(...)
Inspector Álvaro Simões - Falávamos de Simone Bolina...
Viviane Lopes - ...sim, um bom tema (ahaha)
A.S. - Continua bem disposta...Como caracteriza a D. Simone?
V.L. - Ora resumindo...uma machorrenga!
A.S. - Como assim...uma maria-rapaz?...
V.L. - nada disso, pretendia figurar o correspondente ao
homem mulherengo, mas em gaja...
A.S. - ah.. e tem sucesso?
V.L. - Muitíssimo! Não me diga que ela ainda não se atirou a
si?
A.S. - Eu imponho alguma distância...
V.L. - Ora ora...o que são dois ou três metros para a Simone
(ahahah)
A.S. - Simone já tinha assediado alguém de quem Custódia
Passos...vá... gostasse?
V.L. - Repare, inspector Simão, se todas a mulheres a quem
Simone já tivesse cobiçado, assediado, flirtado, comido, insinuado, ou roubado
os amantes, namorados, amigos ou até canalizadores, morressem envenenadas, as
serpentes já se tinham tornado uma espécie em extinção!
A.S. - Consigo isso também já aconteceu?
V.L. - Isso é uma pergunta muito pessoal...acha que ajudará mesmo
a explicar como morreu a Custódia Passos?
A.S. - Quer tomar alguma coisa?
V.L - Eh lá...isto está a ficar quase como nos filmes...
A.S. - É apenas para a compensar da minha...do meu excessivo
zelo; uma cortesia merecida, entenda-a assim
V.L. - Eu estou habituada a ser bem tratada pelos homens,
deixe lá...
A.S. - A propósito, acha que algum homem se poderia querer
vingar dalguma infidelidade de Custódia?
V.L. - Por acaso acho...
A.S. - Quem!?
V.L. - O Dário, claro, mas esse nunca a mataria.
A.S.. - Porquê?
V.L. - Porque é muito egoísta, o homicídio implica sempre
algum desprendimento.
A.S. - Hummm...uma especialista na coisa!
V.L. - Sabe bem que eu tenho razão.
A.S. - Generalizar, encontrar padrões é um risco que eu
tenho de correr...mas confesso-lhe que não gosto...gosto de pensar que me
movimento entre excepções à regra.
V.L. - Então está no caso certo! (ahaha)
A.S. - O que é que este caso tem de original?...cumpre os
padrões do crime passional...
V.L. - Apenas com uma pilinha desaparecida de bónus, certo?
(ahaha)
A.S. - Sim...é paixão com brinde (ahah)
V.L. - Viva, sabe fazer uma piada!
A.S. - A aparente loucura é quase sempre um véu, sabe disso?
V.L. - A Custódia era uma mulher apaixonante, isso sim
posso-lhe confirmar, nem a Simone, nem eu lhe chegávamos aos calcanhares, e era
uma mulher linda, julgo que conseguiu reparar
nisso...ou se calhar andou atarefado nas impressões digitais...olhe que
nem queira saber o que já passou por aquelas defuntas mãos! (ahah)
A.S. - Que quer dizer com isso?
V.L. - Ai que me saiu um polícia curioso, credo! (ahahah)
Transcrição do depoimento de Viviane Lopes, recolhido pelo
inspector Álvaro Simões, um mês depois da morte de Custódia Passos, e publicado
no Boletim Mensal do Investigador
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