Desmaker está com Marinho Pinto. Por amor ao espectáculo.

Um homem semi-coxo e solitário. Escolheu, há uns anos, ganhando notoriedade, um discurso de arremesso aos chamados interesses instalados, dando a imagem de que dizia o que todos os outros, por conveniência, comodidade, ou bom feitio, calavam – designadamente pondo o dedo no estatuto fascisoide da figura do juiz. Como a fauna e flora dos advogados também alargou o seu espectro (proletarizou-se) acabou por ser eleito para a tal de Ordem, como um forcado a ser escolhido para o seu grupo. Foi entretanto pisando riscos, perdendo o controle do boneco, continuando a chamar a atenção nos limites do único estilo para o qual parece treinado, misturando o certo e o errado, a provocação e o arrojo, de tal maneira que fez, no recente folclore de climax mediático, com que MMG parecesse uma carmelita saída duma missa de apoio ao banco alimentar.
Apesar do aparente fretismo (a Sócrates) de Marinho, a onda de ‘apoio’ a Manela é um autêntico borregamento mental; Marinho, no pleno uso dos seus direitos de bobo com estudos, quis criar o seu momento, fazer notícia com as próprias mãos, quis estar na arena e ir experimentando todos os lados do espectáculo. A justiça (romano-germânica), como sabemos – e agora é sabedoria generalizada – está pendurada num conceito por ela cirurgicamente criado e decorado que é ‘a prova’. É esta instituição caprichosa que a alimenta; por isso é ela a grande responsável pela sua saúde e pela sua doença, baptizados e funerais incluídos. Marinho (e no fundo as MMG de turno também) é o seu trombone. De maestros já sabíamos que estávamos mal servidos e cansados; por isso, de vez em quando distraímo-nos com os trombones. Mas, no fundo, à tardinha, todos queremos regressar aos violinos.

[rescaldo do fantástico vídeo MMG vs MP]

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