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apoio à exportação

1 rolo (300 g) de massa folhada
250 ml de creme de leite fresco
100 g de açúcar refinado
4 gemas de ovo
1 colher de chá de farinha de trigo
Raspas de limão
Açúcar com canela para polvilhar

Massa
1. Desenrolar a massa e cortá-la ao meio no sentido longitudinal.
2. Enrolar uma dessa folhas como um rocambole.
3. Por cima desse rocambole enrolar a outra massa.
4. Cortar esse rocambole de massa em fatias de menos de 1 cm (vai depender bastante do tamanho da forminha).
5. Forrar as forminhas com a massa.
6. Levar à geladeira para descansar.

Creme
1. Misturar todos os ingredientes, com exceção das raspas de limão.
2. Levar a mistura ao fogo brando até engrossar. Assim que iniciar a fervura, retire do fogo.
3. Adicionar as raspas de limão.
4. Esperar esfriar.
5. Rechear as bases de massa folhada. Colocar pouco recheio para evitar que vaze durante a cocção
6. Levar ao forno pré-aquecido (250 C à 300 C) até firmar e dourar.
7. Retirar das forminhas e no momento de servir polvilhar açúcar e canela.

Boas Festas

Acordo Monetário da Praia do Meco


artigo 1º

Face à inoperância do discurso da tanga, do pintelho e do marimba, e não se vislumbrando evolução favorável para o contexto internacional de desequilíbrio entre a riqueza produzida e a quantidade de activos monetários em circulação.


artigo 2º

Considerando que faliram os conceitos de moeda refúgio, moeda padrão, moeda símbolo, moeda valor e moeda gorjeta.


artigo 3º

Levando em conta que as várias dicotomias que dividiram os homens, e as utopias que os uniram, se mostram tão desactualizadas como actuais.

                                                                                                                  
artigo 4º

Tentando recolocar Portugal novamente na linha da frente daquelas Nações que souberam fazer a diferença e inclusive a multiplicação e a soma.


artigo 5º

Decidiram os signatários promover a criação duma moeda com funções de símbolo-padrão, e que garantirá uma estrita convertibilidade nas condições que este acordo expressamente consagrará.


artigo 6º

Não ficarão revogados quaisquer dos acordos já firmados pela República Portuguesa, seja sob a forma de tratados inter-governamentais, seja sob a forma de lírica comunitária, pelo que não decorrerá daqui interferência directa com nenhum sistema monetário no qual o País esteja legalmente inserido, designadamente os do euro, o que venha a resultar de qualquer modelo de aglutinação pastosa de dívidas públicas, ou o da petinga frita.


artigo 7º

Fica desde já consagrado que a base real que suporta este acordo de natureza monetária é a existência inequívoca duma quantidade muito apreciável de reservas de areia fina nas praias da costa portuguesa.


artigo 8º

Associada a esta base real e comprovável é criada uma nova unidade monetária doravante denominada: O Meco.


artigo 9º

O Meco terá o seu valor com paridade a 1 (um)  litro de areia de praia , limpa, com teor de humidade inferior a 50%, sem restrição de granulometria e portadora de uma cor entre os Pantone ® golden yellow 15-0953 TPX e o pastel yellow 11-0616 TPX, visualizado às 12 horas GMT do solstício de verão.


artigo 10º

O Meco, por ser constituído no seio dum país que faz já parte duma união monetária específica, iniciará o seu valor (paridade base) cambial 1,50 euros.


artigo 11º

O Banco Central do Meco, doravante aqui denominado por BECO, poderá emitir, até finais de 2012, quinhentos mil milhões de Mecos (500.000.000.000),  o correspondente a 500 milhões de metros cúbicos de areia fina e a 750 mil milhões (750.000.000.000) de euros.


artigo 12º

A distribuição pelos diversos tomadores firmes institucionais da nova moeda-areia, doravante designados por 'Sandiners', far-se-á de molde a que, pelo rateio, nenhum possa residir em território nacional e nenhum possa individualmente possuir mais que 1 (um) por cento de todo o volume monetário em circulação, garantindo-se assim que nenhum Sandiner possa reclamar que é demasiada areia para a camioneta dele.


artigo 13º

Os Sandiners terão acesso privilegiado e sem restrições a toda a informação que esteja disponível no BECO, desde que provem ter rezado diariamente uma avé-maria em ambiente de terço , ou oração equivalente (conforme lista anexa), com os extractos virados para o Meco.


artigo 14º

O encaixe de setecentos e cinquenta mil milhões de euros, correspondente à emissão e colocação dos quinhentos mil milhões de Mecos que ocorrerá durante o ano de 2012, ficará à disposição do Banco de Portugal sob condição de que só poderão entrar nas suas instalações funcionários devidamente identificados e algemados.


artigo 14 A

O BECO designará uma quadriga para o acompanhamento da aplicação deste depósito, composta por: um nadador salvador, um professor emigrado, um ex-governador do banco de portugal e um vendedor de bolacha americana.


artigo 15º

A posse de Mecos produzirá um direito de space-sharing virtual: por cada lote de 100 mecos o seu detentor (Sandiner)  poderá dizer que possui um naco de 1 (um) m2 de praia na costa vicentina.


artigo 16º

O controlo do volume de mecos em circulação será efectuado no último dia útil de cada mês e estará a cargo da comissão CALHAU (Contagem de Areia Livre de Humidade e com Ausência de Urina). Esta comissão será eleita anualmente pela Associação Nacional de Vendedores de Bolas de Berlim com Creme após consulta ao conselho de administração do Desmaker Consulting Group (D.C.G.).


artigo 17º

O índice Kmc, que reflecte o rácio entre o volume de Mecos em circulação e a quantidade de chapéus de sol importados da China nos meses de Abril a Agosto, deverá manter-se dentro do intervalo entre 70 a 80%.


artigo 18º

Sempre que se verifiquem valores fora deste intervalo, o BECO deverá emitir instruções de condicionamento à importação de chapéus de sol ou enviar brigadas de cães mijadores para a costa, consoante.


artigo 19º

Para evitar os riscos de confrontação cambial com outras moedas mais fracas, o mecanismo denominado 'Atirem-me Areia para os Olhos' poderá ser activado ao abrigo do presente acordo e permitirá ao BECO colocar Mecos no mercado até este se considerar satisfeito.


artigo 20º

Considera-se que o mercado está satisfeito quando já se consegue construir uma réplica das mamas da Cicciolina na Praia da Arrifana durante a maré cheia.


artigo 20ºA

Para facer face aos ataques especulativos ou outros à moeda ora criada, fica desde já autorizada a criação dum Banco que permita a estabilização dos movimentos atípicos. Este banco, o BADAMECO (Banco de Apoio ao Desenvolvimento Autosustentado de Meco) actuará no mercados sob a forma de aquisição de Mecos, não podendo, no entanto, possuir mais de 25% de toda a quantidade de moeda, salvo em situações específicas de erosão da costa.

artigo 21º

O BECO e o D.C.G desejam a todos os depositantes, subscritores, reguladores, firmes tomadores, governadores, comissionistas, cambistas e demais banhistas, um Natal Feliz, recheado de rabanadas, e o máximo cuidado com as virilhas assadas.

Prestação de Serviços

Junta-se Tabela de Preços referente à limpeza, ou simples ajeite, de arquivos de blogues visando a emancipação dos seus autores de opiniões eventualmente incomodativas para futuras incorporações em serviço público de salvação do país.

- Introdução de itálicos ou eliminação de bolds [ 0,25 € por letra]

- Colocação criteriosa de vírgulas [0,50 € cada]

- Expurga de vírgulas a fim de tornar as frases mais ambíguas [0,75 € cada]

- Colocação de advérbios de modo relativizantes [ 6, 25 € por cada grupo de 5 advérbios, excluindo 'alegadamente' em que o preço sobe para 8,25 € ]

- Inclusão cirúrgica de termos que retirem assertividade: 'como', 'tal', 'género', 'quase', 'tipo' [10 € por cada grupo de 10]

- Inclusão corrida das expressões de teor suavizante: 'parecido com', 'há quem diga que', 'ainda se poderia pensar que', 'más línguas ainda concluiriam que',  'não se fosse dar o caso de' [25 € por cada grupo de 10]

- Substituição de metáforas por meras analogias [ 8 € cada , se envolver elementos zoológicos o preço sobe para 12 € ao se tratar de mamíferos, e para 20 € ao se tratar de invertebrados]

- Substituição de insultos por miminhos [25 € cada, acrescido de 5 € se implicar a utilização de diminutivos]

Pacotes especiais : Serviço completo [50 € por trimestre de arquivo, com o limite de 50 intervenções no total ou 5 de cada tipo]

Promoções. Por cada três 'substituições de metáforas' oferece-se uma 'inclusão cirúrgica de termos relativizadores'

Garante-se a utilização do novo acordo ortográfico apenas sob explícita solicitação.

Acresce o IVA vigoroso.

Desmaker Consulting Group #n

Como é sabido, em tempos de depressão económica sobe o consumo de alguns produtos específicos, tidos como bens de compensação e esquecimento, sendo os exemplos mais conhecidos (refiro-me apenas aqueles que reflectem estratégias positivas) os chocolates, o verniz das unhas ou o cinema, todos eles bens que com pouca despesa fazem o consumidor (também conhecido como cidadão ou contribuinte consoante a faceta analisada) alcançar rapidamente êxtases relativamente decentes. Ou seja, as crises podem ser abordadas pelo seu lado convexo, pondo assim as mãos a fazer conchinha.

Já em tempos aqui demonstrei as vantagens da criação dum cluster religioso em Portugal. Penso que se abrirão por estes dias as portas à sedimentação de um novo cluster no qual já revelámos há muitos anos competências que nos distinguem e consequentemente valorizam. Refiro-me ao cluster da 'miséria & isolamento'. Portugal tem tudo para mostrar ao mundo que a condição de só & miserável possui para além do enorme potencial antropológico também um enorme potencial socio-económico. Como sabemos, muitos modelos de isolamento geopolitico que foram experimentados na história deram origem a sociedades desgraçadas, oprimidas, estupidificadas, sendo os mais conhecidos e recentes, os exemplos albanês, o romeno (mesmo dentro do pacto de varsóvia) e actualmente o norte-coreano. Ora abre-se-nos uma oportunidade histórica para dar novas cores a este modelo. Trata-se assim de dizermos adeus ao mundo por uns tempos mostrando-lhe que ficamos bem obrigado, inclusive porreiros.

Os elementos essenciais desta estratégia são as seguintes sublimações:

1. Sublimação do conceito 'produtividade' - O preço e o custo não são tudo. Mesmo que algumas coisas produzidas por nós fiquem mais caras do que compradas fora, lembremo-nos do slogan clássico da L´Oreal: «Porque eu mereço».

2. Sublimação do conceito de 'miséria' - Há que reconstruir os ideais de riqueza das nações da mesma forma que se recuperaram os ideias de beleza da mulher. Se neste caso se voltaram a valorizar as formas mais rechonchudinhas e aprimoradas, no outro pretende-se voltar a aceitar que apesar de redondinha a Terra é um bocadinho achatada nos pólos e que assim deveremos levar à letra o granda maluco do S. Paulo: «Aspirai às coisas do alto e não às coisas da terra». Nesta primavera lembremo-nos que em cada andorinha há um churrasco, perdão, uma fénix em potência.

3. Sublimação do conceito 'isolamento' - Portugal tem um currículo de auto-suficiência (e até inovação) em muitos ramos de actividade. Quem já tendo as bochechas de soares, o inglês técnico de sócrates, o dedo em riste de portas e o penteado de maria de belém, ainda foi capaz de descobrir os charters chineses de futre não precisa de nenhuns motivos de inspiração fora das nossas fronteiras.

4. Sublimação do conceito 'déficit' - Temos de fazer ver ao mundo que existe tanto desequilíbrio naqueles que consomem mais do que produzem como naqueles que produzem mais do que necessitam. Os excedentes dos países excedentários são os grandes responsáveis pelo estado em que estamos.

5. Sublimação do conceito 'democracia' - Explicar ao mundo que nos basta escolher quem queremos que nos governe, mas depois não fazemos questão que se cumpra.

6. Sublimação do conceito 'castidade' - O comércio global e a usura estão para a economia mundial como o gemido está para a pornografia: parecem enganadoramente imprescindíveis. Portugal, vivendo de pernas e mãos atadas, irá devolver (alguma) castidade ao capitalismo.

7. Sublimação do conceito 'periferia' - Há coisas que nunca nos poderão tirar, ou seja: we'll always have Badajoz.

8. Sublimação do conceito 'possibilidade' - Aparentemente havia limites que nós desconhecíamos. Ou seja, bem ao contrário do que agora se diz - e como todos nós bem sabemos - nós temos vivido é muito abaixo das nossas possibilidades.

9. Sublimação do conceito de 'responsabilidade' - Fomos durante anos o bom aluno da europa, pós-graduámo-nos ainda às custas dos professores e dos papás, e agora quando estávamos a preparar-nos para comprar casinha, tgv e pistas de descolagem novas, obrigam-nos a voltar a fazer a caminha. Vamos fechar-nos no quartinho a compor baladas, chamem-nos só quando o jantar estiver na mesa.

Desmaker Consulting Group

O único cluster em que Portugal pode verdadeiramente apostar e desenvolver com fortes probabilidades de sucesso é o ‘cluster religioso’.

Fazer negócio estruturado à conta do ‘sentimento religioso’ é, antes de tudo, algo até bastante louvável, preserva-o inclusive das nefastas manifestações de espiritualidade desenfreada, mas deve ser feito com profissionalismo e rigor, respeito pelo cliente e pelo produto. O sentimento, a persuasão, ou a convicção religiosa existem, estão aí, são tão humanas como a fome ou o cheiro e merecem a mesma devida atenção do mundo dos negócios e das artes e ofícios em geral.

Sucinta e graciosamente para quem quiser aproveitar, há que tomar em atenção os seguintes aspectos:

Grupo (mercado alvo) de significativa dimensão e homogéneo - Ao contrário de outros, como por exemplo os automobilistas ou os lampiões, que são claramente grupos heterogéneos, ou doutros, tipo os monhés ou os paneleiros, que se apresentam com muito mais tiques segregacionistas e minoritários, o vasto sortido de crentes representa uma fatia significativa da população, com costumes, ou meras práticas mais ou menos esporádicas, consolidadamente estáveis e comuns. Para além disso, entre o cristão doméstico e o cristão de exportação existem mais pontos de confluência do que, por exemplo, entre o português com caspa e o alemão com caspa, e esta maior uniformidade de interesses ou necessidades tem um valor comercial inestimável.

Mercado com hábitos de consumo rotinados e diversificados – Produtos simples como missais, terços, bíblias, imagens, velas, entre muitos outros intimamente relacionados com o exercício passivo ou activo da piedade, são exemplos maduros de utilização corrente mas, para além disso, este mercado demonstra disponibilidade e mobilização para novos produtos (músicas do padre borga, tshirts do César das Neves, e até, apesar de situadas na franja da ‘porcalhice’, uma ou outra lingerie púrpura ou azul celeste). Poucas áreas da vida humana poderão apresentar um espectro tão largo em torno dum foco simultaneamente tão forte.

Uma marca com notoriedade mundial – ‘Fátima’ é incontestavelmente a maior, mais global e perene marca do País, e funciona tanto de forma explícita, (motivando a presença, a visita) como implícita (motivando a curiosidade periférica sobre o fenómeno). A franchização da marca está toda por fazer, e repare-se: uma terraplanagem e uma azinheira não me parecem custos exagerados de instalação.

A posse exclusiva dm recurso absolutamente escasso - O aparecimento de N. Srª em território nacional, para além de ser algo que quase mais ninguém possui, tem a característica curiosa de nunca se esgotar, nem precisar de se investir mais na sua exploração, ou seja, apareceu: está aparecida! Não é preciso furar mais nada, nem picar rocha, nem peneirar, nem inventar algoritmos novos, nem enfiar pastores em aceleradores de partículas.

Boa adaptabilidade da língua no consumo do produto - Vejamos, a título exemplificativo, um sueco pode perfeitamente ouvir uma ladainha recitada no português de Vital Moreira e acompanhá-la com um sorriso próximo daquele que teria se Nossa Senhora in persona lhe estivesse a cantar uma música dos Abba aos ouvidos. O bichanar em português tem a força clássica duma língua morta e a frescura moderna dum rapper do Bronx. Por exemplo, um terço rezado por aquela moça Inês Meneses da Radar venderia, sem espinhas, bastante mais do que o último disco dos Animal Collective ou dos Vetiver.

A religião é a dimensão humana que melhor se adapta às novas tecnologias – Desde o homem biónico até à beata que apenas lava o cabelo na Páscoa, todos olham para Deus como algo que ora está entranhado no corpo, ora vagueia mais ou menos diafanamente entre as catacumbas da imaginação e estratosfera da virtualidade. A transcendência é o sujeito cibernético por excelência.

Poucas deseconomias sociais – Tirando um ou outro clérigo deslumbrado com os prazeres da alcatra macia, o exercício do negócio do religioso não apresenta significativos desequilíbrios na historicamente delicada relação de trabalho. A hora extra pode ser entendida como penitência, a precaridade pode ser assimilada como entrega nas mãos de Deus, e o trabalho infantil (sem prejuízo da ressalva inicial) pode ser encarado, com ternura, como catequese. Inclusivamente, por exemplo, as contas dum terço, enfiadas uma a uma, depois do jantar, por uma criança que já fez os trabalhos de casa, serão com toda a certeza valorizados suplementarmente. O processo de aquisição do pechisbeque religioso é gerido tanto pelo hipófise como pelo cagaço do inferno.

Julgo que é suficiente. Está todo o trabalho por fazer. O produto religioso está pulverizado por agentes pouco especializados, com horizontes fechados, gerido entre a carolice e o mero aproveitamento de oportunidades confinadas e limitadas. Há claramente espaço para o aparecimento, com sucesso, duma Leya das via-sacras, do missal e do escapulário. Há que dar uma nova e mais estruturada oportunidade às parábolas do reino.