Começam a escassear frases simples que não repitam fórmulas
gastas. Vamos assim ficando com o ‘ide todos levar no cu’ como reserva
civilizacional de densidade de discurso. Quando tiririca avançou com o ‘pior do
que está não fica’, todos nos benzemos de incredulidade e sorrimos de
malandrice, mas mal sabíamos que estávamos perante o ultimo suspiro de
racionalidade que a política como sofrível espetáculo poderia oferecer. Hoje,
seja o respeitável escândalo, seja a alarmada incredulidade, seja o pesar contrito,
seja a extrema indignação oferecem-nos conjuntos de monossílabos que teriam
envergonhado qualquer bovino tresmalhado ao serviço de qualquer tribo
praticante de transumância. Julgo que, na antiga suméria, vaca que fosse
ordenhada com incitações agora na moda, pouco tardaria em dar dois coices no
focinho do ordenhador e estrumar-lhe-ia a tenda em conformidade, enviando-os assim para a sumérdia.
Nós, ovinos dos tempos modernos, fieis depositários desta
nova transumância com estudos, adaptados a leite em pó e a peixe cru mais caro
que assado, o mais que almejamos alcançar é que quando Deus Nosso Senhor pensar
nisto outra vez, pela Sua rica saúde, comece pelo fim.
Sem comentários:
Enviar um comentário