Desmaker corner

Queria apenas deixar registado que achei o gran torino um filme mediano e até desconsolado. Já corre e vai continuar a correr nos próximos dias baba mais ou menos viscosa sobre o dito e acho bem desmarcar-me. Cenas enfiadas à pressão, [clint a passear no banquete dos chinocas; clint a defender a miúda chinoca dos pretos; clint a ser visto pelo feiticeiro chinoca] cenas mal estruturadas, [o passado de clint com a mulher, o chinoca a trabalhar para clint, clint na Coreia; a relação de clint com a miúda chinoca] cenas mal aproveitadas, [a personalidade do chinoca, a confissão de clint, a cadela de clint; o jardim de clint; a leitura do testamento de clint], cenas mal filmadas, [a tentativa de roubo do carro do clint; o tiroteio à casa dos chinocas] cenas enchouriçadas, [clint no barbeiro] mau casting, [a namorada do chinoca; os pretos, a nora do clint] e uma multidão de etc’s.
A malta agora enternece-se com uma velhice griffada (Roth’s, Clint’s, Oliveira’s, e até já algum Saramago) a falar da morte com um estilo viril blasé. Como se viver muito ensinasse alguma coisa sobre a morte e a decadência, a culpa e redenção. Já no filme da gaja que era boxeur, o clint se esticara; agora apenas se matou. Clint pareceu-me uma espécie de medina carreira a fazer um documentário sobre a remissão duma vida em evasão fiscal através do mecenato. Revelou-se um Tarantino light em slow motion. Mas, se calhar, posso ter visto mal.

Sem comentários: