I’m a material man



Assim mais lá para o fim da tardinha vou ver a Madonna. Aos que ficarem em casa, depois de terem devidamente intelectualizado a razão do seu desinteresse no espectáculo da diva, recomendo-lhes como alternativa a audição da comunicação do senhor Bagão que fará ver ao povo que somos filhos duma Félix Culpa, e que por isso ficámos danadinhos para a brincadeira e para a despesa. Dirá que o Estado se gere como uma família e fará aforismos pseudo-pascalianos entremeados a responsos. Quando chegarem os comentários do génio Perez Metello, lembrem-se que eu nessa altura estarei na “Isla Bonita” senão mesmo já no “Borderline”. Quando aparecer o César das Neves bem podem gritar “Rescue me” que eu só lhes direi para se irem consolar com os vídeos apanascados do Morrisey. Se entretanto a floresta de comentadores se adensar em metáforas sobre a justiça tributária, como de costume certamente bem protegida duma folhagem de palavreado e incompetência, estou convencido que a leitura dum acordo de dupla-tributação ao som dos Magnetic Fields garantirá o merecido adormecer sereno, mas saibam já que em nada se comparará ao meu, que estarei obviamente “Like a Prayer” vivendo um novo milagre do sol. Se por acaso vos aparecer o dito Bago grande de homem em sonhos a cantar o “Justify my Tax”, não estranhem, nem se preocupem, é apenas o vosso complexo de Édipo a remexer-se do último recalcamento a que foi sujeito.

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