Os lobbys e os homens. Ao luar.
(Crab eccentricities)

A grande indecisão do momento era a escolha do Ministro da Juventude, o ministério agora mais cobiçado pela velha guarda que tentava recuperar a sua imagem gasta na desgovernação guterrista. A primeira opção para o cargo parecia ser entre Almeida Santos e Jaime Gama e isso deixava Sócrates à beira da incineração da medula óssea. O lobby do Toys R'us que não tinha conseguido entrar para a trupe de interesses que derrubara Santana, queria agora ter a sua oportunidade e apoiava ferreamente Gama; as forças da Lego, ciosas dos seus pergaminhos, apostavam em A.Santos que lhes encaixava melhor. E as do Imaginarium ainda espreitavam a sua hipótese com o nome de Cravinho (sempre com oferta do chupa, claro!). Ninguém queria perder o patrocínio do cartão-jovem, e todo o futuro se poderia jogar entre um cartão de pontos de desconto para as pipocas da Lusomundo ou um cartão de shots em promoção no Garage. A juventude estaria perdida de qualquer maneira, mas ao menos que o país caísse nas mãos do patrocínio certo era esta a ambição de Sócrates. Esperava-se ainda por um conselho sábio vindo do sítio do costume, (o sítio do papagaio rosa) Vitorino tinha armado o quartel-general na casa minhota ali encostada ao Mondego no portugal dos pequeninos, e agora sim todos teriam de se rebaixar à sua presença (a aposta em Marques Mendes faz algum sentido pois parece ser assim a menos humilhante para o agora ppd-psd-ddt no que concerne a rebaixamentos) até mesmo os jornalistas teriam de lhe ir comer à mãozinha (mas só depois do turno da tarde dos pombos do jardim da estrela); o açaime posto em Ana Gomes agora até parecia excessivo, havia mesmo uma certa saudade, sem ela e sem Fatinha Felgueiras, o país parecia mais sensaborão, já nem o piscar d'olho de Miranda Calha garantia a animação suficiente, mas estavam todos muito esperançados em que o futuro se poderia construir no pagode do ministério da juventude; entretanto subitamente o circo Chen aparece com uma proposta irrecusável: Freitas poderia fazer de palhaço rico e palhaço pobre pelo preço dum só, e ainda deixava espaço para Lacão avançar com a ajuda de Lello sem custos adicionais (e estes nem precisavam do lobby circense porque basta olhar para eles). Estava no entanto a chegar o momento em que o Parque dos Índios, que se tinha aliado ao Parque da Serafina numa candidatura conjunta (de natureza um pouco corporativa é certo mas isto é o sinal dos tempos) iria surpreender apresentando o seu apoio a João Soares, afirmando que um pai babado é sempre um valor acrescentado, que o diga Carrilho que apesar de tudo até à hora de fecho da edição deste post não tinha ainda arrolado nenhum patrocínio (corre o boato de pressões da Pré-natal mas não houve tempo para confirmar com a fonte e isto é uma casa séria). Pela sala do conselho esvoaçava entretanto o capachinho de F. Gomes dando uma nota surrealista ao momento o que fica sempre bem, mas Mª de Belém considerou-o um sinal dos deuses e decidiu pintar o cabelo de ruivo (com nuances à prova de rinçage) demonstrando o seu empenho de renovação e uma disponibilidade sem condições. O que seria feito de Maldonado Gonelha era obviamente também uma grande inquietação, seria ele a carta escondida na manga da Eurodisney, mas no fundo todos procuravam esquecer o lobby da Casa Pia que era apontado como o grande Édipo Rosa e que assim poderia aparecer a qualquer momento a reclamar a sua dose de mama destapada. Só que o que ninguém estava à espera é que o Action Man se tivesse associado aos Power Rangers e viessem a apresentar a Sócrates uma solução irrecusável: se Mª João Rodrigues fosse a eleita para o lugar prometiam inundar o país de Barbies para compensar, o povo estaria distraído, Edite Estrela poderia ir em paz para as Finanças e J. Coelho para a Cultura fazer maratonas de gramática com Barbara Guimarães.
O país largou a tanga e anseia agora por um passeio pelo triângulo das bermudas.

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