Dedicado a um dos meus Blogs de referência - Retórica - com quem só tenho aprendido - aqui vão mais umas entradas para o novo dicionário não ilustrado.



Inspirou-se hoje nas técnicas de discurso político, que muitas vezes até são enunciadas no próprio discurso ...( mas isso já assunto para o especialista...)

Aqui, portanto, onde se lê "usado" também quer significar "anunciado"



Discurso Transversal – Tipo de discurso geralmente usado pela esquerda que visa pôr tudo ao molho, mas que geralmente não conta com a fé em Deus.



Discurso Fracturante – Tipo de discurso usado por todas as forças políticas quando a pomada já não dá efeito e se pensa que o gesso , ao deixar tudo na mesma, resolve a situação



Discurso Alternativo – Tipo de discurso usado por políticos com complexos de falta de originalidade.



Discurso Convergente – Tipo de discurso geralmente usado pela direita quando tem complexos de esquerda e usado pela esquerda quando tem complexos de direita



Discurso Recorrente – Tipo de discurso que homogeneíza os conceitos de perseverança e de vacuidade.



Discurso Contraditório – Verdadeiro discurso, que por ser tão próximo da realidade, todos fogem dele.

Balanços de alma



Deus balançou junto do amor nestes últimos dias ...

Fizeram-me ir ler Sta Teresa de Jesus. Procurei alargar a alma . Conceito rico do ponto de vista poético e ontológico, e fundamental na mística cristã.

Vou só deixar aqui este breve trecho :

" Quando uma alma começa, a fim de que ela não se alvorote vendo-se tão pequena para conter em si tanta Grandeza, o Senhor não se dá a conhecer até que a vá alargando pouco a pouco, conforme ao que entende é mister para o que nela quer pôr. Por isso digo que traz consigo a liberdade, pois tem o poder de tornar grande todo este palácio "

Caminho de Perfeição, cap. XXVIII



Amanhã vou retomar o dicionário para desanuviar isto...
When a dream is a drum



Hoje de noite sonhei com esta coisa. Será normal ?



Não sei se foi por ter visto que um "bicho" instalou um pequeno bigbrother no topo de uma estante.



E... depois foi ao pé dessa estante que eu li uma das frases mais reveladora e inspirada do que a Bíblia é para mim, cito : "esse livro que carrego umas vezes ao colo outras como um grilhão".



Hoje o meu triângulo só tem duas faces.

Por isso ...



" I dwell in Possibility -

A fairer House than prose
- "



Emily Dickinson
Vidas em blog



A Flor foi um daquele blogs que fui acompanhando regularmente desde que me enfronhei nesta vida. Apesar de o considerar uma referência - até pela sua qualidade intrínseca-, e de até me ter servido de inspiração para uma rábula passada - Auto do Pensamento - ( tive ocasião de lho dizer..), foi sempre um blog sobre o qual tive a sensação de que era demasiado beijado pelo "statusquosismo". Mas sempre o fui lendo. Já nos ultimos dias encontro-lhe uma nova luminosidade, e vou aqui citá-lo principalmente para os meus amigos ( outsidebloggers) que olham para esta minha experiência com um misto de desinteresse , e de " este gajo - eu - devia dedicar-se mas era à família e ao trabalho; que raio de porra é aquela que ele prali anda a escrever". Aqui vai :



"O blog tem sido, para mim, essa fonte de disciplina diária, esse estímulo à reflexão, essa oportunidade de escrever todos os dias e ter quem me leia. A circunstância de ter um diário público não me aflige. (...) O blog tornou-se uma parte essencial da minha vida, obrigou-me a gerir ainda melhor o tempo para ir ter com ele todos os dias, a combater a inércia, um mal maior do que todos os males."

E noutro, para os descansar :



"Não sendo eu um jornalista profissional, não tenho que passar o dia a sorver notícias para poder escrever." Bem hajas Obsessão.



Já antes o Reflexos de um Azul electrico também tinha dito:



"Como se reconhece um «profissional» do bloging? É alguém que publica o seu post de cada dia, e vai à sua vida..."

Por acaso, meus amigos, é assim que eu vivo isto...







Palavras que nunca serão metáforas



Acabei de ouvir na TSF que abriu uma “Clínica (?) do pé “. Segundo creio ter ouvido bem, um dos especialistas denomina-se “Pedólogo”....

Bem... se tivesse tal especialidade pediria a todos os santinhos que me chamassem de Calista, ou Pedicuro ,ou Afaga-frieiras, ou Limpa-micoses, ou Joanetólogo, ou mesmo Juiz-Desencravador (de-unhas).

Tive de vir rápido fazer esta piadola , p’ra ver se chegava antes das Produções Fictícias & sucursais......

Mais do mesmo



Vejo que a ciência está a ganhar espaço neste cosmos bloguístico. No século passado a Física, muito deslumbrada com as suas descobertas científicas, passou a querer assumir-se como a ciência definitiva, quase deixando para a Filosofia o lugar de apêndice retórico de estimação. Sobrestimou-se claro.

No entanto, o novo dicionário não ilustradoencontrou-lhe uns esgares de sucesso no discurso político, que nunca desperdiça nada... (56 a 64 )



Alicerces da sociedade- O sonho de alvenaria intelectual que qualquer trolha ideológico gostaria de concretizar.



Correia de Transmissão – Mecanismo utilizado para fazer circular as ideias que deveriam ficar retidas no filtro do motor.



Caixa de Ressonância – Mecanismo que evidencia o fenómeno em que a escassez de ideias pode resultar em abundância de asneiras.



Vazio de Poder – Estado da natureza em que Deus ainda está presente de forma substancial.



Bipolarização – Escolha heterosexual do poder vivida com ( sem? ) complexos.



Estabilidade – Momento em que as forças do poder e do contra-poder se encontram para assistir a um jogo de futebol no estrangeiro.



Forças de Bloqueio – Forças que actuam quando os Protões obstruem a passagem as Electrões, com o pretexto de terem de ir consultar os Neutrões.



Pressões (inadmissíveis) –Tipo de forças que, em confronto com os “alicerces” de um “sólido” poder, o podem transformar numa “ Maria vai com as outras “



Coesão Social - Termo técnico utilizado para designar a flacidez, por forma a distingui-la da merda.







O Retórica faz esta citação :" Uma filosofia considerada como arte - mais em concreto: como acção retórica, teatral - está em melhores condições que a elucubração monológica para compreender a vida donde ela surge e à qual deve ajudar a clarificar-se" .



O problema é que a filosofia aí ...vai enfrentar muita concorrência....

The Doors at Blogger - Live



Girl, we couldn't get much higher

Come on baby, light my fire

Come on baby, feed my counter

Try to set my ego on fire



Girl, we couldn't get much higher

Come on baby, light my fire

Come on baby, quote my post

Try to set my ego on fire



Girl, we couldn't get much higher

Come on baby, light my fire

Come on baby, link my blogger

Try to set my ego on fire

Ensimesmado



Gosto das pessoas que conseguem falar de si próprias e conseguem fazê-lo bem. Sem estilos panfletários e sem erudições balofas.

Esse discurso na 1ª pessoa é o mais difícil para mim. Mas hoje tenho forçosamente de o fazer, tenho de testar em público ( julgo...) a minha relação sujeito / objecto.

Sempre quis evitar um blog muito interactivo porque - pensava - isso traria muita artificialidade ao meu pensamento. Queria evitar que o blogoritmo das perguntas e respostas se tornasse obsessivo ou, no mínimo, redutor pelo facilitismo. Fugir da tentação do pensamento como acção-reacção. No entanto, isso acabará por ser inevitável ; apesar de continuar a gostar do contacto individual pelo email.



Os blogs que eu linkei como “blogs em bom”, são aqueles onde vou todos os dias, e aqueles que me apetece rever, ler repetidamente, mesmo as coisas passadas e banais. Escolhi-os pela sua globalidade. Não tenho com nenhum deles qualquer relação. Apenas os conheço do “Outlook Parade”. Recomendá-los-ia aos meus amigos. E hoje apetece-me falar deles.

Nos Blogs procuro antes de tudo inspiração. Mais que conhecimento, que informação, ou mesmo que distracção.

O Aviz é sereno e sedutoramente inconstante ( e agora até sedutoramente ausente...); é um blog que está bem consigo e é duma qualidade de escrita intrínseca. Para além de “blog em bom”, parece-me um blog que vem por bem.

O Abrupto causa-me actualmente uma sensação estranha, porque parece estar continuamente à procura do seu registo, da sua melodia. Isso dá-lhe o seu encanto, mas provoca-me também por vezes alguma frustração.

A Montanha é um blog que dispensa apresentações. É um flirt de sinais.

O Avatares é talvez o que tem mais a ver com o que eu gosto ; é nervoso, tem um humor negligé, tem uma erudição criativa. É fortemente polifónico. Suscita-me a curiosidade em saber sobre o que vai escrever.

O Thomaz !... O Thomaz é um puro sangue. Vou até mudar a descrição do meu blog e dedico-lhe aqui essa mudança.

E o Reflexos de azul eléctrico... Bem o Reflexos... Se tivesse de responder de repente : Blog de estimação : O Reflexos. É a revolta da inspiração feita palavra. Liberdade de pensamento em estado efervescente : misturado com a vida é uma droga suave.

Ficam as meninas para o fim...

A Azul é azul. Nunca fere a alma nem os olhos; É uma fada descalça e enluarada.

La Bomba foi a minha descoberta mais recente. Quando lá tinha ido as primeiras vezes não me linkou o espírito, mas quando me decidi a ler tudo, verifiquei estar ali o desequilíbrio intrigante do humor feminino. E a interactividade até lhe assenta bem ...antes que mordaz, morde assaz.

Geralmente as mulheres são quem fala melhor, quando falam de si próprias.



Todos contariam amanhã com a minha leitura, mesmo se eu soubesse que lhes era indiferente.



Ficam ainda alguns de fora. Irão sendo «agarrados». Uns porque preciso de ir lá com mais tempo e ler mais coisas, encontrar um fio que me ate, outros porque tenho de arranjar um link especial para eles ( incluo aqui a Voz que foi o primeiro blog que eu li )



Nos “Blogs de trazer por casa” irei colocar aqueles onde vou sem preocupações e donde penso sair também sem preocupações. Já me irei decidir.



Bem,...e por fim,tenho de dizer qualquer coisa sobre os site meters... Não tenho nenhum porque... sou um cobardolas amedrontado.

Novo upgrade do novo dicionário não ilustrado do Portugal Corrente ( 50 a 55)



Bastonário – Cargo que surge quando as desordens implícitas se pretendem controlar com bastões mais ou menos explícitos.



Discursos inflamados – Método utilizado na prática política, visando promover fogos postos que redundam em fogos fátuos.



Férias Judiciais – Momento do ano em que o ritmo de processos despachados reduz ligeiramente.



Acessibilidades – Conceito do urbanismo que geralmente se cruza com o conceito da especulação, e ocasionalmente bifurca entre a asneira e o disparate.



Demitir –Momento empolgante do exercício do poder apenas superado pelo de nomear.



Implementar – Verbo utilizado no discurso político e que infelizmente não é reflexivo.

"Olhamos para eles (Os homens do Cancioneiro Geral) e parecem-nos mais reais e felizes do que nós , que levamos o peso de não sermos ninguém."

in " O riso , o sorriso e a paródia na literatura portuguesa de Quatrocentos" de Mário Martins

Ainda cá voltarei outra vez.

Vai um capuchinho ? Não resisti...



Afinal veio a saber-se que na história do capuchinho vermelho tudo começou com uma escuta telefónica feita pelo lobo mau.



Capuchinho – Tá vózinha, então é verdade que o primo Pinóquio andou a fazer mal ao Peter Pan ?

Avó – Pois é filha, nem queiras saber o que me disse a Pocahontas !Nem o capitão Gancho era capaz daquilo !

Lobo mau ( na sala de escutas ) – Eh Eh Eh !...

Capuchinho – Então e o que é que fazemos agora ? Se calhar temos de avisar o Tarzan para pôr mão nisto.

Avó – Mas ele é tão bruto. É melhor falarmos as duas primeiro.

Lobo mau ( na sala de escutas ) – Ui Ui Ui !...

Capuchinho – Ó vozinha, ele é bruto mas dá sempre conta do serviço. E a ele ninguém faz farinha. Nem o Rei leão.

Avó – Oh ... esse também só bate em hienas...de resto é só brincadeiras com a Nala.

Lobo mau ( na sala de escutas ) – ...«brincadeiras com a Nala »....eh, eh, eh !...

Capuchinho – É melhor eu ir ter contigo. De caminho passo pelo Pingo Doce ( estão em baixo, tem que se dar uma mãozinha ...) e compro-te umas castanhas piladas.

Lobo mau ( na sala de escutas ) – ...« piladas !...» ai,ai,ai...

Avó – Ó filha, isso rebenta-me com a placa e depois eu já não tenho mais receitas.

Capuchinho – Não faz mal , eu passo antes pelo consultório da Cruela e ela arranja-me as receitas que eu quiser...

Lobo mau ( na sala de escutas ) – ...« receitas falsas...» ih,ih,ih...

Avó – Querida, não venhas a acelerar... que eles agora andam a passar muitas multas...

Capuchinho – Não te preocupes vózinha, o corcunda limpa-as todas na água benta da Notre Dame...

Lobo mau ( na sala de escutas ) – .... bem !... , vamos para bingo !....

Avó – Filhinha... é melhor encontrarmo-nos na casa dos sete anões.

Capuchinho – Aí é muito mau de arrumar.... se calhar vou no coche da Cinderela.

Avó - Olha, pede factura para pôr no IRS !

Lobo mau ( na sala de escutas ) - ... bem eu já não tenho vida para isto. Um gajo quer papar umas avózitas e vem-lhe a Disneylândia atrás. Tenho que ir rápido antes que apareça a Bruxa má e me acabe com as escutas.

Sabendo desta malfeitoria, o Capuchinho pediu explicações ao lobo mau. Acabou por ser recebido por ele na cabana da floresta. Entretanto a Branca de Neve já tinha «marchado » e os sete anões tinham sido enviados para a mina com pulseiras electrónicas. A avózinha, soube de tudo, e pirou-se para a floresta amazónica, onde brinca à apanhada com o Capitão Smith.

Sorrir é diferente.

Sorrir é terrível. É da ambiguidade mais fina. É elástico. Balança da perversidade até à piedade.

Bem-aventurados os que conseguem sorrir bem.
O Poder e o humor



No início dos seus “ Testamento traídos” , Kundera citando O. Paz refere que o humor é uma espécie do cómico que “ torna ambíguo tudo o que toca “

É nesta ambiguidade que se encontra a grande afinidade entre estes dois processos.

a) O poder é mais forte na expectativa do que no seu exercício. No entanto, se não se concretiza não é poder.

Temos assim que o poder tende a ser mais forte em potência do que em acto. As formas insinuadas de humor são também por vezes mais seguras que as formas explícitas. (ex : «... andámos de paixão em paixão até ao pagamento por conta final ». - Ou seja, um poder eternamente em potência descamba numa coisa sem piada nenhuma )

b) O outro outro-eu, quando entrevistou Umbral , sacou-lhe : “ Essa é também a história da minha vida: pôr em prosa toda a minha poesia para poder cobrá-la “ . O poder também tem de gerir esse equívoco : precisa de se transformar em realidade para se concretizar. Tem, portanto, de deixar de ser poder para ser poder. O humor aparece para captar esse momento de pura ambiguidade. ( ex : «...se um GNR que esteja com “ termo de identidade e residência “ me mandar parar na estrada ...quem pede os documentos a quem ?...») Aqui o poder Judicial ao ser exercido banalizou o poder legislativo e o humor não perdoou...

c) H. Bergson no seu livro “ O Riso “ diz a certa altura “ ...Daí o carácter equívoco do cómico . Não pertence nem completamente à arte nem completamente à vida” . Com o poder passa-se o mesmo ( Ex : O ministro Carlos Borrego foi demitido (por Cavaco S.) por ter contado uma anedota inconveniente – Só de nos lembrarmos disto nos rimos , ou seja, uma verdadeira situação cómica do exercício do poder, que é transportada para a nossa imaginação pelos mecanismos do humor.



Dir-se-ia : No fundo, tudo se resume ao facto dos políticos serem um alvo fácil. Até aqui a similitude é cruel : Pensemos num alvo, e vejamos se um político não é também alguém que está aí , mesmo a jeito, com um discurso sempre às voltas do mesmo, e com números espalhados por todo o lado...
Palavras trá-las o vento
William Blake teve, nestes dois poemas famosos, várias traduções.
A palavra e a poesia felizmente não carecem de demonstração.

To see a World in a grain of sand
And a Heaven in a Wild Flower
Hold Infinity in the palm of your hand
And Eternity in an hour

( Jorge de Sena - Asa)
Num grão de areia o mundo inteiro ver
E numa flor do campo o firmamento –
Todo o infinito em tua mão conter
E ter Eternidade num momento.

( António Simões – Campo das Letras )
Dum Mundo num grão de Areia ter a visão
E o Céu numa Flor Silvestre ver agora,
Conter o Infinito na palma da mão
E sentir a Eternidade numa hora

(Cecília Rego Pinheiro (?) - Rosa do Mundo- Assírio & Alvim )
Ver num grão de areia um mundo
Numa flor um céu profundo;
ter na mão a infinidade
num minuto a eternidade
...............................

Tyger! Tyger! Burning bright
In the forests of the night.
What immortal hand or eye
Could frame thy fearful symmetry

( António Simões – Campo das Letras )
Tigre! Tigre! ardendo aceso
De noite no bosque negro
Que mão, que olhar moldaria
Tão temível simetria.

( Jorge de Sena - Asa)
Tigre, Tigre, ardendo aceso,
No bosque da noite preso,
Que olhos, que mãos infalíveis
Teus traços criaram terríveis
A entrada de palavra crise para o novo dicionário não ilustrado estava difícil. Acabou por ter de se fazer uma adaptação, que se traduz por uma entrada múltipla. As condições que nos condicionam : A crise.



O ensino está em crise porque.......não há alunos em condições

O casamento está em crise porque..... não há mulheres-a-dias em condições

As empresas estão em crise porque...... não há consumidores em condições

As finanças públicas estão em crise porque....... não há taxistas em condições

A confiança nos políticos está em crise ....porque não há comentadores em condições

A família está em crise porque...... não há filhos em condições

A comunicação social está em crise porque..... não há espectadores em condições

A Justiça está em crise porque ....não há escutas telefónicas em condições

O turismo está em crise porque... não há antibióticos para a pneumonia em condições

A democracia representativa está em crise porque... não há eleitores em condições

O poder local está em crise porque ...não há locais em condições que cheguem para tanto poder

O futebol está em crise porque ... não há relatos em condições

e...isto não acabava!

e qualquer dia...ainda constatamos que...

Os blogs estão em crise porque...... não há pensadores sábios , profundos, cultos, interessantes, despretensiosos e sérios em condições



Bem... Estaline...podes avançar...já há condições.





Não são rosas...são Narcisos senhor !

1.

Em 1999 a Fundação Gulbenkian organizou uma exposição com os auto-retratos da sua colecção. Ontem encontrei por acaso o catálogo dessa exposição. Lembrei-me então de quando a visitei e das deambulações teóricas que nessa altura uma guia da exposição fez a propósito de um pintor – Gaetan – que só pintava auto-retratos. O Narcisismo era o ingrediente, tal como agora o vai ser, dada a importância dessa substância no nosso metabloguismo.

Da fonte mitológica retiramos a história ...

Eco, uma ninfa já com as más línguas a darem-lhe fama de desencaminhadora ( com Júpiter ), apaixonou-se por Narciso. Este, que até incomodava por ser tão jeitoso, repelia-a ! Um dos adivinhos da época ( segundo parece-Tirésias ) já o tinha avisado que com aquele seu feitio convencido iria ter problemas.

E teve. Acabou por ficar pelo beicinho com a sua própria imagem, reflectida no espelho de água de uma fonte(?) . Eco, que também já não andava muito bem vista, acabou por ser desterrada para um bosque , transformada em pedra e só lhe restando a sua voz num eterno ressoar. Narciso , ficou eternamente condicionado por esse amor a si próprio e , quando morreu , foi transformado na flor que traz o seu nome.

Passaram uns anos e já com novos deuses ao serviço...a história repete-se com algumas alterações.

Um grupo de homens apaixona-se pelo poder.

O poder é de facto atraente. Filho de deus menor ( tal como Dionísio era filho do Deus- rio Celsifo) mas com meneios que encantam.

Esses homem já tinham no currículo alguns desenganos ... com o dinheiro, com o pensamento, com a consciência...

Só que o poder, muito senhor de si, repudia aquele homens ; e eles ficam sem eira nem beira. Restam-lhes eles próprios. Só que não sabiam o que fazer consigo. Como consolo, os novos deuses deram-lhes uma possibilidade : poderiam ficar a gostar de si próprios desde que esquecessem o poder para sempre. Houve uns que aceitaram e ficaram a viver como as flores. Outros não, queriam o poder a qualquer preço. E então os deuses fizeram com que o poder se transformasse numa ninfa e lhes tomasse conta da alma. Assim foi, e só lhes ficou o eco; até hoje....

Os narcisos são agora flores e muitos homens de poder apenas eco.

2.

O narcisismo foi reabilitado por Freud duma forma como só ele seria capaz : Apresenta-o como uma forma de investimento “pulsionar” que é imprescindível à vida e que é estruturante para o sujeito . Haverá pois que gerir os seus excessos e os seus déficits.



3. A mensagem de Jesus é a mais abrangente. Até porque aparentemente é mais contraditória.

Diz que belos, felizes e livres são os lírios do campo. Diz que somos feitos há imagem e semelhança de Deus....e... Diz que somos pó e em pó nos vamos tornar. E pouco tempo antes de morrer diz : Hodie mecum eris in Paradiso. Di-lo ao bom ladrão e deixa-nos tudo em aberto . Aleluia.

Mais três entradas para o dicionário não ilustrado ( 46 a 48)



Fé – Virtude cardeal, que no advento das modernas técnicas de duplicação, foi alvo de experiências de clonagem em pequenas fés , mas que, veio a verificar-se, envelheciam rápido e morriam cedo.



Esperança – Virtude cardeal que tem vindo a ser desgastada com discussões em torno dos conceitos absolutamente estéreis de optimismo e pessimismo.



Caridade – Virtude cardeal, que nos tempos que correm, nem sequer dá acesso aos fundos estruturais. Geralmente encontra-se-lhe uso em metáforas e em dicionários de sinónimos.

Pré-adolescência da blogosfera



O Ambloguiente tem estado tenso. A blogosfera está com os problemazitos do crescimento... Já passaram as dores de parto, já se afagaram as primeiras depressões ( pós-parto ) , estão agora a aparecer as primeiras febres que preocupam mais a uns e menos a outros.

Eu penso que não é nada que um Benuronzito não resolva... não abusem do Brufen – por exemplo com os meus filhos , baixava-lhes muito a temperatura e isso também não é bom ( vês Avatares, falo da família sem complexos...).

Temos é de estar preparados para a adolescência ( que é quase um segundo nascimento). Aí sim joga-se muito o futuro. Por isso: demos importância aos detalhes, não desprezemos os pequenos problemas dos outros e principalmente sejamos cordiais, que diabo ! Ser cordial não é ser bajulador, é dizer que se gosta, dizer que “já tivestes melhores dias”, dizer que “estás a precisar de férias”....dizer que “já te vi fazer melhor” ou não dizer nada.

O texto do Avis é um naco de bom senso. Não que o Abrupto também não estivesse bem, só que a um pré-adolescente não se devem dizer certas coisas....

Ah! E outra coisa , muitos grilos falantes baralham o Pinóquio !

Desta vez o novo dicionário foi às compras ao supermercado do poder e trouxe mais umas entradas ( da 35 à 45 )



Demagogia – Embalagem comum aos políticos de marca branca



Populismo – Princípio activo comum aos políticos genéricos



Fogos de artifício – Artifícios comuns aos políticos com defeitos de fabrico



Promessas eleitorais – Descontos típicos dos políticos em saldo



Obras de fachada – Etiqueta apensa aos políticos de contrafacção



“Quando eu fui... “ – Inicio de expressão geralmente mais utilizado por políticos fora do prazo



Tráfico de influências – Talão que vem junto aos políticos com bónus



Promiscuidade II – Nome técnico dado à situação em que se encontram os políticos que estão misturados numa prateleira trocada



Cargos de nomeação política - Cargos de políticos, dos quais se aceitam trocas nos primeiros 15 dias ( excepto em período de saldos).



Reformas irreversíveis – Nome para designar os despachos avulsos dos ministros de “ tamanho único”



Institutos Públicos – Prateleira discreta onde se colocam os políticos com promoções de “últimos dias”

E se Deus não for mesmo brasileiro...

Um certo dia tiraram a espetada de Lula do frigorífico, ficou muito tempo cá fora, e aí..., citando A. Jabor !!! "...Aí, começou a Grande Fome, apelidada pelas massas, sempre brincalhonas, de Barriga a Zero."
Mais entradas para o novo dicionário não ilustrado do portugal corrente ( da 28 à 35 )



Estado de direito democrático – Expressão geralmente utilizada quando os argumentos se esgotam.



Provedor – Figura encontrada por alguns aparelhos administrativos ( vulgo governos ) para demonstrar que os elos mais fracos ainda podem esticar muito antes de partir.



Estado – Conceito, que concertado com a realidade, se apresenta desconcertante



Déspota Iluminado – O sonho que infelizmente nunca se torna realidade



Picareta falante – Fóssil do cherne



Globalização – Blogalização em que o B de bimbo troca frequentemente de lugar com o G de gajo



Serviço público - Conceito cuja utilização parece a destinada a blogs e a comentários avulsos de natureza humorística

A revolução está na perseverança.
A Frase

"Às vezes as coisas são assim"
Comecei só agora com os links...
Blog no divã

Andei pelos blogs.

Comum a todos : – e isso é normal – gostam de ser lidos, estão à espera disso e sem essa perspectiva morreriam.

Alguns precisam que haja um círculo muito especifico que os aprecie e releve. Tornam-se um bom disfrute para os próprios, já por vezes mais desinteressantes para terceiros (que têm bom remédio também...)

Há uns mais repentistas e outros mais pensados. Contudo ,os primeiros não existem - de todo - em estado puro e os segundos se se esticam muito perdem a validade

Nalguns encontramos o claro desejo de liderarem os temas, de servirem de centro da discussão, de marcarem a agenda, mas parece-me um desejo que, pela natureza da arbitrariedade deste meio, acabam por não satisfazer totalmente, julgo...

Há blogs vaidosos. Há de facto. Quase todos esses têm um pouco de razão para essa vaidade. Há, no entanto, alguns que são sóbrios e até humildes, e é aí que também se encontra muito do seu valor.

Os blogs que apostam na ironia, em geral sobrestimam-se. São, no entanto, os que mais podem surpreender. São também, por ironia, os que mais se podem tornar irrelevantes.

A originalidade é quase sempre um beijo de Judas. Quem vive apenas em função dela será atraiçoado mais tarde ou mais cedo ( um tema agora em voga ...). Nota: a erudição também é muito traiçoeira...

A “efemeridade” é uma dimensão relativamente bem organizada por aqueles que - por ocupação regular- escrevem e têm um outro auditório mais normal ou fixo, e relativamente mal gerida pelos outros ( eu por exemplo ...)

Há ainda uns quantos , que eu até aprecio mais agora, que parecem mais livres...estão lá no seu mundo, como se os outros não existissem, mas acabam por afinal também estar presos à sua aparente não-temporalidade.

No fundo isto é o espelho do mundo e das gentes, dos corpos e das almas.

Como não podia deixar de ser.



Não consegui resistir



Carlos Queiroz sentado entre Herman José e Artur Duarte. Espero que já tenhas mesmo assinado o contrato com os espanhóis...
Escapulir-se daqui

Finalmente os escapulários com o " 24 horas " !!!

Cherterton dizia na sua biografia de S.Tomás, que S. Francisco de Assis nos tinha livrado do Budismo e que S. Tomás de Aquino nos tinha livrado do platonismo. Estes santos todos, agora em sumptuosos involucros de plástico (?), talvez nos venham livrar do jornalismo.
Um pouco mais de azul

sempre

"com a alma que me resta"
Auto do Pensamento



Dei hoje de manhã uma volta pelos blogs e verifiquei que houve aí uma polémica sobre a ironia , que eu não acompanhei, nem agora consegui descortinar totalmente. Mas é um tema inspirador, tal como a memória. Aqui vai disto :



Encontram-se quatro rivais ( Ironia, Silogismo, Poesia e Analogia ) num entroncamento :



Ironia - Tudo começa comigo, porque vocês são uns cobardolas

Silogismo - Mas desde quando é que começar vale alguma coisa. Acabar é que é importante.

Poesia – just walk, please !

Analogia – É tudo a mesma coisa, amigos, temos de nos dar bem !...

Silogismo - Reparem, a “descontinuidade contínua” do pensamento : princípio – meio – fim é a garantia da sua validade.

Ironia – Tu, por mim, podias ficar logo pelo princípio, se faz favor.

Analogia – Mas pensar é andar ficando parado, porque é que vocês se estão a maçar.

Poesia – A alma nunca está calma, e pensar é uma metáfora.

Silogismo – Com vocês ainda se estava a fazer fogo com uns pauzinhos

Ironia – Mas tu ainda os tens, só que estão noutro sítio, foi a realidade que te os pôs...

Analogia - Façam a fineza de não ser grossos.

Silogismo – Vê-se que tu é que não acrescentas mesmo nada. Só comparas, não evoluis!!!

Poesia – Evoluir é a volúpia do pensamento clássico.

Ironia – Olha e tu já te viste ao espelho. Cai no teu real se é que tens algum. Esta gaja a falar de volúpia, só visto !

Silogismo – Finalmente a Ironia revela-se : precisa da realidade para viver. Eu pelo menos sou auto-suficiente

Analogia – Mas vocês estão a falar de quê ? Nós precisamos todos uns dos outros !

Ironia – Olha, tu para mim apenas me dás umas pistas. Não te sobrestimes .

Silogismo – Vê-se que vocês são desarticulados por natureza. Improdutivos. Parasitas. Fechados no mero confronto.

Poesia – Mas o sal salga e conserva porque é diferente da carne. Elejam o abismo como a salvação do promontório.

Ironia – Tu andas a vender melhor, mas não abuses.

Analogia – Vocês são mesmo todos igualzinhos, assim eu também não me safo.

Silogismo – Está clara a minha maior consistência, o que é mais firme mais perdura , concluo que eu ainda estarei bem vivo quando vocês forem um monte de cacos.

Ironia – A tua consistência passa a diarreia num intantinho. Basta comeres uma premissa estragada..

Poesia – Bem, na merda é que eu não consigo trabalhar



Entretanto vem a passar a Memória com um ar superior e cantarolando: “ Quando eu vim pra este mundo /era eu uma criança / mas agora que estou velho / como a todos, fica só lembrança."

Os quatro personagens ficam em pânico e dizem em coro “ corram que a gaja limpa-nos a todos”









Louçã Parade

Soube pelos Marretas que o artista ia para tournée

Acho que foi uma operação montada pelo canal Vivir.

Tive acesso aos preparativos e apanhei o seguinte:



Louçã – Acham que eu também tenho um perfil mais favorável como o Julio Iglesias ?

T.Lopes – Não precisas; tens sempre é de dar a outra face quando te ofenderem.

Louçã – É pá, nunca me tinha lembrado dessa figura de estilo ! Qualquer dia o Rosas ainda a usa primeiro..

Entretanto aparece o Rosas...

Portas – Olha-me este papo-seco ...

Drago – Mas... é o Rosas senhor!

Rosas – Valha-me S. Isabel ! Vocês estão a fascisar !

Portas – Então, mas o Hermano Saraiva disse que isso não existiu ?!

Louçã – Vocês não vêem que eu vou estar em digressão ! Deixem-me treinar a minha voz de locutor de rádio s.f.f.

Rosas – Já anda para aí gente a dizer que tu tens mas é um ar um bocado seminarístico pá !!

Drago – Isso é inveja da sua postura séria !

T.Lopes – Sim , sim, há que manter a verticalidade

Portas – Eu por acaso acho que devias fazer um ar mais blasé ...

Louçã – E isso o que é ? O Boaventura sabe o que isso é ?

Joana A. Dias (entretanto chegada ) – Fiz mais um discurso. Posso ficar lá na semana da digressão ?

Rosas – Mostra lá isso

Joana – Censura !!!!

Louçã – Não Joaninha , não é isso, é que pode haver aí alguma frase gira para a minha digressão...

T.Lopes – Agora lembrei-me : ainda podemos dizer que as nossas propostas fiscais são do Sá Fernandes?

Louçã – Isso não, porque ainda me pedem para eu trocar aquilo por miúdos e eu fico coagido.

Drago – Pois é coitadinho, e ele precisa de estar à vontade para fazer os trocadilhos que o pessoal está à espera.

Louçã –Não são trocadilhos, são ironia anti-burguesa

Portas- Mas o Hermano disse que a burguesia nunca existiu

Rosas – Toca mas é a assapar que os GNR amigos estão quase todos a jogar às cartas com a Mizé Morgado

Louçã – Viram se está tudo em ordem com a carrinha?

Portas – Não há azar, se houver algum problema aparece a malta do PS que já está habituada a levar-nos a reboque ou a dar-nos boleia.

Kundera again



No mesmo site onde a Montanha Mágica retirou a entrevista de Kundera vem um artigo onde este diz que a Europa Central e a América Latina são as duas partes do mundo mais traumatizadas pela experiêcia do barroco. Kundera conhece mal Portugal, que pena. Só que como a dislexia nacional também é produtiva , nós também aproveitámos de forma generosa a experiência do bacoco e do balofo.



Quem lhes dera ser Kundera
Quando li as referências a Kundera na Montanha Mágica lembrei-me de uma passagem de “ A insustentável leveza do ser “, livro que dispensa os elogios.
Tem muito a ver com este fenómeno dos blogs.
“ Todos nós temos necessidade de ser olhados. Podíamos ser divididos em quatro categorias consoante o tipo de olhar sob o qual desejamos viver.
A primeira procura o olhar de um número infinito de olhos anónimos ou, por outras palavras , o olhar do público. (...) Para ele ninguém podia substituir os olhos anónimos. (...)
Na segunda categoria, incluem-se aqueles que não podem viver sem o olhar de uma multidão de olhos familiares. São mais felizes que os da primeira categoria porque, (...) acabam sempre por conseguir arranjar os olhares de que precisam. (...)
Vem em seguida a terceira categoria, a categoria daqueles que precisam de estar sempre sob o olhar do ser amado. A sua condição é tão perigosa como a das pessoas do primeiro grupo. Se os olhos do ser amado se fecham, a sala fica mergulhada na escuridão. (...)
Finalmente, há uma quarta categoria, bem mais rara, que são os que vivem sob os olhares imaginários de seres ausentes."
Kundera é um escritor para uma vida.
O blog ...não sei. Mas faz-me ter que escrever em vez de me esparramar em ideias mais ou menos feitas. E assim as palavras, que são falsas, criam-nos aquela sensação de ambiguidade que é muito ajustada à nossa condição humana.
Eu, dado que não tenho público, os meus amigos nem sabem que eu escrevo isto, e a minha mulher não liga nenhuma, só posso pertencer à quarta categoria. Escrevo para Nossa Senhora. E como não sou calvinista, não preciso de estar sempre a citar a Bíblia.
Abriram-se as hostilidades...
Russos traduzidos

Tenho três traduções de " Almas Mortas ". A segunda nem a li toda. Parecem livros diferentes.

Estou ansioso de ler uma versão traduzida do russo a sério da "Ana Karenina". ou será Anna Karennina... Decidam-se tradutores. E um Oblomov recente, e novo "Pais e Filhos" do Turgueniev ! Já nem falo de Lermontov e de Saltikov Chtchedrine. Pelo menos as biografias do Troyat, que ele escreveu em francês! ( há para aí umas duas traduzidas...) Eu não sou do meio mas... Abrupto e Aviz exerçam as vossas influências ...se é que estão interessados... Eu estou a falar de traduçóes novas, bem feitas, até apanhando esta nova "onda" e seguindo algum bom trabalho recente feito com Dostoievski e Tchekov. E adorava uma tradução para português do "Le Roman Russe " de E.-M de Vogué. O original francês confesso já me custaria a ler outra vez.

Termino : Griboiedov ! Como eu gostaria que houvesse uma tradução!!!

Já desabafei. Pode ser que alguém leia isto.
O quotidiano nem rima



Cruzes !

Ela está Vermelha de raiva.

Será uma afronta

que deu em afrontamento...

Nem abram a Porta senão eu Brito !

Modernices...



Vi o Barroso macho

no palanque do aquário...

isto vai dar raia !

Será que ele já está por conta

do Lula ?





E a barraca que o outro agora arnault

ora casa, ora descasa...

então mas a aliança não era douro ?



E no Douro caíu outra vez o coitado do Rui,

distraído a olhar para o fogo da gaia.

Tinham-no avisado Menezes de vezes!

Saiu do rio molhado

como um Pinto...

e quando foi dar à Costa

apareceu-lhe o burmestre da banda

da GNR a dar-lhe música.

Promíscuos.

Nem mais uma borla nas multas.



O casino fica no túnel

Pronto



Bem

e o Sporting vai ganhar para o ano

agora que os Santos apareceram

e a quaresma acabou..

e o Blogoni também ! Chiça !









Blog global

Tive a ler o meu blog desde o início:

O meu blog deve ser analisado na sua blogalidade
Agendas

Rasguei hoje a minha agenda de 2002.

Descobri lá, por mim escritos - num dos dias de Janeiro - estes versos de Tommmaso de Campanela ( devem ser da tradução de Jorge de Sena) :

"Na fronte eu trago a imagem estampada
do meu amor, seguro de que a tempo
hei-de chegar onde me entendam, mudo"

e também lá estava " breve é face ao eterno qualquer tempo"

Ainda estamos todos a tempo de perceber isto.
Mais entradas para o dicionário

Política Fiscal – O voltar às origens no exercício do poder ( Tamerlão empilharia crânios)



Europa – Convenção de natureza cartográfica reduzida à categoria de convenção de natureza política



Proteccionismo – Aplicação do largamente aceite “princípio da legítima defesa” ao comércio internacional.



Leis sem regulamentação – Aplicação prática da expressão popular “para inglês ver”, sob a capa da “definição de linhas estratégicas” associada à “lei do menor esforço”



Sufrágio directo e universal – Hipocrisia geralmente simbolizada por uma caixa de cartão com uma ranhura virada para cima. Esta ranhura não propicia automaticamente sensações de lategamento pélvico ( expressão retirada de outro dicionário concorrente)

Memória
Sobre a obsessão da memória de que falou o Abrupto, lembro-me da angústia de J.L.Borges quando falava da "prolixidade do real".
Lembro-me de ter também lido em T.S.Elliot algo como "The Human kind cannot bear very much reality". Será então a blogaria mais uma forma de gestão saudável da memória ou uma fuga para a frente com ela. É um assunto a que voltarei mais tarde e com mais profundidade. (se não me esquecer...)
Ora blogas para isto



Na blogaria encontram-se muitos desblogados.



Eu sei que a blogência é uma virtude, mas blôga-se, alguns são demais.



O blogágio é um risco mas as blogações são um fastio.



Pior que o umbiguismo e o Pipismo, são o não-ter-nada-para-dizerismo e o ter-que-dizer-qualquer-coisismo e o julgar-que-o-que-dizemos-tem-algum-interessismo







Ainda sobre a descentralização e Carlos Queirós





Nelas gemina com Madrid



Canas de boca aberta



Nelas vingada



Mais entradas para o Dicionário não ilustrado



Autonomia – Jardins Suspensos da Parvónia



Retórica Parlamentar – Troca científica de argumentos onde as conclusões surgem antes das premissas.



Prisão preventiva – Técnica da moderna ciência jurídica em que o definitivo surge antes do provisório



Politicamente correcto - Ideia a roçar o bocejo



Diplomacia da influência – Terminologia da política moderna que traduz a expressão popular « não mandas um c.........»



Partidos da maioria – Amén em Democratês

Assalto à vara



Encerraram a vara do 17ª tribunal. Grandes porcos.

Será que o Armando também lá estava. Se calhar foi o paio a desforrar-se.

Jesus quando quis acabar com a vara meteu-lhe o diabo no corpo. Foram por um precipício abaixo. Foi uma coisa com mais estilo.
Mais para o Dicionário



Câmaras Municipais – Instituições onde o poder é local mas a asneira pode ser global.



Descentralização – Clonagem de despesa pública



Concertação social – O que não tem conserto consertado está.



Esquerda – Direita recalcada



Direita – Metonímia de esquerda



Maioria – 50% mais um, que não se sabe quem é.



Votação – Acto de álgebra elementar que revela elementares limitações de facto

O que é feito de:



Nuno Rogeiro, Apartheid, Nandrolona, Triângulo das Bermudas, Juliete Binoche, Ali Alatas, Manuel Barbosa, El Charro, Inflação a sério, Polícias sinaleiros, Numeros clausus, Genéricos, energia solar, existencialismo, Paula Rêgo, elevador do Martim Moniz, Comércio tradicional, Gel de banho Atkinsons, Brucelose

Se souberem alguma coisa avisem. Se é que alguém lê isto.