Carlos Corrimão nasceu no Ribatejo em 1958 e é filho do
mártir comunista Feliciano Corrimão. A matéria prima das suas crónicas tem
origem no absurdo que é confiar naqueles que se elegem pelo voto - o votómito, expressão por si inventada. O seu estilo
inconfundível não deixa margem para dúvidas pelo tom compulsivo e pela estética
repulsiva. As suas influências, como ele dizia, devem encontrar-se nas anedotas
porcas e na dona zulmira, pessoa que não se chegou a saber se existia na realidade,
mas que todos os sinais apontam para ter sido uma freira carmelita a quem
comprava maçã reineta no convento de coimbra. As edições Adamastor já tiveram
o privilégio de editar o seu livro de contos 'Pauzinhos ao Sol', o seu romance 'O Caril'
e prepara-se para editar a sua biografia de Diogo Cão. A presente recolha das
crónicas que publicou no Benavente Weekly ( um jornal de teor anarquista
entretanto comprado pela holding Huambinova) são uma demonstração de que
Corrimão é uma voz luminosa no panorama cultural português, e uma voz sem medo
de acreditar na força criativa da desilusão, como ele tão bem expressa nesta
frase: «só custa a última vez».
in Carleidoscópio - crónicas em corrimão, de Carlos
Corrimão, edições Adamastor, 2014
1 comentário:
Se o maior problema das badanas é a pretensão a síntese exegética, o do Corrimão é datar-se de 1958, ano em que por se pós-datarem também, por exº, Tim Burton, Gary Oldman, Michelle Pfeiffer, Viggo Mortensen (ai...), Kevin Bacon, Alec Baldwin, Madeleine Stowe, Tim Robbins, Sharon Stone, Holly Hunter, Jennifer Tilly, Jamie Lee Curtis (hmmm...), Andie MacDowell, Madonna, Ellen DeGeneres, Michael Jackson, Angela Bassett, Annette Bening (uau!!!), Marg Helgenberger, Miranda Richardson, Prince, Ice-T, Mary Elizabeth Mastrantonio e Fiona Shaw deixa qualquer um(a) no vão de escada. Assim, só me parece estranho não estar já a edp a valorizar as sinergias criativas (ou deveria falar em "cmec's"?) com a "voz luminosa", re-editando o ilusionado e re-mexido sucesso «só custa a primeira vez».
L.
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