Contos do é-me indiferente



Contaram-me, eu não vi, ela tinha sido abandonada por ele. Chorava, mas eu não vi, porque não gramo ver mulheres a chorar, mas não sou eu é o tipo que está a escrever isto, para mim é-me indiferente, se choram é porque o corpo lhes está a pedir isso, e se o corpo duma mulher é caprichoso no leito também deve ser no pranto. Acabou por parar de chorar, fixou a alma, focou o corpo e partiu para outra, parecia um homem. Não, não era puta, eu não sou dos que precisa de putas para escrever um conto, a mim basta-me um gaja qualquer, até uma gaja séria me dá nos dias bons. Hoje é um dia bom e ela foi tomar chá, podes continuar agora tu, ninguém olhava para ela porque se topava à distância que estava em fase de explorar e cuspir, e nenhum homem das redondezas queria aventura, todos queriam amores de passeio, e ela não estava para aí virada; ele há muitos homens sérios mas eu para mim isso é-me indiferente, se são sérios é porque fodem melhor assim, nem sei o nome dela porra, eu tenho muita dificuldade em escrever sem saber os nome delas, agora vou ter de me desenrascar porque ela está quase a desencaminhar um tipo, e eu que até sou o dono da história e nem o posso avisar, coitado, eu tenho imensa pena dos homens que caem nas garras duma mulher que só tenha os escrúpulos menstruais e poucos mais, mulher que manipula com o dedilhar das coxas, pára, pára aí, que raio de caminho leva esta história, ela foi abandonada, e uma mulher abandonada tem o direito de se vingar, a vingança é a única purga para o desengano, pois passa a perna a esse, claro já está, foda-se que nem um patinho, também com homens assim nem dá luta, mais choraste menos mijaste não é, ainda bem que não tive pena de ti, mas isso também te é indiferente agora que já fornicas com toda a gente, ainda te tinha eu feito uma mulher séria havia pouco tempo e tiveste de acabar a história como uma puta só para me lixares.

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