F. Nietzsche, 1883, in Assim Falava Zatarusta, trad. ed Guimarães
Canónicas #12
F. Nietzsche, 1883, in Assim Falava Zatarusta, trad. ed Guimarães
‘metafisica superata’
Luna Park
in Sinal de Fogo, 'Histórias de Amor', Robert Walser, Relógio d’Água, 2008
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Luna Park
Álvaro de Campos (FP), em entrevista ao jornal A Informação, a 17 Setembro de 1926.
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Para aliviar das mamas das claudias irinas
No início do ano teremos uma moça altiva a dar um tom de optimismo. Apresentando um U shape a tentar timidamente mostrar que se pode transformar num V shape. É uma carinha semi triste, mas dalguma forma dando a entender que com ela podemos atacar o ano de peito feito.
Fevereiro
Neste mês devemos fazer-nos acompanhar dum clássico de distinta preocupação, uma espécie de desencanto com pedigree. Cate desafiando os discursos da tanga com o discurso da rendinha.
Março
Emmanuelle Béart
Gillian Anderson
Maio
Jennifer Morrison
Junho
Jennifer Anniston
Julho
Julliane Moore
Agosto
Kate Winslet
Setembro
E quando nos estamos a preparar para pôr em pé outra vez, eis que aparece a Sophie, com o capuz para as noitinhas, que já vão arrefecendo, e traz outra cadeirinha. Arranja-se, evidentemente, sempre espaço para dois, é até uma questão de boa educação. Esperamos juntos, com os olhos no... futuro.
Outubro
Novembro
Dezembro
O ano vai acabar, já ninguém aguenta isto; aparece a Keira, também sem pachorra e pergunta: então e esse 2010 nunca mais arranca?
Madoff Show (III). Cozido à Portuguesa
Temos que convir que a Madoffolhada é um golpe e peras. Homem respeitado leva à certa outros homens não menos respeitados, num esquema simplérrimo mas aplicado a valores milionários, só faltava mesmo o dinheiro ter sido benzido antes de ser todo perdido.
Reparemos que a situação seria muito semelhante a um cenário deste género: o Ernani Lopes e o Medina Carreira montariam numa garagem um jogo do bicho destinado a amigos banqueiros & afins, que iriam lá uns dias por semana fazer uma espécie de overnight alternativo servido com pãozinho quente com chouriço. Certa noite sairiam os dois para o clássico comprar tabaco e dar uma entrevista na SIC notícias e…não voltariam. Gerar-se-ia a ansiedade, seguida de compulsiva vontade de mijar, e finalmente o pânico…
Manuel Pinho – Logo por azar hoje tinha apostado a Autoeuropa porque me disseram que já estava parada, mas parece que afinal aquilo é duns alemães… devia ter apostado antes as Minas de Aljustrel que agora nem se sabe de quem são…
J. Rendeiro – E eu cá montei um derivado baseado no capachinho do José Cid e ele hoje já me ligou duas vezes a dizer que está com uma fogagem no couro cabeludo, e eu agora não sei o que lhe dizer.
Jo Berardo – Calma, pessoal, não se precipitem, a CGD tem tudo sob controle…
Jardim Gonçalves – Isso é bom de dizer para um gajo que a única coisa que não tem penhorada é a boina. Eu cá apostei três offshores que me custaram muito a ganhar.
Jo Berardo – Go, offchora-me aqui no ombrinho, go.
Armando Vara – Fodasse, e eu que não me lembrei das offshores, caraças, podia ter apostado as offshores em vez dos PPR’s, mas tive medo que o Medina dissesse mal de mim ao Mário Crespo.
Vitor Constâncio – Felizmente eu apostei a divisão de supervisão, também se perder tudo não se vai notar nada.
Manuel Pinho – O importante é manteres as tipografias em bom estado, porque a tua principal actividade no próximo ano vai ser imprimir daqueles papelinhos rectangulares e com bonecos monocromáticos.
Jo Berardo – Eu também quero disso!... Tudo que seja cultura interessa-me!
António Costa – Eu por acaso apostei uns futuros do terminal de contentores… vai-se a ver devia ter apostado antes o Sá Fernandes…caramba, agora vou parecer eu a cigarra e o Lopes a formiga.
Isabel Jonet – Eu é que estou numa situação muito ingrata, apostei 30 toneladas de arroz na esperança de me saírem mais 30 de bacalhau, e se perder tudo amanhã lá no Banco Alimentar a canja vai ser só com água e caldo knorr.
Manuel Pinho – Calma, estão a bater à porta!, se calhar são os gajos… é pá, afinal são os tipos da ASAE… fosgasse, acho que vão fechar isto por causa do fumo!
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Whatz happenede withe pescoço of Paulo Rangele
Financex appeal
Madoff Show. Inevitáveis: soma e segue.
Hardpio
Corrente
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A case of you
Joni Mitchell
Programa Guantanasmus
Não perdendo tempo, mandou a dupla Amado e Anita Gomes para o aeroporto entrevistar os prisioneiros alegadamente alqaedeanos aquando da sua entrada no país, e assim aferir em directo e a cores das suas capacidades de colocação.
Prisioneiro – Razia el-Tuinetauer, um seu criado, ex-fervedor de água para chás em Istambul.
Amado – Interessante; quais foram então as experiências que mais o traumatizaram na abominável prisão das Caraíbas?
Prisioneiro – Confesso-lhe que quando me enfiavam ferrinhos em brasa pelo cu acima, perguntando-me o número do telemóvel do camarada Bin, dava-me um certo ardor na próstata.
Amado –Desagradável de facto; e qual pensa ser a sua real e mais profunda vocação?
Prisioneiro – Tirando hoje o meu maior sonho ser conseguir mijar de jacto e sem ficar a pingar no fim, julgo que me integraria bem num programa de avaliação forçada a professores.
Amado – Perfeito, vou integrá-lo no grupo que fica a dormir na arrecadação da mme Lurdes, com direito a duas refeições quentes diárias e a prémio de desempenho pago em estagiárias - também quentes - de línguas clássicas.
Anita Gomes – Próximo!
Prisioneiro – O meu nome é Marmonides del Extremoz e era ladrilhador de palácios no Casaquistão.
Anita Gomes – Curioso; e que me conta sobre as terríveis torturas a que foi sujeito?
Prisioneiro – A que mais me marcou foi obrigarem-me a decorar os posts do ‘Portugal Contemporâneo’ sobre o Bem Comum se eu não lhes desse o pin do Bin.
Anita Gomes – Experiências limite, compreendo, e nem lhe davam bolachinhas de água e sal?
Prisoneiro – Nada, cheguei a implorar por aquela coisa do afogamento que faziam aos que só sabiam ler o Corão.
Anita Gomes –Menos penoso, de facto. E que poderemos nós fazer para lhe extirpar tamanhas e medonhas memórias?
Prisioneiro – Gostava de voltar a ladrilhar sem me gritarem «agarra que é ladrilhão»!
Anita Gomes – Calha bem, porque o camarada Pinto Ribeiro anda a remodelar a casa de banho do ministério da cultura - que lá tinha sido deixada pelo bárbaro Carrilho - com umas faianças que sobejaram da exposição do Hermitage na Ajuda e que os russos não quiseram levar de volta porque os ratos tinham lá mijado dentro.
Amado – Outro!!
Prisioneiro - O meu nome é Rute Suleimano e era travesti de saias largas em Jericó.
Amado – E o que me conta o amável torturado das sevícias por que tem passado?
Prisioneiro – calcule o querido que me faziam cócegas com as plumas até eu dizer a password do Hotmail do Bin.
Amado – Que desfaçatez. Conseguiu resistir?
Prisioneiro – Impossível amor, a password era 'aicredo' e descobriram à primeira, foi assim que ainda foram a tempo de abortar o atentado aos croquetes que engasgaram o Bush!
Amado – bem… e como e onde pensa poder realizar-se aqui no nosso país?...
Prisioneiro – O meu sonho era ter um talco-show…
Amado – Como assim?...
Prisioneiro – Então… eu, por exemplo, convidava os deputados do PP, e eles vinham ainda tenrinhos e humidozinhos e eu secava-os em directo…
Amado – Não sei se isso será possível, mas julgo que podemos colocá-lo num programa de apoio à indústria automóvel a polir tubos de escape na garagem do Mano el-Pinho, se lhe convier.
Anita Gomes – O seguinte!
Prisioneiro – O meu nome é John al-everage e antes do degredo vivia em Bay Lout a gerir fortunas.
Anita – E como se deu pela ilha com as terríveis torturas e privações que lhe impuseram? E ainda para mais depois de ter sobrevoado ilegalmente países livres onde se podia comer bitoque com ovo e arroz basmati sem nos perguntarem onde é que o Bin se abastecia de roupa interior e palitos de la reine?
Prisioneiro – Um pavor! Chegaram a obrigar-nos a preencher as fichas de avaliação da dra milurdes sem poder ver a telenovela!
Anita – Revoltante! Como poderemos compensá-lo dessa experiência degradante?...
Prisioneiro – O meu sonho era poder escrever um grande romance sobre a decadência da sociedade de opulência e consumo e inclusive a oscilação da euribor.
Anita Gomes – Está no país certo. Aqui apenas uma sobrinha estrábica dum sapateiro ali aos Anjos é que ainda não editou um romance. Fica então por cá e arranja-se-lhe de certeza uma quartinho no salão de cabeleireiro do dr Amado.
Amado – Venha o último!
Prisioneiro – Judas Ex-cariotes, prisioneiro e traidor profissional de judeus hesitantes.
Amado – Não esperava vê-lo por aqui…mas… que nos pode contar que possa descrever a sua experiência?
Prisioneiro – É uma longa história, mas ultimamente o meu ‘beijo de judas’ caiu um pouco em desuso e costumam usar mais antrax, ogivas e outras brincadeiras. Fui-me adaptando.
Amado – Mas que torturas especiais lhe infringiram?...
Prisioneiro – Bem… eu era infiltrado sabe… fazia de ex-bombista, - mas aquele fato alaranjado por dentro era do mesmo material que as tshirts do Cristiano Ronaldo – e tentava sacar aos outros o código do pacemaker do bin laden…
Amado – Judicioso, de facto…. Nem sei bem como encaixá-lo na nossa comunidade de fraternal harmonia que é Portugal, reino de beatos e leais condestáveis.
Prisioneiro – Deixem lá, não há problema, em fico bem em qualquer cantinho, uma mesa corrida e uns paposecos chegam-me para continuar a fazer história.
Amado – Bem, só se for lá no conselho de ministros…mas, espera lá, o avozinho das finanças pediu-me um tipo para ir pôr óleo de fígado de bacalhau naquelas pevides que o Medina Carreira parece estar sempre a mastigar nas entrevistas…
Prisioneiro – Não sei… agora na Grécia estão a pagar melhor… se calhar vou antes especializar-me em queijo feta!
Amado - pois.. e para concorrer com o Partenon... o mais parecido que temos é o novo cais das colunas; compreendo.
Sócrates tinha deixado fugir Ex-cariotes por falta de verba, mas mesmo assim era agora a vanguarda na recuperação de ex-pseudo-terroristas com o programa Guantanasmus; e com Chavez sem graveto para pagar o material informático, sabendo-se dos mais elegantes do mundo, e com a Bruni eventualmente a cansar-se de Nicolau... enfim, o mundo dá muitas voltas.
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gogol moments
Feno Prof
Quando a mãe natureza nos induziu à procriação e consequente ilusória perpetuação da espécie, (esteja ela em progressão, regressão ou mero encavalitamento com as outras) subentendeu que em paralelo existiria uma curiosa sub-espécie denominada de professores, e que se encarregaria de aliviar os casais-copuladores-de-esperma-e-óvulo da parte mais maçadora da sobrevivência da dita espécie: educá-la.
O tal de professor deveria assim ser respeitado e mantido numa reserva ecológica, bem nutrido, desinfectado, sexualmente saciado, e com formação específica nas áreas dos agentes alucinogénios, anestesiantes, enfardamento de palha e manipuladores de consciência em geral; pura e simplesmente não se deve depositar esperanças na educação em liberdade. Em liberdade um gajo pode caçar, mijar, lançar papagaios, engatar professoras em cima do feno, ou ajudar o capuchinho vermelho; educar-se, nunca.
O mito arcaicizante da educação em liberdade tem produzido mais equívocos que a contratação de secretárias com mini-saia. O livre pensamento é apenas uma aparente condição neuronal – até bem delimitada pela caixa craniana – e está destinado a ser devidamente controlado e enquadrado por essa corporação de eleitos e protegidos, e que apenas devem prestar contas a Deus nosso senhor, pois o seu, deles, desígnio foi construído à imagem e semelhança das melhores páginas do Pentateuco ilustrado. E em falhando na educação programada, planificada e iluminada, cuidado, ao Estado apenas sobrarão os contentores ou a catana.
(na foto Doris Day e Clark Gable)
Bailoutame mucho
(imagem de palhaço de Bernard Buffet)