Marx teve a revolução industrial, Lenine teve a guerra e ao
coitado do Jerónimo só deram a austeridade. Assim o que pode mais ele fazer? Já
leu outra vez 10 vezes o livrito do Chernyshevsky e nada, nem uma ideia de jeito.
Apareceu-lhe então Costa, vestido de Kerenski – em modelo homem - mas com umas
falinhas mais mansas, suportá-lo-á como merece um menchevique requentado, que talvez
ainda se faça, depois logo se vê, uma minoria é sempre uma maioria em potência
- é a dialéctica, diz-lhe o teórico de turno. Sim, tem de haver sempre um
especialista em materialismo histórico pronto a ajudar quem depois tem de dar a
cara à Judite de Sousa. É a cassete, já sabemos, mas tem de parecer sempre como uma
espécie renovada de ‘Libertação do Trabalho’ , não a que estão a pensar, não, é a
do Plekanov que já quase nem aos livros de história pertence, coitado. Coitados
também dos Kamenev, Zinoviev & Bucharines, mas por outras razões. Quais
razões? Ah vocês sabem. Divago (sem trocadilhos com Jivago), o importante é ver
sempre onde está ‘a vontade do povo’ (mesmo sabendo que era o nome de uma
organização de terroristas russos) essa puta, que nem sempre está do lado do
povo, que contradição de termos, credo.
Mas Jerónimo pegou na austeridade e olhou para ela como os
revolucionários russos olharam para a fome de 1891, que foi a fome original,
com Nicolau a mordiscar a maçã que devia ter dividido com o povo e não com a
Alexandra - beatos com mãos de sangue. Credo! (já é o segundo) para que é que
estou com estas conversas, agora a mãe Rússia é o Putin: outros jornais, os
mesmos urais.
Voltemos aos nossos comunas, será triste se JPP tiver
razão: há gente que sem os comunistas ninguém os representa. Poderá isto ser
verdade? Admite-se!? Admite-se um jardim destes que ainda precise de comunistas
para arranjar farnéis? Admite-se comunistas que nem um soviete saibam organizar
e que metem o pessoal em furgonetas a gritar cêgêtêpê? Se é para organizar
piqueniques o Toni Carreira que faça um partido patrocinado pelo Continente.
Para que nos serve um Bolchevique se não vai fazer uma
revolução? Uma Ana Gomes já é suficiente para podermos ter estatuto de
país-com-gente-que-grita. Iremos assim inaugurar um estilo de decadência para o
comunismo que nunca foi experimentado: irão fazer de pau de cabeleira entre
Costa e Catarina. Austeridade, minha querida, vê lá a boda que organizaste,
minha alcoviteira.
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