Desmaker Corner

Fora do ambiente das bibliofosquices, este movimento de aquisição e concentração na actividade editorial é olhado com naturalidade. Gente ‘dos negócios’, da actividade empresarial, detectou uma oportunidade por aproveitar, estava motivado, conseguiu congregar e motivar capitais e pessoas, avançou. Lembro que só estaremos perante boas operações se aumentar o interesse geral pela leitura/livros como entretenimento e/ou forma de enriquecimento e/ou elemento decorativo e, consequentemente, o número de livros lidos/comprados. Se este se mantiver inalterado, estaremos perante meras operações de redução de custos de estrutura que seriam irrelevantes para o montante das operações montadas, e não tornariam os investimentos bem sucedidos. Assim, o que irá acontecer forçosamente é um aumento de qualidade geral de edição, uma aposta na diversidade, concorrência mais forte e não pulverizada, e o aparecimento de nichos estruturados, ou seja, a coca cola a vender-se como coca cola e o moet & chandon como moet & chandon. O mundo da escritualha saracoteia uma despeitada nervoseira porque, obviamente, gostam de ler e escrever todos uns ao colo dos outros; mas para isso já existem os blogues; à borliu. Os escritores são, em primeiro lugar, trabalhadores da escrita em particular e do entretém alheio em geral.

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