F. Nietzsche, 1883, in Assim Falava Zatarusta, trad. ed Guimarães
Canónicas #12
F. Nietzsche, 1883, in Assim Falava Zatarusta, trad. ed Guimarães
‘metafisica superata’
Luna Park
in Sinal de Fogo, 'Histórias de Amor', Robert Walser, Relógio d’Água, 2008
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Luna Park
Álvaro de Campos (FP), em entrevista ao jornal A Informação, a 17 Setembro de 1926.
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Para aliviar das mamas das claudias irinas
No início do ano teremos uma moça altiva a dar um tom de optimismo. Apresentando um U shape a tentar timidamente mostrar que se pode transformar num V shape. É uma carinha semi triste, mas dalguma forma dando a entender que com ela podemos atacar o ano de peito feito.
Fevereiro
Neste mês devemos fazer-nos acompanhar dum clássico de distinta preocupação, uma espécie de desencanto com pedigree. Cate desafiando os discursos da tanga com o discurso da rendinha.
Março
Emmanuelle Béart
Gillian Anderson
Maio
Jennifer Morrison
Junho
Jennifer Anniston
Julho
Julliane Moore
Agosto
Kate Winslet
Setembro
E quando nos estamos a preparar para pôr em pé outra vez, eis que aparece a Sophie, com o capuz para as noitinhas, que já vão arrefecendo, e traz outra cadeirinha. Arranja-se, evidentemente, sempre espaço para dois, é até uma questão de boa educação. Esperamos juntos, com os olhos no... futuro.
Outubro
Novembro
Dezembro
O ano vai acabar, já ninguém aguenta isto; aparece a Keira, também sem pachorra e pergunta: então e esse 2010 nunca mais arranca?
Madoff Show (III). Cozido à Portuguesa
Temos que convir que a Madoffolhada é um golpe e peras. Homem respeitado leva à certa outros homens não menos respeitados, num esquema simplérrimo mas aplicado a valores milionários, só faltava mesmo o dinheiro ter sido benzido antes de ser todo perdido.
Reparemos que a situação seria muito semelhante a um cenário deste género: o Ernani Lopes e o Medina Carreira montariam numa garagem um jogo do bicho destinado a amigos banqueiros & afins, que iriam lá uns dias por semana fazer uma espécie de overnight alternativo servido com pãozinho quente com chouriço. Certa noite sairiam os dois para o clássico comprar tabaco e dar uma entrevista na SIC notícias e…não voltariam. Gerar-se-ia a ansiedade, seguida de compulsiva vontade de mijar, e finalmente o pânico…
Manuel Pinho – Logo por azar hoje tinha apostado a Autoeuropa porque me disseram que já estava parada, mas parece que afinal aquilo é duns alemães… devia ter apostado antes as Minas de Aljustrel que agora nem se sabe de quem são…
J. Rendeiro – E eu cá montei um derivado baseado no capachinho do José Cid e ele hoje já me ligou duas vezes a dizer que está com uma fogagem no couro cabeludo, e eu agora não sei o que lhe dizer.
Jo Berardo – Calma, pessoal, não se precipitem, a CGD tem tudo sob controle…
Jardim Gonçalves – Isso é bom de dizer para um gajo que a única coisa que não tem penhorada é a boina. Eu cá apostei três offshores que me custaram muito a ganhar.
Jo Berardo – Go, offchora-me aqui no ombrinho, go.
Armando Vara – Fodasse, e eu que não me lembrei das offshores, caraças, podia ter apostado as offshores em vez dos PPR’s, mas tive medo que o Medina dissesse mal de mim ao Mário Crespo.
Vitor Constâncio – Felizmente eu apostei a divisão de supervisão, também se perder tudo não se vai notar nada.
Manuel Pinho – O importante é manteres as tipografias em bom estado, porque a tua principal actividade no próximo ano vai ser imprimir daqueles papelinhos rectangulares e com bonecos monocromáticos.
Jo Berardo – Eu também quero disso!... Tudo que seja cultura interessa-me!
António Costa – Eu por acaso apostei uns futuros do terminal de contentores… vai-se a ver devia ter apostado antes o Sá Fernandes…caramba, agora vou parecer eu a cigarra e o Lopes a formiga.
Isabel Jonet – Eu é que estou numa situação muito ingrata, apostei 30 toneladas de arroz na esperança de me saírem mais 30 de bacalhau, e se perder tudo amanhã lá no Banco Alimentar a canja vai ser só com água e caldo knorr.
Manuel Pinho – Calma, estão a bater à porta!, se calhar são os gajos… é pá, afinal são os tipos da ASAE… fosgasse, acho que vão fechar isto por causa do fumo!
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Whatz happenede withe pescoço of Paulo Rangele
Financex appeal
Madoff Show. Inevitáveis: soma e segue.
Hardpio
Corrente
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A case of you
Joni Mitchell
Programa Guantanasmus
Não perdendo tempo, mandou a dupla Amado e Anita Gomes para o aeroporto entrevistar os prisioneiros alegadamente alqaedeanos aquando da sua entrada no país, e assim aferir em directo e a cores das suas capacidades de colocação.
Prisioneiro – Razia el-Tuinetauer, um seu criado, ex-fervedor de água para chás em Istambul.
Amado – Interessante; quais foram então as experiências que mais o traumatizaram na abominável prisão das Caraíbas?
Prisioneiro – Confesso-lhe que quando me enfiavam ferrinhos em brasa pelo cu acima, perguntando-me o número do telemóvel do camarada Bin, dava-me um certo ardor na próstata.
Amado –Desagradável de facto; e qual pensa ser a sua real e mais profunda vocação?
Prisioneiro – Tirando hoje o meu maior sonho ser conseguir mijar de jacto e sem ficar a pingar no fim, julgo que me integraria bem num programa de avaliação forçada a professores.
Amado – Perfeito, vou integrá-lo no grupo que fica a dormir na arrecadação da mme Lurdes, com direito a duas refeições quentes diárias e a prémio de desempenho pago em estagiárias - também quentes - de línguas clássicas.
Anita Gomes – Próximo!
Prisioneiro – O meu nome é Marmonides del Extremoz e era ladrilhador de palácios no Casaquistão.
Anita Gomes – Curioso; e que me conta sobre as terríveis torturas a que foi sujeito?
Prisioneiro – A que mais me marcou foi obrigarem-me a decorar os posts do ‘Portugal Contemporâneo’ sobre o Bem Comum se eu não lhes desse o pin do Bin.
Anita Gomes – Experiências limite, compreendo, e nem lhe davam bolachinhas de água e sal?
Prisoneiro – Nada, cheguei a implorar por aquela coisa do afogamento que faziam aos que só sabiam ler o Corão.
Anita Gomes –Menos penoso, de facto. E que poderemos nós fazer para lhe extirpar tamanhas e medonhas memórias?
Prisioneiro – Gostava de voltar a ladrilhar sem me gritarem «agarra que é ladrilhão»!
Anita Gomes – Calha bem, porque o camarada Pinto Ribeiro anda a remodelar a casa de banho do ministério da cultura - que lá tinha sido deixada pelo bárbaro Carrilho - com umas faianças que sobejaram da exposição do Hermitage na Ajuda e que os russos não quiseram levar de volta porque os ratos tinham lá mijado dentro.
Amado – Outro!!
Prisioneiro - O meu nome é Rute Suleimano e era travesti de saias largas em Jericó.
Amado – E o que me conta o amável torturado das sevícias por que tem passado?
Prisioneiro – calcule o querido que me faziam cócegas com as plumas até eu dizer a password do Hotmail do Bin.
Amado – Que desfaçatez. Conseguiu resistir?
Prisioneiro – Impossível amor, a password era 'aicredo' e descobriram à primeira, foi assim que ainda foram a tempo de abortar o atentado aos croquetes que engasgaram o Bush!
Amado – bem… e como e onde pensa poder realizar-se aqui no nosso país?...
Prisioneiro – O meu sonho era ter um talco-show…
Amado – Como assim?...
Prisioneiro – Então… eu, por exemplo, convidava os deputados do PP, e eles vinham ainda tenrinhos e humidozinhos e eu secava-os em directo…
Amado – Não sei se isso será possível, mas julgo que podemos colocá-lo num programa de apoio à indústria automóvel a polir tubos de escape na garagem do Mano el-Pinho, se lhe convier.
Anita Gomes – O seguinte!
Prisioneiro – O meu nome é John al-everage e antes do degredo vivia em Bay Lout a gerir fortunas.
Anita – E como se deu pela ilha com as terríveis torturas e privações que lhe impuseram? E ainda para mais depois de ter sobrevoado ilegalmente países livres onde se podia comer bitoque com ovo e arroz basmati sem nos perguntarem onde é que o Bin se abastecia de roupa interior e palitos de la reine?
Prisioneiro – Um pavor! Chegaram a obrigar-nos a preencher as fichas de avaliação da dra milurdes sem poder ver a telenovela!
Anita – Revoltante! Como poderemos compensá-lo dessa experiência degradante?...
Prisioneiro – O meu sonho era poder escrever um grande romance sobre a decadência da sociedade de opulência e consumo e inclusive a oscilação da euribor.
Anita Gomes – Está no país certo. Aqui apenas uma sobrinha estrábica dum sapateiro ali aos Anjos é que ainda não editou um romance. Fica então por cá e arranja-se-lhe de certeza uma quartinho no salão de cabeleireiro do dr Amado.
Amado – Venha o último!
Prisioneiro – Judas Ex-cariotes, prisioneiro e traidor profissional de judeus hesitantes.
Amado – Não esperava vê-lo por aqui…mas… que nos pode contar que possa descrever a sua experiência?
Prisioneiro – É uma longa história, mas ultimamente o meu ‘beijo de judas’ caiu um pouco em desuso e costumam usar mais antrax, ogivas e outras brincadeiras. Fui-me adaptando.
Amado – Mas que torturas especiais lhe infringiram?...
Prisioneiro – Bem… eu era infiltrado sabe… fazia de ex-bombista, - mas aquele fato alaranjado por dentro era do mesmo material que as tshirts do Cristiano Ronaldo – e tentava sacar aos outros o código do pacemaker do bin laden…
Amado – Judicioso, de facto…. Nem sei bem como encaixá-lo na nossa comunidade de fraternal harmonia que é Portugal, reino de beatos e leais condestáveis.
Prisioneiro – Deixem lá, não há problema, em fico bem em qualquer cantinho, uma mesa corrida e uns paposecos chegam-me para continuar a fazer história.
Amado – Bem, só se for lá no conselho de ministros…mas, espera lá, o avozinho das finanças pediu-me um tipo para ir pôr óleo de fígado de bacalhau naquelas pevides que o Medina Carreira parece estar sempre a mastigar nas entrevistas…
Prisioneiro – Não sei… agora na Grécia estão a pagar melhor… se calhar vou antes especializar-me em queijo feta!
Amado - pois.. e para concorrer com o Partenon... o mais parecido que temos é o novo cais das colunas; compreendo.
Sócrates tinha deixado fugir Ex-cariotes por falta de verba, mas mesmo assim era agora a vanguarda na recuperação de ex-pseudo-terroristas com o programa Guantanasmus; e com Chavez sem graveto para pagar o material informático, sabendo-se dos mais elegantes do mundo, e com a Bruni eventualmente a cansar-se de Nicolau... enfim, o mundo dá muitas voltas.
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gogol moments
Feno Prof
Quando a mãe natureza nos induziu à procriação e consequente ilusória perpetuação da espécie, (esteja ela em progressão, regressão ou mero encavalitamento com as outras) subentendeu que em paralelo existiria uma curiosa sub-espécie denominada de professores, e que se encarregaria de aliviar os casais-copuladores-de-esperma-e-óvulo da parte mais maçadora da sobrevivência da dita espécie: educá-la.
O tal de professor deveria assim ser respeitado e mantido numa reserva ecológica, bem nutrido, desinfectado, sexualmente saciado, e com formação específica nas áreas dos agentes alucinogénios, anestesiantes, enfardamento de palha e manipuladores de consciência em geral; pura e simplesmente não se deve depositar esperanças na educação em liberdade. Em liberdade um gajo pode caçar, mijar, lançar papagaios, engatar professoras em cima do feno, ou ajudar o capuchinho vermelho; educar-se, nunca.
O mito arcaicizante da educação em liberdade tem produzido mais equívocos que a contratação de secretárias com mini-saia. O livre pensamento é apenas uma aparente condição neuronal – até bem delimitada pela caixa craniana – e está destinado a ser devidamente controlado e enquadrado por essa corporação de eleitos e protegidos, e que apenas devem prestar contas a Deus nosso senhor, pois o seu, deles, desígnio foi construído à imagem e semelhança das melhores páginas do Pentateuco ilustrado. E em falhando na educação programada, planificada e iluminada, cuidado, ao Estado apenas sobrarão os contentores ou a catana.
(na foto Doris Day e Clark Gable)
Bailoutame mucho
(imagem de palhaço de Bernard Buffet)
O medo intermédio
Não nos afastemos da fotografia tipo passe
Misererenobispatia
E com este post inicia-se oficialmente a época misantrópica
Banco Romeu e Caixa Julieta
Boas práticas & Equilíbrio sistémico
Danoninho country
Easy Come Easy Stay
Sol na moleirinha em Novembro, Natal em Dezembro
Os bolds em destaque são da minha inteira responsabilidade.
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Cucurbitantemente
‘Um fogo lento a trabalhar por dentro das árvores’
«Há uma cacofonia no ar. A palavra (…) perde-se e as imagens empobrecem»
«Arqueólogos israelitas descobriram um texto em hebraico com 3000 anos. Se a notícia está correcta, “julgar”, “escravo” e “rei" foram as primeiras palavras decifradas»
«O Princípio da Incerteza começa numa capela. As capelas são mais secretas do que as igrejas, não têm o fausto dourado, e ao silêncio juntam um certo abandono — parecem casas de arrecadação velhas, talvez o sejam, em parte.»
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Dabliu.
«vão chegar ao fim oito anos de simplicidade, um tempo em que todos os problemas do mundo tiveram apenas um nome: George W. Bush»
«O ódio ao presidente americano foi a mais próspera indústria intelectual do planeta»
«Há que admitir: não é fácil imaginar alguém mais adequado para o papel de bode expiatório universal»
«os problemas que forçaram Clinton e Bush a ser quem foram não acabaram com as presidências deles. Em breve, teremos de lhes dar outro nome»
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Magaglianes
in ‘Relazione del primo viaggio intorno al mondo’, do italiano Antonio Pigafetta, um dos 18 sobreviventes da viagem de circunvalação, descrevendo Fernão de Magalhães, ‘Magaglianes’, após a sua morte em combate a 27 de abril na ilha de Mactan, nas Filipinas, na língua de dante, caravagio, cicciolina, berlusconi, umberto eco e roberto baggio. (liberliber.it, pg 25); e registe-se ainda com agrado que «de li nemici se non quindici, ma molti de noi feriti» tem uma boa musicalidade para acabar qualquer tipo de texto.
[«revela domínio restrito da história e filosofia da área científica a que se refere o estudo»; pfff.]
T.P.C.
‘já te magalhava toda’ – expressão de natureza viril que expõe toda a propensão masculina para fazer realçar na mulher as suas propriedades terapêuticas, e inclusive de sensibilidade criativa, metade virginias e metade wolfes, já se sabe.
‘ está aí uma bela magalhandrice’ – frase de alcance variado, mas que pode ser utilizada tanto na introdução de legislação pirata sob a capa do Orçamento de Estado, como em campanhas publicitárias onde, por exemplo, a Soraia Chaves segure um portátil entre as pernas enquanto com uma mão ajeita o fecho eclair ao Ivo Canelas e com a outra o laço ao Nicolau Breyner
‘vou bater um magalho’ – Prática com leves insinuações de índole onanica, mas que pretende referir-se ao registo introspectivo de alguém que julga deter a verdade e o destino, e sobre os quais depois fará fluir a sua verve esponjosa e ejaculativamente.
‘o magalhadinhas’ – Expressão devedora da obra de Aquilino Ribeiro e que pretende definir uma espécie de gadjet que transforma qualquer produto das novas oportunidades num assessor do governo.
‘magalhas-me o juizo’ – Expressão proposta pela ERC para rodapé a introduzir nas peças tele-jornalísticas que tenham mais de 15 segundos a falar dos contentores, do Sousa Tavares e dos estivadores.
‘ide para o magalho’- Opção a introduzir doravante em todos os boletins de voto, quaisquer que sejam as eleições, e que tenha igualmente direito a ser contemplada nas sondagens comentadas por aquele senhor que já foi da UGT e que agora também comenta as fífias do Paulo Bento.
‘passas o tempo na magalhofa’ – Frase a ser utilizada pelos encarregados de educação sempre que os filhos passem horas agarrados ao computador, levando o plano tecnológico a substituir o que outrora, com elevado sucesso, alcançavam as revistas pornográficas escondidas por entre os livros do Júlio Dinis.
‘coçar os magalhos’ – Momento de sublimação da masculinidade como estado contemplativo da natureza, e que já mereceria uma nova nomenclatura, devidamente baseada em processadores de 32 bits e que não coloque as virilhas em carne viva.
‘cada macaco no seu magalho’ – Refere-se esta expressão à moderna técnica da governação política, em que o líder iluminado faz chegar por uaireleçe a todos os seus assessores as linhas gerais, que imediata e sofetuericamente se desdobram em pequenas e bem definidas instruções, que todos devem respeitar meticulosamente para que nada se perca nas suas pobres e limitadas cabecinhas.
‘Estamos metidos numa bela magalhada’ – Com o desgaste semântico que levaram as palavras ‘crise’ e ‘crash’, era necessário reinventar o momentum sem perder o toque trágico-cómico que têm aquelas situações da História onde franceses minorcas casados com modelos sonham ser novos napoleões, ou chernes euro-encartados sonham dominar os tubarões.
O ‘magalho’(como unidade monetária) – Em fase de novas incertezas sobre o valor da moeda poderemos perfeitamente fixar um novo padrão como: o ‘Magalho’. Serviria, por exemplo, de novo indexante para salários mínimos, ( ex: 100 magalhos, e daí um bitoque com ovo nunca poderia exceder 1 magalho, para todos poderem comer diariamente um bitoque e ainda sobejar para um LCD resistente a mijadelas do Chavez) e serviria também de indexante para o serviço de transporte ( e aproveitávamos para achincalhar a espanholada, por exemplo um bilhete de TGV para Madrid só poderia custar 2 magalhos e 50 colombinas, ficando-se igualmente logo a perceber que um Colombo é um cêntimo do Magalho); e etecéteras e tal.
[sem borrões nem rasuras]
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Catecismo para sex-simbols
Todos sabemos que Deus está presente nos ambientes mais diversos, desde a majestosa cúpula duma catedral de gótico rendilhado até à mais recôndita sala onde se façam colonoscopias sem anestesia, no entanto, estou em crer que Deus aproveitou a primeira refeição com piri-piri dum qualquer neantherdalio para se insinuar na sua alma entre os espasmos duma primeira hemorroidal assanhada; ou seja, os primórdios da Teologia Cristã fundamentam-se num ardor que o homem sente mas para o qual não encontra explicação na sua dieta mais arrojada; é o famoso e determinante binómio fundador da civilização: mistério & picante.
Desde o Pecado Original até à Santíssima Trindade, passando pela Comunhão dos Santos e pela Ressurreição dos Mortos, estamos perante algo onde nem 5.000 anos de quadros da Paula Rego e entrevistas do Lobo Antunes conseguiriam sequer chegar perto. Estamos obviamente perante o património mais valioso que o homem soube construir, e sem ajuda de quaisquer aditivos químicos, se excluirmos o cheiro a mofo dos conventos de carmelitas.
O mero facto de ainda hoje lermos, embevecidos, gajos que passaram anos a fio em quartos húmidos e a comer pão escuro, e que escreveram autênticos trillers escolásticos, e nos parecerem tão convincentes a explicar a metafísica divina quanto Sócrates a vender material informático, é mais uma prova cabal de que estamos na presença da grande construção da Humanidade (logo seguida, reforço, pela perna esguia da mulher, que tanto merece estar no tecto da capela sistina, como na barra dum bordel; adiante)
Pensemos no que seria o homem sem saber da existência duma queda primordial baseada numa trincadela de curiosidade e ambição, sem saber que para além dum Pai Criador e dum Filho Redentor (antecipando em milénios a especialização do trabalho), ainda existe um Espírito Santo que inventou a voz off e as línguas de fogo, mas que ao fim e ao cabo são todos o Mesmo. Existirão simbolismos que cheguem aos calcanhares dum beijo de Judas, existirão hipocrisias mais ternurentas que as negações de S.Pedro? Existirá Musa mais encantadora que a Graça, ou motor mais forte que o Livre Arbítrio?
O que seria hoje dum ateu se não tivesse estas referências, o que seria hoje do quessefodismo militante se não existisse uma Igreja cheia de vícios e paramentos debruados a oiro, o que seria hoje da pintura abstracta se no Renascimento não tivessem passado o tempo a dar patine ao Criador, o que seria dos grupos corais sem Lutero, o que seria dos computadores portáteis se Magalhães não tivesse enfiado com o Credo pelo cú acima de várias tribos de índios, o que seria do surrealismo se Jesus não tivesse sido tentado pelo próprio diabo. O que seria da mulher se não existisse o Pecado.
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Luna Park
Cardeal de Richelieu, ‘Testament Politique’, tradução portuguesa da ed. ‘Temas & Debates’, 2008, pags 189/190.
Resumo de Compulsões de Compensação & Transferência; para memória futura
0,250 kg diários de pevides do pingo doce
‘September of My Years’, Frank Sinatra
Nºs de Maio a Novembro, por atacado, da ‘The World of Interiors’
‘Uncut’ especial Pink Floyd (insistência em Meddley)
Cópia manuscrita de textos de John Locke
Mercury Rev
Canja feita com meios frangos do Modelo e estrelinhas marca branca
Biografias e escritos avulsos de Richelieu
3 cx de Montecristos
Coetzee, Byatt, Némirovsky, Gray
Gelado de Baunilha (qualquer marca serviu)
História, Geografia e Costumes da Bretanha
Kurt Weill por Ute Lemper
Vinho semi-carrascão de Aveiras de Cima
Literatura variada sobre o dogma e mistério da Santíssima Trindade
gráficos em econompicdata.blogspot.com
Luna Park
Nor venerates another so,
Nor is it possible to Thought
A greater than itself to know:
William Blake, W. (1956). «A Little Boy Lost», XX. In Songs of Innocence and of Experience - Showing the Two Contrary States of the Human Soul. London: Methuen & Co. Ltd. (p. 36, excerto)
Do you prefer a V shape, or a U shape?
Os índices das bolsas sentem-se maltratados e diminuídos no seu bom-nome. Nos últimos tempos têm falado deles sem qualquer respeito, esquecendo-se da pessoa que está por detrás do índice. Um índice de bolsa tem sentimentos, por detrás dum indice não está apenas um número; tem direito à sua intimidade, têm inclusivamente direito a viver sem inibições a sua opção sexual, e a exigir do Estado uma protecção sem discriminações de qualquer índole. Foi assim então que os principais índices de bolsa também se reuniram de emergência numa cimeira que ficou marcada pela grande abertura de espírito e pela franca troca de ideias. Dona Pessivinte foi a anfitriã,
Dona Pessivinte – Companheiros e companheiras, esta é uma hora em que devemos estar todos unidos, devemos concentrar-nos naquilo que nos é comum e desvalorizarmos as divergências. Guerra ao estruturado, guerra ao alavancado, guerra ao colateral, ninguém a respirar pela boca, tudo a respirar pela fossa nasal. Hoje há Euriborlas para todos.
Mr. DauJones – Eu, I, and Myself, como representante of the market mais importante all over the world, queria aqui deixar desde logo my total solidariedade para com os mais piquenos, que têm sofrido na sua reputação because of my cólon irritado; it was not minha intenção, e farei everything que estiver ao meu alcance to help a repor a dignidade que nos é devida; um Índice não pode ser tratado as an artist com casa alugada na Câmara por dois euros. O meu enteado, o Nasdaque, apologies, mas não pôde vir porque ficou a jogar Xbox helping a liga de amigos da Microsoft.
Mme Caquequarente – Mon Cheris et Sarkozys, je vous aime a todos, tenho andado beaucoup angustié, et avec este ambient de grande aznavour et turbulence que até me faz mal à la piel, noutro dia na rua até me disseram que eu já parecia uma Caquecinquente. Valha-me Santa l’Oreal. Peut etre isto é beaucoup de sable pour notre camion.
Herr Dax – Caque, querrida, não te queixes, und ich bin com uma dor nas costas que nem queirras saberr, comecei a fazerr uma corrcunda a partir de Julho que agorra parra me endirreitar vão ser prrecisas duas semanas a Bailout Plus e a Ecofin injectável, conhecido como o viagrra dos índices.
Miss Nikei – Vocêles também me palecem todos uns bétinhos; eu cá, sei pelfeitamente o que é não vêle nada decentemente espetado pala cima há uma cagada de anos, e têle de me andale a entletele apenas a fliccional bem nas boldinhas do iene, no banco detlás duma calinha toyota.
Mr Footssee – Boys & Girls, estais all very tense, não é caso para that, o meu padrinho Gordon - que nuns dia está mais Gin, noutros mais Brown - give us muita confidence, e isto gonna be tudo muita bem bailoutado até ao Christmas. After that vêm os saldos no Harrod’s e depois é sempre a aviar.
Dona Pessivinte – Queridos, não sei como agradecer a vossa presença, e apesar de vocês todos me parecerem Berardos em várias línguas, penso que ficou claro que o mundo precisa de índices e indiças assim motivados, bem alimentados e com a sua privacidade preservada. Termos o nosso nome todos os dias ao pé das entrevistas com o Saramago em nada nos dignifica, e todos gostamos de chegar a casa ao fim do dia e podermos olhar de frente os nossos filhos, e inclusive parir futuros em condições dignas, sem os ter de dar à adopção a índices panascas.
Herr Dax – Saiba Miss Pessivinte que é uma honra estar na terra dum índice que deu novos índices ao mundo, onde gato e lebre coabitam na mais perfeita harmonia, sem clivagens sociais, nem xenofobias, e onde até Magalhães pode voltar à ribalta, sem negacionismos, nem engolimentos de sapos.
Miss Caquequarente – ‘Dasse Dax, vous été un graxiste du camandre! Cette Pessivinte la c’est une micheruquice de indice, tu voulez é metê-la no teu cabaz de protégées ! Grand Cabron. Un jour vou-te aos bofes e faço-te em cac's.
Mr DauJones – Babies, então !? That's not digno de índices que se want to give ao respeito, não tarda we all seems senadoras do Alasca! I've been péssimo da vesícula, inclusivamente i've to take nausefe todos os days por causa do enjoo que me provoca a volatilility, e sonho com um weekend de cama com gripe para não me chatearem.
Miss Nikei – Ai filhas, eu quelia mas ela um fim-de-semana numa ilha deselta com aquele Buffett, cledo, aquilo é que é um homem que eliça o pêlo a qualquele índiça
João Maria Gustavo
Apresento-vos então a curva Roth-Delilo: -25% em 9 dias.
Sacado em bespokeinvest.typepad.com
Subprime Neighbourhood
Para desanuviar dos gráficos deixo agora aqui um singelo fluxograma da crise, (que até podia dar inclusive para fazer uma bela tshirt) explicando como, em dois anos, se pode passar de 600 biliões de hipotecas de merda, a carradas de triliões de merda sem hipoteca. No fundo, o graveto do bailout , que hoje não cabe na cova do dente da bolha, há coisa de dois anitos dava e sobejava para comprar e oferecer as casas todas ao pessoal do Bairro do Subprime
Como quem não quer a coisa, o dicionário não ilustrado vai fazer uma visita guiada à nouvelle cuisine mais velha do mundo. (entradas 1251 a 1260)
Segmentation – Sofisticada operação que visa chamar os bois pelos nomes sem os ofender muito
Securitizing – Técnica de arrebanhamento que põe as ovelhas a confraternizar com os lobos maus sem dar cavaco ao pastor
Leveraging – Preparação de pezinhos de coentrada sem coentros e nem pezinhos
Asset Backing – Técnica de refogado de passivos concretos que os transforma em activos indefinidos sem precisar de muito tomate
Warehousing – Técnica de camareira especializada que transforma uma confusa dispensa de hospício na sumptuosa sala de jantar dum hotel
Tranching – Clássica técnica da cozinha familiar, em que o fino fatiamento conduz ao melhor rendimento
Collaterizing – Processo pelo qual a minha canjinha fica sempre melhor com a galinha da vizinha
Combining - Movimento artístico que visou dar à gastronomia financeira a mesma dignidade do surrealismo.
Matching – Processo de enriquecimento fluido e progressivo, mas que no final se verifica que estão todos bem borrowedinhos.
Castelling - Método em que, depois de se retirar a gema ao mercado, se ficam a bater as claras até fazer o efeito clássico do farófia asset
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Yahoo
Os momentos de volatilidade, crise & ignorância são os que produzem os melhores gráficos. O mundo, irritado com as derivadas em regime de monótona previsibilidade, revolta-se e quer-se descrito de forma mais criativa, Decartes não passou frio e outras privações pélvicas para desperdiçarmos a sua criatividade com grafiquetas fatelas, tanto mais que, ainda por cima, bastam duas variáveis para se montar uma festa.
Aqui, por exemplo, num gráfico em condições gamado em econompicdata.blogspot.com
mostra-se que quando o famoso índice de volatilidade VIX (CBOE Volatility Index) atingiu valores elevados, quase sempre se seguiram meses de alta valorização.
Ora ele apresenta neste momento um valor record bem acima dos 50 (!) (às 11.00 AM de NY); estamos, pois, num ano Olímpico. Caso para o dicionário não ilustrado se voltar a pronunciar. (entradas 1243 a 1250)
Acaso – Designação físico-filosófica duma merda que ora nos sodomiza ora nos lubrifica
Incerteza – Designação corrente para uma merda genérica que pode justificar perante terceiros uma calinada particular.
Volatilidade – Designação artística para uma merda que nos fode sem dar tempo para aliviar os joelhos
Risco – Designação paneleira para uma merda que, basicamente, nem se sabe se é uma boa merda.
Medo – Designação poética para um rabo que de repente descobre que também é cu
Pânico – Designação jornalística para a situação em que um grupo de cus recentes descobre que não é tão cedo que voltam a ser meros rabos.
Recessão – Designação da ciência económica para a situação em que o número de rabos é inferior a 10% do número de pilas durante dois trimestres seguidos
Crise – Designação académica para os momentos em que os rabinhos já podem descansar que as pilas já estão satisfeitas.
(estará, outra vez, demasiado sintético?)
[actualização]
‘Vocês sabem do que estou a falar’ moments
O Dow Jones, hoje, no mesmo dia em que vai outra vez abaixo dos 10.000, numa hora subiu praticamente 500 pontos.
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Capricho Palavroso e Temático
De forma sintética, o dicionário não ilustrado apresenta o cardápio curricular mais clássico para Estados em redefinição de carreira:
Estado Regulador – geralmente é uma boa carreira para qualquer Estado que tenha alguns estudos, mas que não tenha dinheiro de família para arrancar com um negócio por conta própria
Estado Mediador – Constitui-se como uma boa opção para um Estado que não se importe de trabalhar à comissão, e que esteja disposto a ter a fotografia em folhetos de pára-brisas
Estado Vigilante – Boa carreira para qualquer Estado que não tenha problemas de circulação, e que assim não corra o risco de ganhar varizes enquanto vê os acontecimentos a passar.
Estado Supervisor – Oportunidade interessante para um Estado que tenha boa planta física, mas que precise duma ocupação de natureza intelectual para controlar a sua agressividade.
Estado Protector – Carreira bastante interessante para Estados mais sensíveis e com boas relações ao nível da camada de ozono.
Estado Estabilizador – Nova oportunidade para Estados que, mesmo tendo o motor, a direcção e as rodas na sucata, ainda julgam manter os amortecedores em bom estado.
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Efeito Dominó – Movimento de registo horizontal que resulta na queda de várias peças, numa sequência envolvente e vistosa, e eventualmente sinuosa, simulando o quanto o mundo tem simultaneamente de tectónico e de lúdico.
Efeito Bolha – Um dos mais clássicos mecanismos de crise que aproveita toda a hidraulicidade da Criação e nos lembra, numa alternativa ginecológica à metáfora da cinza quaresmal, que: duma bolha saímos e numa bolha nos iremos esvair.
Efeito Bola de Neve – Movimento que enfatiza o lado feminino do Planeta, recordando-nos que apesar do recente, e praticamente inquestionável, aquecimento global, nunca saímos da idade do gelo.
Efeito Espiral – É o design industrial aplicado aos grandes movimentos de crise, e permite que um crash possa ser convenientemente preparado, ou seja, se a coisa helicoida para dentro é arranjar um bom ralo, se a coisa helicoida para fora é pôr uma rede à volta. E durante o vaivém podem vender-se bilhetes de montanha russa e acompanhar com farturas.
Efeito Onda – É uma espécie de subprime das crises porque geralmente só apanha quem está à beira mar acampado e a apanhar conquilhas para o jantar; o pessoal informado das marés geralmente já está no restaurante a chupar lagostins e a filmar a rebentação do terraço.
Efeito Borboleta – O mais mítico dos efeitos é hoje relegado para segundo plano pois, nos dias que correm, ainda a borboleta é larva na Nova Zelândia e já o Rui Ramos tem um artigo sobre o tufão da modernidade na penúltima página do Público.
Efeito Beckett – Movimento de cariz visionário que fez Sócrates convencer Chavez a investir maciçamente em manicómios desde que soube que afinal no sistema capitalista não regulam bem.