Cuidai bem da vossa água e do vosso moinho. Amassai, fermentai, não vos percais no sono e guardai bem a porta do forno. Com o vosso fervor, protegereis o santo padeiro dos ataques do bolor e, se estiverdes sempre por perto, a côdea nunca deixará o miolo a descoberto. Sede vigilantes com o centeio, a humidade anda no ar, e a fama do moleiro depende do vosso atento olhar. Não regateeis meios, e, se não puderdes ser discretas, tapai com o vosso santo corpo todas as frestas. Nunca vos olvideis de qual altar tendes de servir, e se a alva toalha não o cobrir, protegendo-o assim das campanhas negras do mal, imolai-vos enroladas numa coluna de jornal. Que a vossa sábia palavra nunca falte no moinho, pareça ela coberta de farinha, pareça ela embebida em vinho. Mas, se entenderdes servir incondicionalmente o produto do padeiro, apresentai cuidado, pois se o não embrulhais bem, seco e duro será o seu fado.
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