Em tempo de campanha, já se sabe, a parra é tão importante como a uva. Tal como no paraíso. O dicionário não ilustrado nas entradas 942 a 950.



Competência moral – Tipo de competência essencial para quando se acaba de desflorar uma gaja virgem e se tem de saltar o muro senão leva-se um ensaio de porrada do pai dela.



Autoridade moral – Tipo de poder recebido directamente de Deus que permite um político foder-nos sem precisar de tirar a roupa



O boato – Bênção democrática que permite um indefeso eleitor votar, escolher e formar a opinião com base naquilo que lhe der na realíssima gana



A opção sexual de cada um – Momento em que Deus nosso senhor nos pergunta se queremos uma pila ou um pipi; Houve quem respondesse: ‘olha que se foda’, e depois com esses Deus baralhou-se um bocadinho.



O respeito pela opção sexual de cada um – Sentimento nobre que leva um tipo chamar panasca a um gajo que gosta de homens mas depois escreve homossexual num tal artigo de opinião. Ciência a quanto obrigas.



Promessas, objectivos, paixões e choques (não tenho verba para entradas separadas) – Sofisticados supositórios com que se começa alegremente ‘supondo’ numa urna e se termina distribuindo vaselina num ‘velório’ de contribuintes



“Sabemos quem eles são” – Estado especial de pré-vidência eleitoral em que o votante vislumbra a sua sina mas olhando para a planta da mão de quem o apalpa.



Fait-divers – Verdadeira cassete política da terceira geração. Funciona em constante auto reverse.



Eles vão voltar – Sofisticado mas tradicional movimento das moscas que voltam a olhar para a merda com a nostalgia das fermentações passadas e com a ansiedade do metano que quer voltar a arejar.

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