Eu, ao contrário desta turba de vândalos inconscientes, ou oportunistas impacientes, ou crueis impenitentes, compreendo-te. Tu tudo tens feito para o nosso bem e, sei-o, com enormes sacrifícios pessoais, prejudicando o teu jogging, a pós-graduação em marquises que pensavas tirar, e até o brilho do teu cabelo. Percebo perfeitamente que não quisesses preocupar o dr. cavaco e a sua reformada drª maria com essas medidas difíceis e ingratas que só tu sabes tomar com tanta discrição e, direi mesmo, ternura, sei-o, pensando sempre primeiro nos mais desfavorecidos, naqueles que sofrem em silêncio, e inclusive dos que sofrem aos gritos, naqueles que apenas têm no teu olhar sereno o último refúgio de serenidade e bem estar. Tens sido o nosso amparo, sei-o, e tens-nos defendido com unhas e dentes junto daquela moça meio-bucha, a alemã, tens-lhe feito ver que somos um povo que também já sofreu muito, e inclusive, também tivemos o Salazar e tudo, e esse nem sequer tinha um bigodinho, nem ouvia o wagner nem nada, apesar de agora se saber que era maluco por rabos de saias. Não lhes ligues, não desperdices com eles a tua abençoada luz, eles não querem, nem jamais lograriam, compreender o quanto tu tens dado a este povo de marinheiros, e até já demonstraste que basta ter dois braços e duas perninhas para se ser teu ministro, tal a tua genuina vontade de dar oportunidades a todos, até já tiveste de falar inglês, ou ouvi, e já tiveste de ir vender computadores azuis àquele gordinho de encarnado que fala espanhol, eu sei muito bem o que isso é, ter de andar pelo mundo fora a dizer que os nossos produtos são muito bons, e muitas vezes sem tempo nem para ir ver umas montras, ou mesmo comer só umas sandes à pressa no free shop. Não lhes ligues, continua impregnado desse dom raro que te inunda, e a zelar por nós, como sempre tens feito, eu sei-o, e contra ventos e marés mesmo que aproveitando-lhes essa energia pura e limpa que tu tanto amas e amparas, estou aqui para te dizer que não estás só nessa missão, ainda há quem encontre em ti a nossa ultima réstia de esperança e sonho e luz e caminho, esse cheirinho reconfortante do vick vaporub que nos desentope a alma. Não deixes que venham os do fmi, não deixes, e se quiseres eu ajudo-te a pôr o barrote na porta e a entornar-lhes para cima o azeite a ferver. Não ligues aos maus, eles só querem roubar-te esse piqueno prazer , esse poucochinho e humilde prazer que tu ainda tens, que é servir desinteressadamente este povo que , muitos até sem o saber, dedicadamente te ama e que já não saberia passar sem ti e sem essa tua voz de pai e amigo que nunca vir a cara às dificuldades.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário