Passos do consselho

Sócrates sempre se mostrou de elevadíssimo calibre a escolher candidatos. No desejo de não ser cilindrado por Cavaco meteu os pés pelas mãos com Soares; mas como o povo já tinha incorporado a vitória de Cavaco, o assunto passou. Nas ultimas autárquicas em Lisboa deixou Carrilho ir-se afundando tanto que nem deu tempo para encalhar; mas como Carrilho conseguiu açambarcar toda a responsabilidade da asneira, o assunto passou. No seu curriculum acampam duas sui generis vitórias eleitorais: a que Sampaio lhe proporcionou numa bandeja a ele próprio, e a do aborto porque conseguiu colocar a consciência nacional como candidata ao ‘gólgota de modernidade’.

Agora parecia uma situação simples e boa para demonstrar que era pelo menos uma amostra de estadista periférico semi-populista: escolher um candidato forte e bom para Lisboa, viesse donde viesse. Mas não, já não há gajos decentes, fortes e competentes que se queiram meter nisto. Agora é mesmo o tempo dos medíocres. Dos que têm como missão para a vida: passar pelos intervalos dos pingos sem se molhar muito.

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