Deixem estar que eu trato disto



Maria Elisa foi para Londres no helicóptero dos Bombeiros de Lamego.

A agulheta e a mangueira ficaram em terra porque podem ser precisos para a remodelação.

Portas fica em brasa porque o dito helicóptero era preciso para o congresso. Acaba por fretar um cacilheiro. Aos passageiros que ficaram inesperadamente em terra prometeu-se-lhes que, ou iam nos submarinos, ou aproveitavam o túnel do metro que por esta altura já deve estar na Trafaria. Instala-se a confusão. Aparece o Bloco de esquerda e diz : «agora isto é connosco. Eu sou aquele quem vos apazigua.»



F. Louçã entretanto abespinhado, apregoa que a esquerda já não é um bloco, mas sim um floco. O algodão nunca engana, explica ele. Rosas cala, portanto consente. Se consente é porque a esquerda também tem sentimentos. Mas Mizé Nogueira Pinto diz que os sentimentos são património da direita. Instala-se a confusão ideológica. É chamado à colação um tal de P. Mexia. Este diz que agora já não se pronuncia sobre problemas de geometria política. Fica tudo "à nora". Ouve-se a voz do bom senso em Ribeiro Cristóvão : «Estão cansados, eu fico a tomar conta disto, podem ir para o teatro».



No Teatro todos querem um friso em condições. A prima dona tarda em aparecer. Aparece. É a própria Maria Desliza. Afinal levou a agulheta e começa à mangeirada. Lacão sente-se com autoridade para pedir de volta os dinheiro dos bilhetes porque a artista convidada ( uma tal de “Ética Parlamentar” ) não aparece. Foi substituída à ultima hora por uma drag queen “O Déficit” . Começa a actuar. Dá barraca. Aparece o “ Fundo de Pensões dos Correios” e diz : «vão para casa, eu fico a tomar conta disto».



Foram todos para casa. Ligam a televisão. Aparece a Maria Elisa outra vez. E o Louçã. O Floco de esquerda. E depois o Portas. Uma “amostra” de direita. Afinal a realidade é ambidestra: A plebe tanto é driblada com o pé esquerdo, como com o pé direito. Mas deixem estar que eu trato disto.

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