Apenas à janela burilando poligamicamente o real
( é o que dá a actualidade estar assim a modos que empolgante e ter acabado de ouvir o Peseiro)

O avatares termina um texto escrevendo: «Só um amor vivido merece disputar com o fim e com a sua memória». Ora isto leva-me antes à ideia de que só um eterno ‘amor por viver’ é que tem a capacidade de disputar, e com possibilidade de vitória, a luta contra essas míticas bestas que são o ‘abandono’ e a ‘recordação’. Não se trata sequer daquela receita básica de tentar nunca esgotar uma relação amorosa, por sofreguidão ou por economia, é mais saber antes nunca começá-la, saber resistir e nunca tirar a cabecinha de fora da caverna. A receita para nunca viver refém do eterno «should I stay or should I go now», é ir desfiando o tal ‘novelo de "momentos" de crença viajada’, apenas sonhando, e nunca correndo o risco de trazer a mesma coisa duas vezes ao coração (ouvir os Clash é opcional). E é também por isso que o amor dos místicos, até mesmo à luz dos pressupostos de eros, será sempre o único que se está a borrifar para os levianos caprichos da memória. São eles os verdadeiros que-se-foda-lovers.

E agora vou para dentro porque apanhei outra corrente d’ar pela certa.

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