A fool on the hillary

O ‘preto e a gaja’ é a nova comédia da Broadway. Com evangelismos de cruzada enconada e tecnocracias requentadas a servir de figurantes, fico com saudades da mancha do vestido de Mónica; no fundo, tenho saudades do tempo em que apenas os rabos eram de palha.

Os genuínos escândalos são os da carne - até Jesus esgotou a metáfora da primeira pedra com os papalvos que olhavam para a mulher ardente – e não vejo como uma nação se pode redimir sem um amor mal compreendido. Apenas com um renegado pela melanina e uma renegada da alcofa - por ter uma boca demasiado conservadora - não se consegue purgar uma nação que reclama uma enxurrada de corrimento e esperma que a desinfecte.

Sendo a América um enorme Pulo do Lobo com petróleo, polvilhada aqui e acolá com misturas de Mónacos com Hong Kong’s, e rendilhada de engayzamentos e sionismos, precisa urgentemente de crimes passionais, precisa de ter sempre completa a trilogia de sexo, mentiras e vídeo, não se podendo ficar apenas pelos últimos dois.

‘O preto e a gaja’ não chegam para trazer de novo o sertão do norte para a luta das boas razões: o mundo não precisa de ideais, não precisa de causas, não precisa de caras lavadas, não precisa de amornamentos globais. Precisamos, sim, dos pecadilhos certos. Não há novas Jerusalens sem Sodomas, não há parnasos sem desgostos de amor, como não há montes das oliveiras sem beijos de judas. Para ressuscitar uma nação não há como uma boa traição.

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