Segundo Sentido
Tomado em consideração que a lagartada este ano jogou o pior futebol desde que Maria Elisa tem dores nas costas, e nem teve a dignidade, como outrora, de se despedir no Natal, passando assim o ano todo a brindar-nos com uma via sacra de futebol de merda que só acabou ontem, penso que a grande mensagem desta época é a obscena dignificação do segundo-lugar-com-brinde. Durante anos o segundo teve sempre o desgraçado estigma de ser o primeiro dos últimos, mas este ano os lagartos trouxeram para o Olimpo dos grandes valores civilizacionais o sentimento de que o segundo-com-brinde é, em certas condições de humidade, temperatura e cólon espasmódico, sentido como primeiro, designadamente se um tal de primeiro, quando chega ao momento de tentar achincalhar um tal de segundo, parece um testículo a olhar para um orgasmo, promovendo inclusivamente um mecanismo inverso: a tripeirada teve o condão de, sendo um primeirão, sendo algebricamente (leia-se, a somar pontos) muito melhor, ficar a segurar a taça do ‘mas’.
Ao lagartos conseguiram libertar o mundo da ruinosa máxima do tudo ao nada, e permitem-nos pensar que a cauda da Europa pode ser afinal uma versão metafórica plena de segundos sentidos. Abanemo-nos.
Tomado em consideração que a lagartada este ano jogou o pior futebol desde que Maria Elisa tem dores nas costas, e nem teve a dignidade, como outrora, de se despedir no Natal, passando assim o ano todo a brindar-nos com uma via sacra de futebol de merda que só acabou ontem, penso que a grande mensagem desta época é a obscena dignificação do segundo-lugar-com-brinde. Durante anos o segundo teve sempre o desgraçado estigma de ser o primeiro dos últimos, mas este ano os lagartos trouxeram para o Olimpo dos grandes valores civilizacionais o sentimento de que o segundo-com-brinde é, em certas condições de humidade, temperatura e cólon espasmódico, sentido como primeiro, designadamente se um tal de primeiro, quando chega ao momento de tentar achincalhar um tal de segundo, parece um testículo a olhar para um orgasmo, promovendo inclusivamente um mecanismo inverso: a tripeirada teve o condão de, sendo um primeirão, sendo algebricamente (leia-se, a somar pontos) muito melhor, ficar a segurar a taça do ‘mas’.
Ao lagartos conseguiram libertar o mundo da ruinosa máxima do tudo ao nada, e permitem-nos pensar que a cauda da Europa pode ser afinal uma versão metafórica plena de segundos sentidos. Abanemo-nos.
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