Vamos conviver nos próximos meses com uma figura virtual que, mais pontual ou mais
persistentemente, irá condicionar (animar?) a nossa, digamos, relação com a
realidade.
Hoje o novo
dicionário não ilustrado irá descodificar os seres dos outros mundos, assinalando assim as várias possibilidades que
dispõe (e dispomos) aquele de quem se
fala e que se instalou seráfica e filosoficamente para as bandas do templo
de Diana.
Fantasma – espécie de zeus da paranóia, podemos escolher o
formato fumaça ( para evasões fiscais) ou o formato lençol ( para lavagens de
capital)
Sombra – entidade da família das assombrações, mas mais
acessível para países em rescaldo de regate, pois vivem apenas em 2D. Basta um
solzinho em cima para desaparecerem
Vulto – são semelhantes às eminências pardas mas sem a
parcela ( sempre mais cara) da eminência. Alimentam-se apenas da fugacidade e
podem ser transportados em qualquer porta-luvas
Avatar – algo ali entre o demónio, o parasita e o cookie, e
que dá muito boa serventia para lidarmos com quem se andou a avatoar anos a
fio.
Alma penada – tratam-se de fantasmas com aspirações
espirituais; devemos evitar mesas circulares e ter sempre um qualquer credo
junto à boca.
Zombie – o morto-vivo está muito valorizado, mas , bem
orientados, podem servir de bons espantalhos para as aves raras.
Gambozino – fusão do reino animal e vegetal que fugiu às
leis darwinistas e constitui-se no sobrevivente mais célebre às maçadoras
investidas dos viciados em realismo.
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