De saias, cortinados e restaurantes escolhidos e devidamente programados pensou em telefonar a um qualquer amigo de infância que tivesse encontrado no funeral. Estava indecisa entre dois e foi incapaz de descartar um deles. Ambos homens de inúmeros atractivos e com uma disponibilidade genuinamente interessada. Uma viúva alegre cria e alimenta sempre um misto de curiosidade e zelo, se associarmos isto à forma lúbrica como qualquer homem vive estes dois estados de espírito poderemos concluir, e acertadamente, que a nossa viúva nunca chegou a ter de incluir a solidão no seu caderninho de dança. Durante uma semana treinou a pose, afinou a maquilhagem e o penteado, seleccionou as palavras obrigatórias e domesticou o saco lacrimal. Quem lhe resistisse ou era cego ou tinha mau feitio. Serviram ambos como boas lebres na sua maratona de viuvez-alegre e chegou a meio do verão fresca como um pêro e tão livre como quando fizera a primeira comunhão, mais pronta para os luares de Agosto que uma loba da dreamworks. Confirmou que se desfizera do marido no momento certo. Nem uma ruga a mais nem uma ruga a menos. Mantinha a mesma capacidade de drible curto e passe em profundidade dos tempos em que estava nas juniores do cio.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário