Escusado será dizer-se que estive vários dias sem pôr os pés no restaurante. Voltei lá hoje devidamente treinado no estilo ‘como quem não quer a coisa’. Aguentei o estilo nos primeiros dois minutos. As salas estavam repletas de gente. L. mostrava-se um enigma com pernas. Eu, numa progressão geométrica indexada às garfadas duma horrível salada de salmão, ia desfazendo a minha pose, e não parava de rosnar para dentro, ansiando por um gesto qualquer de L., que agora já lia as minhas previsíveis ausências com a cartilha aberta na página certa. Aparentemente eu estaria numa posição de suposta vantagem: posso ir ao restaurante sempre e só quando quiser, enquanto ela tem de lá estar sempre, e servir-me quando eu for. Aparência. Quem escolhe é afinal escolhido. Será que Deus tem mesmo a consciência disto tudo?
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