Visitors disease



A Dra Girassol andou por fora uns dias, certamente naquele bem-bom dos congressos, e agora que voltou, chagou-me a cabeça porque eu não estava a fazer o tratamento em condições, que me andava a esquecer das tomas, e que andava a perder o tempo em “poesias do quotidiano”, para as quais o meu organismo não estava minimamente talhado. Vai daí, deu-me dose reforçada, e agora eu ando aqui pianinho, senão a “gajita” (aqui para nós: ela é impiedosa quando nos desviamos para as terapias alternativas) põe-me a pão e água.

Sai tratamento:



Dona "Unhaca"



VPValente revela finalmente a sua verdadeira vocação de conselheiro matrimonial. Foi então noutro dia (6ªf DN) que ele nos brindou com a sua penetrante análise sobre as estratégias de união - mais ou menos sacramental - dentro das casas reais europeias. Windsors e Bourbons são pelintragem fina, e ele desvenda como se lhes move o coração, da mesma maneira como nos decifraria a receita do bolo de chocolate da avozinha. Onde outros se embebedam de contos de fadas, VPV “tira-nos o barato”, e não é de modas, abre-nos os olhos dizendo que não foi o amor, não senhor, mas sim um sincopado plano de negócios que levou aquelas almas nobres e brasonadas a descortinar as suas gémeas legais de fornicação e proliferação. VPV sonha em ser o grande conservador do registo civil da história, e eu cá se fosse aspirante a princesa, punha-me já na bicha da sua tendinha de bênçãos e quiromancias analíticas. Pelo menos é capaz não se sair a cheirar a fritos.



"In-out político"



Dizer que um ministro é muito bom técnico, é a mesma coisa que dizer isso duma gaja



"Gajas inacessíveis" I



As princesas têm algo muito em comum com as jogadoras de ténis. É que mesmo sendo feias como um bode acabam por ser giras. O que numas se consegue com a musculação, noutras realça-se com o penteado. As primeiras têm forçosamente de mostrar as pernas, e as segundas que esticar o pescoço. Reparo agora que a Jennifer Capriati podia perfeitamente ser a futura princesa do Mónaco. Uma estaladona da gaja podia ser que acordasse o Albertinho.



Eu se calhar enganei-me a aviar a receita?... Bem, agora já está, já está. Siga.



"Gajas com as acessibilidades em análise de impacto ambiental" II



A utilização de palavras ordinárias pelas mulheres é algo que seduz sempre os homens. Assunto batido, ok, já sei. Eu até julgo que elas estarão conscientes do efeito quase encantador que um “foda-se” dito por uma mulher tem num homem. No entanto, deve ser dito duma forma relativamente inesperada, negligentemente envergonhada, e de preferência acompanhado duns olhitos amalandrados. Uma mulher que nunca brindou um homem com um palavrão em vernáculo será sempre uma mulher associada a demasiadas barreiras sonoras, a luzinhas especiais para a passarada, a inclinações suaves, a curvas com aproximação assinalada. Nem todas as obscenidades ficam bem ditas por uma mulher (os retoques corrompendo ligeiramente as palavras, também são deliciosos), mas há algumas que criam um ambiente ao mesmo tempo acolhedor e epifânico. Um verdadeiro ambiente de graça.



As mulheres encantarem-se com os homens a dizer palavrões é que já é um bocadinho decadente.



"Gajas muito acessíveis" III



Já passou um bocado o delírio babante em torno dumas miúdas que apareceram de rompante, e com um ar fresco – sejamos justos, pela blogaria adentro. E também é verdade que, se um homem não deixa as suas glândulas babárias a trabalhar, aquilo entope, e depois é que é uma desgraça com o resto do aparelho glandulário ( e se calhar até é assim que alguns acabam por dar nuns gandulos). Fazer trejeitos verbais engraçadinhos com gajinhas de apresentação atrevida, mas refugiadas no formato do anonimato, é um tabuleiro onde se leva sempre a jogo a ridicularia fina. Uma gaja, para ser gaja, tem de ser sempre um pouco inacessível. E um gajo que se preze tem de estar sempre em cima do risco, e a tapá-lo, para não dar a ideia de que o está a pisar. Quando a Sharon Stone aparecer com um blog geriátrico, eu depois faço um desenho. Vai parecer a nova Babalónia.



Na receita dizia quatro destes, não era ?



"Gajas inacessíveis" IV



Uma. Tarantino atarantou-se. A chavalita com a espada faz lembrar uma peixeira a amanhar um pargo para assar, ou uma corvina para cozer (opção dieta). Não filho, tu não precisavas dela para o kung fu. Uma mulher espigadota não está talhada para as artes marciais, pá! E agora Tarantino, andas a desenjoar com a Sofia Coppola, mas olha que ela, com aquele olhar de sonsa, ainda te põe a contracenar com a Susan Sarandon e a fazeres de fotógrafo estrábico, gago e contador de anedotas.





"Bola"



Noto que estou para o Carlos Queirós, como o MSTavares para o Santana Lopes. Se o cabrão vem para o Sporting eu, ou emigro, ou vou escrever romances sobre a Africa sub-sariana. E também vos digo, se isso acontecer, tanto me dá, até pode vir o próprio MSTavares para Presidente da República



Reparo que ninguém se mete com o vestido da Carlotte! Está tudo com medo, é? Ou será que ela está a ganhar o estatuto de diva intocável. Vestida para matar em “purple fashion”( ou será vestida para amar em "rouge doux"). Vamos lá ver quem é “homem”. (eu não posso, já se sabe, senão acaba-se o feitiço da sua bênção, e eu não me posso dar a esse luxo)





"Citaçãozinha"



De uma poetisa anónima, da passagem do século:

«Chamava sempre os outros pelo nome quando com eles falava. Como se temesse não existirem para além do nome. Como se um nome fosse morada de uma alma.» A.

De Henri Michaux :

«Icebergs, Icebergs, Solitários sem carências, regiões fechadas, distantes e livres de parasitas. Pais das ilhas, pais das nascentes, como vos conheço, como me sois familiares...» ed. Relógio d’Água.



Nota final

Esta porra de eu não ter contador de visitas já me deve estar a dar qualquer descompensação hormonal, mas eu fiz voto de castidade com essa merda, e agora não me posso ir abaixo. No fundo este é um blog muito religioso.

Sem comentários: