Inside blogaring

Fui finalmente admoestado de forma formal, e por quem de direito, pelo excessivo fantasiamento e perca do controle da escrita aqui neste estaminé. Demasiadas ideias a pairar na mesma frase, algumas inclusivamente contraditórias e a piscarem o olho umas às outras, trocadilhos de efeito duvidoso, se não mesmo duma previsibilidade cansativa, alguma ordinarice decadente e forçada, deambulação por temas onde não devia meter o nariz por evidente incompetência, alheamento ao ridículo, misturar Deus com miudezas - a roçar o panteísmo marialva, com heresias não autenticadas - enfim um rol de pequenos delitos que seriam suficientes para uma domiciliária criativa a pão e água. Estilo descuidado, foi ainda deixado subentendido, e foi igualmente sublinhada uma certa falta de pachorra para acompanhar textos que depois desembocam sempre no chamado lugar nenhum (a versão caseira e cruzada do ‘ninguém’ shakespeariano do ‘nowhere’ peri-existencialista, contudo). É uma tristeza, no fundo; ao que um homem chega só para ter de aliviar o bolbo raquidiano à base de verve desconchavada por falta de jeito para montar estantes e prateleiras em carvalho francês. A escrita - para além de efeminar o homem, como está cientificamente provado – ainda nos leva a fazer figura de filhos bastardos da imaginação, fruto dalguma noite acalorada que ela teve com um pirata do mar da palha enxertado em cowboy do elevador da bica.

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