Por curiosidade possuo um dos primeiros esquiços do projecto de arquitectura do edifício, um documento sem qualquer valor artístico ou técnico - tratava-se certamente dum mero e embrionário esboço impressionista, mas , isso sim, com vários detalhes de enigmático interesse.
O arquitecto era, foi, um Espanhol de origem basca, Jaime Olazabal, que se radicara em Portugal na zona de Azeitão nos anos 70 e que chegou a este projecto por ser primo dum dos alfaiates do bispo de Sevilha.
O desenho a que tive acesso - e não hesitei na sua aquisição - apresenta várias singularidades, para além da sua péssima reprodução aqui
A mais relevante deixarei para o fim, mas desde logo a par de algumas incongruências de perspectiva e mesmo de equilíbrio de planos, são evidentes: a ideia de duas plantas (?) separadas (P. A e P. B), desconheço se já resultado dalguma indicação dada pelo eclesiástico dono da obra, e sem forma de comunicação evidente (mas tal poderia dever-se ao facto de estarmos ainda na presença dum esboço rudimentar) , e a existência de vastas zonas envidraçadas , (assim entendo os sombreados) o que se por um lado revela uma certa simbologia de transparência ou abertura, não deixa de arrepiar pelo efeito de estufa a que imediatamente nos faz associar.
No entanto, é impossível não fazer também a associação ao que terá sido certamente a principal fonte de inspiração de Olazabal para o mosteiro de Las Cívias.
2 comentários:
Conheci perfeitamente o Jaime em Azeitão. Ainda era desenhador projectista. Como gostava de moscatel. Mas desconhecia todos estes seus projectos. O que o tempo faz às personagens...
constou-me inclusive q foi ele q desenhou as pipas do josé maria da fonseca
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