Pouco mais de meia dúzia de não-há-nadas-como-realmentes pré-eleitorais, nas entradas nºos 933 a 941 do dicionário não ilustrado. Até porque o futuro está nas nossas mãos, mas o sacana alojou-se na zona das calosidades.



Vagas de fundo – Semelhantes às ondinhas no cabelo; acentuam-se passando com a escova da ilusão e fixam-se com o gel demagógico. Alisam enxaguando bem numa mixórdia ácida.



Acções concertadas – Tendo-se perdido o ensejo de fazer a boa acção, e dado que já não há velhas para atravessar a rua, entretemo-nos a fazer torneados nas bengalas por consertar.



Visão reformista – É uma das mais bem esgalhadas miopias liberais, geralmente vem acompanhada com o estigmatismo conservador, sempre de muito belo efeito – estilo noronha da costa - fora as vezes em que afinal se descobre, por debaixo dos óculos escuros, que eram todos estrábicos e nem sabiam piscar o olho.



Ideia para o país – Situação grave e limite, quando ocorre é sinal que o país já lá não vai apenas com a realidade.



Carga doutrinária – Hipótese alternativa depois de esgotada a hipótese da carga de cavalaria. Acaba por se poupar nos arreios.



Orientação estratégica – É a que disfarça melhor uma política paraplégica



Políticos coerentes –São os que, aconteça o que acontecer, nunca os cortam rentes, e deixam sempre uma aresta para limar.



Linha de continuidade – É a que serve de meta aos carapaus de corrida



Medidas consistentes – São as que ao serem misturadas na argamassa dão logo automaticamente o efeito de papel de parede.

( esta foi só para dedicar à Alexandra da seta despedida, para ver se ela desenjoa um bocadinho daquelas frases do tipo que escreve nas paredes do Porto; não resisti...)

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