A imagem da revolução
No fim de semana, semi ofuscado pela nuvem da notícia, o
mestre de oratória Louçã, disse, qual trostski do quelhas: «não basta pedalar,
pedalar é passear, é preciso derrubar os muros», e depois, João Semedo, na
mesma linha, disse que «não havia atalhos para o confronto»
A vida é um manual de convivência entre a conservação e a
revolução. Vivendo e alimentando-se uma da outra, amam-se sem poder assumi-lo,
qual amantes reprimidos e até secretos.
Mas, por regra, a demagogia encaixa mais na mensagem
revolucionária, e esta não a enjeita, cavalgando mesmo nela com prazer. O que
seria o homem se não gostasse de enganar, enganar-se, e ser enganado.
O pior das forças revolucionárias está quando perdem a força
da demogogia, quando evitam o espírito de coup d’etat. Para que nos serve um
revolucionário sem táticas cínicas, sem contradições viscerais e sem
manipulação de almas?
Esperava mais das gémeas mortáguas.
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