La vieille cuisine
Agora voltou à moda tratar do prato do relativismo’ como sendo o grande amigo do fiel da balança. Quando se confunde o joker com o duque de paus geralmente acaba-se de mãos a abanar e a jogar a feijões com a avozinha mexendo-lhe o chá.

Sem rede, mas o post vai ser sintético (para desenjoar) e absolutamente a borrifar-se para os trejeitos da argumentação retórica ou não.
Organizem-se pá, toda a mensagem do cristianismo é um hino à decente relativização, mas dentro duma criação em que no final tudo será ‘ou sim ou sopas’. Jesus relativizou com o seu nascimento, relativizou com Marta, relativizou com o papel fascinante que tem N. Senhora na história e nos desígnios de Deus, relativizou com os milagres, relativizou com o poder, relativizou com os Judeus, relativizou com as angústias da alma (as d’Ele na morte por exemplo), fez jogo de cintura com as profecias, as parábolas são tão óbvias como as tácticas do Peseiro, a unicidade e a trindade de Deus revela-se como um autêntico bailareco às heresias simplórias e absolutizantes, relativizou com as negas de Pedro, sacudiu a consciência dos atiradores de pedras e obrigou-os jogar à cabra cega, e se há igreja que tenha sabido viver no equilíbrio entre a sua grandeza e a sua fraqueza é a católica. Quando Jesus põe a supremacia no amor ao mesmo tempo que pede a perfeição aos homens, está pura e simplesmente a dizer que vale mais a doçura da salvação que o equilíbrio culinário da lei. Deus criou-nos, está absolutamente dentro de nós, e sabe que só podemos viver relativizando, mas relativizar não é misturar tudo, isso é uma omoleta. Deus criou foi a galinha; ou o ovo, pronto.

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