Uma das características típicas dos nossos tempos no que diz respeito à experiência religiosa (dentro dum ‘ambiente cristão’) é que ela tem tido tendência em se polarizar em 3 extremos.
1) Os tais «espiritualoidismos», que invocam a bondade duma relação desintermediante entre o homem e Deus, fugindo (e/ou relativizando) o mais possível às tenebrosas limitações doutrinárias e paramentárias;
2) Os «congregacionismos» que procuram a eficiência duma experiência de fé comunitária, num espírito de reserva ecológica misturado com churrasquismo apostólico, capitalizando o ritual, o sorriso fraternal e o arame farpado à volta.
3) Os «racionaloidismos» motivados pela alergia ao suposto enganador e alienante lado da fé-emoção, e que afirmam a pés juntos apenas com o pensamento Lá podemos chegar asseadinhos e sem gazes.
Cada um destes vértices tem angariado bons padrinhos ideológicos, gente de fé e inteligência tocante, inclusivamente, e, no limite, todos levarão ao Deus que se revelou nas nuvens da história ali por entre a Galileia e a Judeia no meio de judeus, romanos & cia.
Mas se estes extremos ao conviverem misturados demonstram a riqueza do fenómeno cristão (se o quisermos avaliar por este prisma antropo-cultural, digamos assim) como experiência cultural e religiosa, vistos isoladamente são quase arrepiantes.
'Arrepiantes, porquê?'... Fodasse, ‘porquê’!? Então a mensagem – sinóptica e ‘dogmaticamente’ relatada - de Jesus é de tal forma rica que só uma forte paneleiragem intelectual é que pode dizer que a Deus só se pode chegar pela razão (sem se saber ao certo sequer o que é essa merda do ‘pensamento’), ou que o contacto com Ele só se deve fazer a respirar fundo com um dedo húmido enfiado no rabinho, ou com a mãozinha dada com o irmão do lado. Fodasse, pois!
Durante a vida pública de Jesus as pessoas aproximaram-se d’Ele com as mais diversas motivações, com maior ou menor entusiasmo, com maior ou menor timidez, e a algumas até teve Ele de as chamar; mas a todas se teve de revelar de forma diversa, desde dar os pés para lavar, até ir falar com as putas ou os bet&win’s da época. E nunca esqueçamos isto: a firme convicção (dos primeiros cristãos) na divindade de Jesus nunca derivaria da influência da mentalidade pagã específica duma zona/época, ou da judaica, mas sempre das certezas que gerou na particular relação com os seus discípulos.
Apenas para o coração dos homens ‘Deus’ se pode tornar Algo óbvio. Mais nenhum ‘orgão’ está apto para tamanho preparo. Mas estes níveis – saudáveis - de persuasão a ruminar no limite exigem tudo: exigem a adesão do pensamento (seja qual for o seu nível de ‘sofisticação’), do exemplo alheio (venha donde vier) e da emotividade (independentemente dos ‘temperamentalismos’). Parece que se exige agora para crente uma espécie de homem pós-renascentista mas já depois da invenção do antibiótico e do reumon-gel.
Só que desgraçadamente o homem parece que também nasceu para tentar viver ‘consoladinho’; e na sua relação com o ‘divino’ também não consegue fugir disto. Daí que o procure (ao consolo) nestas bordas de serviço completo: ou nos caprichos tricotados da lógica, ou na rodinha de amigos, ou na infusão de espíritos, pois nos extremos é que parecem estar as melhores hipóteses de sobrevivência religiosa, sem considerar os drunfos.
Mas, vá lá, por feliz desígnio divino o chamado homem normal não está feito para se fartar de si próprio.
1) Os tais «espiritualoidismos», que invocam a bondade duma relação desintermediante entre o homem e Deus, fugindo (e/ou relativizando) o mais possível às tenebrosas limitações doutrinárias e paramentárias;
2) Os «congregacionismos» que procuram a eficiência duma experiência de fé comunitária, num espírito de reserva ecológica misturado com churrasquismo apostólico, capitalizando o ritual, o sorriso fraternal e o arame farpado à volta.
3) Os «racionaloidismos» motivados pela alergia ao suposto enganador e alienante lado da fé-emoção, e que afirmam a pés juntos apenas com o pensamento Lá podemos chegar asseadinhos e sem gazes.
Cada um destes vértices tem angariado bons padrinhos ideológicos, gente de fé e inteligência tocante, inclusivamente, e, no limite, todos levarão ao Deus que se revelou nas nuvens da história ali por entre a Galileia e a Judeia no meio de judeus, romanos & cia.
Mas se estes extremos ao conviverem misturados demonstram a riqueza do fenómeno cristão (se o quisermos avaliar por este prisma antropo-cultural, digamos assim) como experiência cultural e religiosa, vistos isoladamente são quase arrepiantes.
'Arrepiantes, porquê?'... Fodasse, ‘porquê’!? Então a mensagem – sinóptica e ‘dogmaticamente’ relatada - de Jesus é de tal forma rica que só uma forte paneleiragem intelectual é que pode dizer que a Deus só se pode chegar pela razão (sem se saber ao certo sequer o que é essa merda do ‘pensamento’), ou que o contacto com Ele só se deve fazer a respirar fundo com um dedo húmido enfiado no rabinho, ou com a mãozinha dada com o irmão do lado. Fodasse, pois!
Durante a vida pública de Jesus as pessoas aproximaram-se d’Ele com as mais diversas motivações, com maior ou menor entusiasmo, com maior ou menor timidez, e a algumas até teve Ele de as chamar; mas a todas se teve de revelar de forma diversa, desde dar os pés para lavar, até ir falar com as putas ou os bet&win’s da época. E nunca esqueçamos isto: a firme convicção (dos primeiros cristãos) na divindade de Jesus nunca derivaria da influência da mentalidade pagã específica duma zona/época, ou da judaica, mas sempre das certezas que gerou na particular relação com os seus discípulos.
Apenas para o coração dos homens ‘Deus’ se pode tornar Algo óbvio. Mais nenhum ‘orgão’ está apto para tamanho preparo. Mas estes níveis – saudáveis - de persuasão a ruminar no limite exigem tudo: exigem a adesão do pensamento (seja qual for o seu nível de ‘sofisticação’), do exemplo alheio (venha donde vier) e da emotividade (independentemente dos ‘temperamentalismos’). Parece que se exige agora para crente uma espécie de homem pós-renascentista mas já depois da invenção do antibiótico e do reumon-gel.
Só que desgraçadamente o homem parece que também nasceu para tentar viver ‘consoladinho’; e na sua relação com o ‘divino’ também não consegue fugir disto. Daí que o procure (ao consolo) nestas bordas de serviço completo: ou nos caprichos tricotados da lógica, ou na rodinha de amigos, ou na infusão de espíritos, pois nos extremos é que parecem estar as melhores hipóteses de sobrevivência religiosa, sem considerar os drunfos.
Mas, vá lá, por feliz desígnio divino o chamado homem normal não está feito para se fartar de si próprio.
2 comentários:
esse curso de teologia é da católica? ;)
por mim, está perdoado.
(isto agora com caixinha está muito tentador)
«Teologia» !? .. chiça! :)
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