Apenas um post com poucas cenas de sexo e sem música

Uma das mais luminosas revelações relatadas dos Evangelhos é a de que as pessoas se aproximaram de Jesus pelos mais diversos motivos: ou porque Ele os interpelava directamente, ou por curiosidade, ou porque queriam um milagre à borla, ou porque se sentiam pecadores, ou virtuosos, ou por acaso, ou porque O queriam lixar, ou porque eram importantes, ou porque eram miseráveis, ou porque eram una ‘maria vai com as outras’, ou porque tinham a mania que eram diferentes, ou porque não tinham nada para fazer, ou porque queriam aprender, um rol delas. Durante estes dois mil anos as coisas passaram-se sempre da mesma forma, a ligação entre o homem e Deus não está relacionada com nenhuma uma razão específica, nenhum temperamento específico, nenhuma aculturação específica, e não se manifesta com um padrão, não exige sequer um mesmo tipo de adesão emocional e racional.

Por outro lado, os agnosticismos e os ateísmos são muito mais estereotipados. Desabrocham dum desequilibro entre os binómios ilusão/desilusão e causalidade/desconhecimento, alimentam-se dos óbvios desinteresse/necessidade e ruminam uma inevitável tolerância intolerante, que nem uns jaquinzinhos fritos a olhar para o arroz de tomate.

O congregacionismo a que geralmente se associa o fenómeno religioso não é mais que uma consequência da nossa condição, e mesmo esse é vivido de forma errática e muito diversa. A Igreja, enquanto ‘Algo’ fundado por Cristo numa pura óptica instrumental, tal como Ele próprio na Redenção, dalguma forma, reflecte isto mesmo: o equilíbrio entre a função de intermediação e a de apoio técnico, e, claramente, profit oriented. Jesus, quando morreu na Cruz, tinha duas opções naquele momento: ou safar o bom ladrão , ou fundar com ele uma ONG, escolheu a que tinha resultados mais imediatos.

A ligação da Igreja a fenómenos civilizacionais ou culturais, funciona com os mesmos mecanismos da Coca Cola, ou da Marilin Monroe, ou do abstraccionismo, ou seja, é causa e consequência ao mesmo tempo; funciona para a alma humana da mesma maneira que a saia nas pernas da mulher: ora travada, ora rodada, mas sempre para deixar os homens perdidos com a sua sensualidade e graça.

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