Uma das coisas boas dos dias que correm é que finalmente todos sabem quem são os bons e quem são os maus e, haja Deus, todos querem ser dos bons. Como vivemos então dias de moralidade controlada e estável, eu posso dedicar-me à mera parvoíce. No entanto, eu “temo” é que – adaptando o que Pascal Quignard dizia nas “Tábuas de buxo de Apronenia Avitia” – os esclarecidos que apresentam os “pêlos do cu muito eriçados se calhar vivem de alma depilada”.
Dopados & Cia
O País estava em transe. Ninguém acreditava que pudéssemos ter caído nas malhas do doping. Mas o resultado era inequívoco: uso indevido de santanoides analopeslisantes. Tinham vindo colher uma mijadela do Mondego para as análises, não poderia haver confusão, aquilo era tudo urina nacional. E logo agora que parecia ir tudo tão bem.
Telmo Correia com as suas boquinhas tinha atraído maciçamente o turismo gay para a “costa vicentina” – nome esse que se tornou da ordem do fetiche sado-maso com a chamada “chicotada à porto covo”. O novo “Ministério das Crianças” tinha libertado o país do estigma pedófilo, e agora os pais até já podiam sair à rua com os filhos piquenos deixando-os nos baloiços ao pé de senhores de barba muito bem escanhoada e lábios luzidios – eram todos funcionários do ministério, não haveria qualquer problema – o lema da campanha tinha sido: “em cada baloiço um amigo”.
Mas agora a consternação era geral. Ninguém se conformava. LNobre Guedes, ministro fada-revelação do ambiente, exigiu imediatamente uma contra análise porque disse que tinha visto JPPereira à sucapa a fazer uma mijinha na barragem da Aguieira. Mas JLArnault lembrou - e muito bem - que desde que JSócrates tinha mandado fazer aterros em tudo que era sítio, a urina nacional nunca mais se tinha recomposto pois a drenagem dos ditos aterros era péssima, e as Etar’s faziam parte do lobby socialista que, ficou assim – pelos vistos - com a merda toda sobre controle. Mas BagãoF é que estava completamente inconsolável. «Fui eu, fui eu» dizia o pobre, assolado pelos efeitos duma mente dominada pelos escrúpulos. «Lembram-se de quando eu alterei a reforma para os 125 anos? E o cálculo era feito com base nos piores 15 dos últimos 50, e ponderados pelos melhores 12 dos piores 30 do meio, arredondado por defeito». «Sim, sim lembro-me muito bem, meu cab...» disse o “jovem” ABarreto. «Bem, eu ia na rua e duas velhotas atacaram-me ferozmente com umas bengalas; então eu acabei por ter de ir comprar uns Nimed à pressa, e foi ali um indiano no Rossio que mos vendeu. Eu na altura estranhei porque na caixa vinha escrito Nimerde, mas ele disse-me que era uma série só com problemas de tipografia e que assim custava menos 10%. Andei foi a cagar fininho mais de 15 dias. Já nem consigo olhar para o país de frente!». «Mas isso também tem o seu quê de bom» adiantou o apessoado Negrão. «Tu de frente és feio como um chaparro e tens pinta de fuinha, aguenta-te de perfil e já é um pau»
O ambiente começava a ficar tenso, confuso e descontrolado. Portas fazia o nó da gravata pela 10ª vez porque ia falar à nação sobre o já apelidado “caso mijagate”, e ia propor a sua ideia de algaliar a oposição para que esta não pudesse misturar a sua mijinha com o líquido puro que emanava do corpo são e piedoso dos portugueses que estavam incondicionais com o governo da nação. Esta proposta tinha sido acolhida com entusiasmo, pois todos ansiavam por ver o dia em que MMCarrilho teria de esconder o saquinho da urina debaixo do xaile da BarbaraG. Todos confiavam na capacidade mediática e persuasiva de Portas. No dedo em riste, na cara séria de estadista compenetrado, no olhar perfurante e visionário, na convicção dos valores. Uma verdadeira cartilha com pernas. As riscas dos seus fatos eram perfeitas linhas de rumo para a nação.
Mas esperava-se mesmo era uma palavra do novo timoneiro. Do homem da seringa mágica e purgadora. Mas este teimava no seu silêncio, afeiçoara-se ao seu novo ar circunspecto, criando à sua volta um halo de serenidade , sensualidade, sedução e mesmo de alguma religiosidade oriental. Só que temia-se realmente por um diagnóstico de impotência precoce provocada pela sua erecção demasiado rápida e inesperada ao poder. Temia-se pela sua utilização de catalizadores sexuais em excesso. Temia-se que o país tivesse caído numa salada aviagrada. E agora não havia um padre Melícias para benzer a nova química do poder! O país estaria mesmo dopado? A nossa pujança seria mesmo apenas fruto dum artificialismo sintético, duma “malandrolona” qualquer! Ou estaríamos na esteira duma nova governação de griffe, em que todos os nossos sonhos seriam projectados como festas pirotécnicas de verão na fábrica do inglês! Será que éramos agora mesmo o paraíso que alguns invejosos teimavam em peregrinar num santanário de desgraças, ou teríamos caído realmente nas malhas dum doping cruel, que iríamos pagar mais tarde quando víssemos o nosso corpo atlético de quem “deu novos mundos ao mundo” a ficar balofo, e tínhamo-nos mesmo transformado nas mamas descaídas da civilização europeia, ansiando esbugalhados pelo implante racional e esclarecido do silicone pachequiano & cia.
Pedem agora contenção à governação. Será certamente contenção urinária. O país doravante não mijará mais para os analistas.
Dopados & Cia
O País estava em transe. Ninguém acreditava que pudéssemos ter caído nas malhas do doping. Mas o resultado era inequívoco: uso indevido de santanoides analopeslisantes. Tinham vindo colher uma mijadela do Mondego para as análises, não poderia haver confusão, aquilo era tudo urina nacional. E logo agora que parecia ir tudo tão bem.
Telmo Correia com as suas boquinhas tinha atraído maciçamente o turismo gay para a “costa vicentina” – nome esse que se tornou da ordem do fetiche sado-maso com a chamada “chicotada à porto covo”. O novo “Ministério das Crianças” tinha libertado o país do estigma pedófilo, e agora os pais até já podiam sair à rua com os filhos piquenos deixando-os nos baloiços ao pé de senhores de barba muito bem escanhoada e lábios luzidios – eram todos funcionários do ministério, não haveria qualquer problema – o lema da campanha tinha sido: “em cada baloiço um amigo”.
Mas agora a consternação era geral. Ninguém se conformava. LNobre Guedes, ministro fada-revelação do ambiente, exigiu imediatamente uma contra análise porque disse que tinha visto JPPereira à sucapa a fazer uma mijinha na barragem da Aguieira. Mas JLArnault lembrou - e muito bem - que desde que JSócrates tinha mandado fazer aterros em tudo que era sítio, a urina nacional nunca mais se tinha recomposto pois a drenagem dos ditos aterros era péssima, e as Etar’s faziam parte do lobby socialista que, ficou assim – pelos vistos - com a merda toda sobre controle. Mas BagãoF é que estava completamente inconsolável. «Fui eu, fui eu» dizia o pobre, assolado pelos efeitos duma mente dominada pelos escrúpulos. «Lembram-se de quando eu alterei a reforma para os 125 anos? E o cálculo era feito com base nos piores 15 dos últimos 50, e ponderados pelos melhores 12 dos piores 30 do meio, arredondado por defeito». «Sim, sim lembro-me muito bem, meu cab...» disse o “jovem” ABarreto. «Bem, eu ia na rua e duas velhotas atacaram-me ferozmente com umas bengalas; então eu acabei por ter de ir comprar uns Nimed à pressa, e foi ali um indiano no Rossio que mos vendeu. Eu na altura estranhei porque na caixa vinha escrito Nimerde, mas ele disse-me que era uma série só com problemas de tipografia e que assim custava menos 10%. Andei foi a cagar fininho mais de 15 dias. Já nem consigo olhar para o país de frente!». «Mas isso também tem o seu quê de bom» adiantou o apessoado Negrão. «Tu de frente és feio como um chaparro e tens pinta de fuinha, aguenta-te de perfil e já é um pau»
O ambiente começava a ficar tenso, confuso e descontrolado. Portas fazia o nó da gravata pela 10ª vez porque ia falar à nação sobre o já apelidado “caso mijagate”, e ia propor a sua ideia de algaliar a oposição para que esta não pudesse misturar a sua mijinha com o líquido puro que emanava do corpo são e piedoso dos portugueses que estavam incondicionais com o governo da nação. Esta proposta tinha sido acolhida com entusiasmo, pois todos ansiavam por ver o dia em que MMCarrilho teria de esconder o saquinho da urina debaixo do xaile da BarbaraG. Todos confiavam na capacidade mediática e persuasiva de Portas. No dedo em riste, na cara séria de estadista compenetrado, no olhar perfurante e visionário, na convicção dos valores. Uma verdadeira cartilha com pernas. As riscas dos seus fatos eram perfeitas linhas de rumo para a nação.
Entretanto Antº Monteiro não quis deixar de relembrar o que já tinha avisado – quase que a prever este desfecho vergonhoso para a nação de Gama & Cabral & Camões & Cia - «eu bem disse que a área do laboratórios de análises não devia estar no Min. da Saúde mas sim no dos Negócios Estrangeiros!» Pois é pensava MSarmento «Nunca demos o devido valor à tua experiência de chafurdar na merda que é a política internacional; consegues cheirar uma acidez amoníaca à distância!» Foi então aí que o espectro de MSTavares começou a ensombrar a sala do poder. «Será que o gajo já emigrou mesmo, e não terá sido quando o avião passou por cima da Serra da Estrela que o sacana mijou aquela azeda verborreia para a nascente do Mondego e só para nos lixar?». MariaJBustorff estava deveras incomodada coma situação e com o palavreado. «Valha-me Deus, santanoides analopeslisantes é que é mesmo chato. Ainda se fosse assim uma substância mascarante ou assim, parecida com aquelas que eu usava lá na fundação RES para fingir que os contadores indo-portugueses eram antigos e que as cadeiras Biedermeyer não eram feitas ali numa marcenaria a Campolide, nesse caso talvez nos safássemos, podíamos dizer que o país tinha de recuperar a sua imagem, tinha de mostrar que fazia a fusão entre a força da tradição e a energia da modernidade...»
Mas esperava-se mesmo era uma palavra do novo timoneiro. Do homem da seringa mágica e purgadora. Mas este teimava no seu silêncio, afeiçoara-se ao seu novo ar circunspecto, criando à sua volta um halo de serenidade , sensualidade, sedução e mesmo de alguma religiosidade oriental. Só que temia-se realmente por um diagnóstico de impotência precoce provocada pela sua erecção demasiado rápida e inesperada ao poder. Temia-se pela sua utilização de catalizadores sexuais em excesso. Temia-se que o país tivesse caído numa salada aviagrada. E agora não havia um padre Melícias para benzer a nova química do poder! O país estaria mesmo dopado? A nossa pujança seria mesmo apenas fruto dum artificialismo sintético, duma “malandrolona” qualquer! Ou estaríamos na esteira duma nova governação de griffe, em que todos os nossos sonhos seriam projectados como festas pirotécnicas de verão na fábrica do inglês! Será que éramos agora mesmo o paraíso que alguns invejosos teimavam em peregrinar num santanário de desgraças, ou teríamos caído realmente nas malhas dum doping cruel, que iríamos pagar mais tarde quando víssemos o nosso corpo atlético de quem “deu novos mundos ao mundo” a ficar balofo, e tínhamo-nos mesmo transformado nas mamas descaídas da civilização europeia, ansiando esbugalhados pelo implante racional e esclarecido do silicone pachequiano & cia.
Pedem agora contenção à governação. Será certamente contenção urinária. O país doravante não mijará mais para os analistas.
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