Estado que não se importe de trabalhar à comissão, e que esteja disposto a ter a fotografia em folhetos de pára-brisas

Estado Vigilante – Boa carreira para qualquer Estado que não tenha problemas de circulação, e que assim não corra o risco de ganhar varizes enquanto vê os acontecimentos a passar.

Estado Supervisor – Oportunidade interessante para um Estado que tenha boa planta física, mas que precise duma ocupação de natureza intelectual para controlar a sua agressividade.

Estado Protector – Carreira bastante interessante para Estados mais sensíveis e com boas relações ao nível da camada de ozono.

Estado Estabilizador – Nova oportunidade para Estados que, mesmo tendo o motor, a direcção e as rodas na sucata, ainda julgam manter os amortecedores em bom estado.

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Post Estruturado com capital e link garantido, e com rendimento e feeds indexados à taxa de crescimento do PIB na Somália

O conflito entre a bailout e o short selling levam a um regresso tímido do dicionário não ilustrado, com as suas entradas swapadas nos números 3 biliões 1.228 a 3 biliões 1.235 (agora com números abaixo dos 3 bi, ninguém liga nenhuma).

Efeito Dominó – Movimento de registo horizontal que resulta na queda de várias peças, numa sequência envolvente e vistosa, e eventualmente sinuosa, simulando o quanto o mundo tem simultaneamente de tectónico e de lúdico.

Efeito Bolha – Um dos mais clássicos mecanismos de crise que aproveita toda a hidraulicidade da Criação e nos lembra, numa alternativa ginecológica à metáfora da cinza quaresmal, que: duma bolha saímos e numa bolha nos iremos esvair.

Efeito Bola de Neve – Movimento que enfatiza o lado feminino do Planeta, recordando-nos que apesar do recente, e praticamente inquestionável, aquecimento global, nunca saímos da idade do gelo.

Efeito Espiral – É o design industrial aplicado aos grandes movimentos de crise, e permite que um crash possa ser convenientemente preparado, ou seja, se a coisa helicoida para dentro é arranjar um bom ralo, se a coisa helicoida para fora é pôr uma rede à volta. E durante o vaivém podem vender-se bilhetes de montanha russa e acompanhar com farturas.

Efeito Onda – É uma espécie de subprime das crises porque geralmente só apanha quem está à beira mar acampado e a apanhar conquilhas para o jantar; o pessoal informado das marés geralmente já está no restaurante a chupar lagostins e a filmar a rebentação do terraço.

Efeito Borboleta – O mais mítico dos efeitos é hoje relegado para segundo plano pois, nos dias que correm, ainda a borboleta é larva na Nova Zelândia e já o Rui Ramos tem um artigo sobre o tufão da modernidade na penúltima página do Público.
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Efeito Car-jacking – Situação em que um depósito a prazo vai calmamente a entrar no seu período de vencimento e é subitamente abordado por um swap de default que o põe na bagageira dum hedge fund de alta cilindrada

Efeito Beckett – Movimento de cariz visionário que fez Sócrates convencer Chavez a investir maciçamente em manicómios desde que soube que afinal no sistema capitalista não regulam bem.
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Obséquio

Cecille era uma electrona bem posta que trabalhava em microondas numa loja em Genéve. Habituada a viver em ambientes muito magnéticos não havia partícula masculina capaz de lhe exercer uma atracção irresistível, pelo que se mantinha fresca que nem uma electrólise acabadinha de fazer. Mas num daqueles fins de tarde agradáveis à beira do lago, depois de ter comido um gelado com uma amiga que era especialista em torradeiras Phillips – daquelas em que as fatias de pão ficam entaladas na merda dos arames – não lhe saía da cabeça o protão Jacques Philippe que tinha conhecido havia umas semanas no aniversário da sua colega Ófelia, uma electrona portuguesa que trabalhava em aspiradores, pois, dizia-se, tinha elevada capacidade se sucção. Jacques Philippe, que descendia duma linhagem real dado que o seu trisavô tinha estado no próprio Big Bang a combater ao lado do mítico Boson de Higgs, acabara o estágio para pintelho de cronómetros na loja do seu primo Patek, e chegou a acalentar o grande sonho de poder acelerar no novo circuito de LHC, tendo inclusive chegado a conseguir o patrocínio duma casa de ponteiras laser. Infelizmente fora preterido em favor de Louis de Chamounix, um protão ao qual tinha sido diagnosticada hiperactividade desde pequenino e que até já tinha feito o treino em altitude no carril dum funicular dos Alpes. Louis andara meio perdido na vida, e como era muito acelerado dedicara-se inclusive ao roubo de esticão, tendo sido descobertos os seus dotes por um contabilista do CERN alertado pelo grito histérico duma velha electrona alsaciana de férias em Genéve: «agarra que é hadrão!».
Cecille hesitava agora entre a distinção e pedigree de Jacques e a original fogosidade de Louis, cumprindo o clássico dilema feminino: segurança ou aventura; ou seja, no caso: uma vida estável nas suaves e previsíveis ondas electromagnéticas, ou uma vida de ansiedade e emoção sempre a ver se o seu amor se transformava em fogo de artifício iluminando quanticamente a humanidade, ou se escaqueirava todo numa curva mais apertada do magnético acelerador.
Estava Cecille absorta nestes pensamentos quando lhe aparece a sua amiga Ofélia, chorosa: tinha sido alvo de assédio por um buraco negro em expansão. Temerosa, agora, via bandos de quarks por todo o lado a tentarem violá-la. Mas Cecille, enquanto a consolava e a ajudava a recompor-se, nem acredita naquilo que os seus olhos focam: Jacques Philippe passeia-se calma e alegremente com uma Neutrona vistosa e loira, que parecia saída duma sessão de oxigenação de partículas – moda muito em voga desde que Stephen Hawking fez o seu primeiro artigo ilustrado sobre cosmologia inflacionária para a revista Elle. -«Filho duma grandessíssima Protona! E dizia ele que me seria para sempre fiel que nem um protão suíço» desabafou Cecille, espumando radiação. E foi assim que, ao saber-se e sentir-se enganada, Cecille fez uma plástica à base de fermionas, e se tornou na primeira electrona a acelerar nas pistas de Genéve, arrastando a cauda a uma legião de hadrões speedados, tendo ficado conhecida na história da física nuclear como a Bozona de Lemán.

Maçada

Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, José, natural de Maçada, Vilar de, sente agora que já só lhe devem ser colocadas as grandes questões da humanidade. Deve pronunciar-se sobre guerras frias e/ou aquecimentos globais, federalismo europeu e/ou autonomias caucasianas mas, pela vossa rica saúde, não o macem com as miudezas da governação, para isso perguntem ao Silvas, Augusto e Santo, se preferirem com coirato, ou então Cavaco e Aníbal, se preferirem com bolo rei.

Outrora coincinerador compulsivo, hoje estadista e reformador credenciado, depois de nos libertar úteros e pulmões, falem-lhe agora apenas do que realmente importa; Portugal está a ficar uma grande Vilar de Maçada, pontilhada aqui e acolá por casinos, golfes e etares.

O estado deficitava, não era? Ele resolveu; os professores andavam folgados, não andavam? Ele resolveu; o metro afundava-se no Terreiro do Paço, não era? Ele resolveu; ninguém receitava remédios de linha branca, pois não? Ele resolveu; queriam um restaurante com um estrelinha no Michellin, não queriam? Ele arranjou; o pinhal ardia todo, não ardia? Ele resolveu; andava tudo na bisga na estrada, não andava? Ele resolveu; queriam o Leonard Cohen ao vivo, não queriam? Ele tratou; que maçada, digam-lhe só onde está o problemazinho que ele resolve ou manda resolver, mas, se querem pormenores, perguntem ao Pinho, Manuel, se quiserem rir, ou à Ferreira Leite, Manuela, se quiserem chorar. Essencial: agora que já saiu definitivamente de Vilar de, não o macem.

O próprio mundo poderá estar a ficar perigoso e José, ex Maçada, Vilar de, Sócrates, terá agora coisas mais importantes que fazer; Guterres, Barroso e Obama não podem ficar a tratar disto sozinhos; e Portugal já maça muito. Até a Madonna se vem cá repetir. Não tarda até queremos cá a Nossa Senhora a aparecer outra vez; ainda a SIC tinha de ir arranjar uns pastorinhos à pressa.

Perna de Palin

Nunca uma catequista com ameaças de celulite sonhou poder chegar tão longe: acólita dum piloto de guerra, praticamente uma co-pilota de guerra. Os extremos têm-se tocado nas reacções, mas as mais bem esgalhadas são de facto aquelas que vêem uma ratice suplementar em Mc Cain por ter escolhido uma mulher-catequista para o pleno de sacar votos à esquerda, empolgar o volátil mulherio, e fixar o sufrágio da malta que recita as epistolas de s.paulo entre churrrascos, deixando o black one ( claramente em dominação pela sua mulher guerreira (*)) entalado por ter resistido a escolher Hillary, um dos vértices opostos a Palin no paradigma feminino, Broodway against Alasca, hard freedom versus sweet dogma, Chanel versus H&M.

Ora o modelo ‘Catequista’ sempre significou no imaginário masculino um ícone de desejo e sublimação - dê um passo em frente o primeiro gajo que na sua fase iniciática aos grandes mistérios da humanidade não acordou com a imagem da catequista a decorar-lhe o cortinado (falo especialmente para aqueles que dormiam virados para a janela) qual profano sudário. Um verdadeiro tesouro politico. A mulher-catequista com o homem-soldado cumprem o binómio que faltou às últimas legiões romanas emboscadas no meio de tanto bárbaro. Poderá ser finalmente concedida a dignidade de Estado a um dos grandes filões escondidos do feminismo ocidental: the woman of the fresh faith, a mulher cujo traçado de perna reflecte apenas uma serena cumplicidade com o inefável.

{Deverá, assim, ser também um recurso a explorar pelos partidos portugueses, que mais recentemente têm optado pela opção, notoriamente mais bafienta, da sacristia. E Deus Nosso Senhor seria incapaz de negar o que quer que fosse a quem O serviu com diligência na espinhosa missão de explicar a um catraio ainda tenrinho como é que alguém fica famoso só por transformar água em vinho}.


(*) que quantas vezes não lhe terá dito: ‘se perdes com a cabra da loira ficas a pão e água’…

(na foto Palin e o marido, enquanto ela lhe explica que não pode jogar à cabra cega porque tem uma rotura no 6º mandamento cruzado)

Luna Park

«A união conjugal é suficientemente funcional para se constituir a si própria e subsistir, com assistência mínima, apenas subsidiária, do Estado. Ao contrário, o "casamento" homossexual é inteiramente uma criação do Estado. Sendo estéril e carecendo de metade do material genético necessário, tem que ser o Estado a tratar da sua "descendência": destacando e atribuindo direitos de parentalidade, facilitando a adopção e subsidiando as formas de procriação assistida que forem precisas, para satisfazer o "direito à família" integrante da actual agenda homossexual.» de Pedro Ferro, in Público, 'Proibido discordar?', hoje.