Mas hoje já estou com uma profunda capacidade para impressionar.

Sinto-me requintado. Praticamente incapaz de qualquer estridência, - para ouvir um ruído que seja, os estimável leitor terá mesmo de encostar o ouvidinho à tela – irei explicar-vos várias coisas sem recurso a muletas, dispensarei inclusive onomatopeias, e nem sabem o que me custa não usar assim uma bucha clássica tipo huumm, ou mesmo um splash, ou um grrrrrr, ou até um zzzt. Ficam assim afastados da minha explicação cães e gatos, fora de questão animais ferozes, quanto muito uma joaninha, ou então um colibri paralisado das asas.
A talhe de martelo (não está disponivel a foice) lembremo-nos que foi a metafísica escolástica que nos deixou como testamento a única definição que dispensou figuras de estilo: ‘Deus é aquele que é’. E assim, mesmo sem reticências, deixou-nos pendurados com a noção de puro ser, puro acto. Uma verdadeira explosão metafísica que dispensa pornoexclamações.
E isto tudo para (vos) expressar a minha semi-exclamativa consternação: e então nenhum partido convida a Diana Chaves? Estão à espera que venha cá o Berlusconi? Estaremos perante a descriminação das sex simbols? Integramos a paneleiragem e ostracisamos as gajas boas? Focamo-nos no investimento público e continuamos a importar beldades eslavas? Ele é testamentos vitais e bancos de esperma e ninguém pensa em apurar decentemente a raçola da fêmea lusa? Vão continuar a nascer portuguesas de pernas tortas e anca de baleia? Para ver lábios carnudos teremos sempre de ligar a tvi? Será que os meus netos terão de emigrar para apalpar umas mamas que não descaiam ao fim de 15 dias de racionamento de leite em pó? É também esse o encargo que lhes vamos deixar? Se pretendemos ser um rabiosque condigno da Europa temos de nos preparar em condições. Quero ver esses programinhas de governo, quero.

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