Quem se submete ao veredicto dos outros é um cobarde
Quando o próprio não se sustenta a si mesmo é porque está a fazer um frete ao nosso destino de meros "seres de convívio".
Precisar de se deixar avaliar pelos outros para saber se valho algo!? Fazer do gosto alheio a regra e o esquadro da minha parvoíce!? Tudo isto é perder tempo em campeonatos de regra marada, e de eliminatórias falseadas.
Um amor não correspondido é uma bênção para a alma. Um esforço ou um talento que tenha de ser recompensado e reconhecido é um marasmo de reciprocidade.
O novo dicionário não ilustrado hoje está a servir ao balcão shots de autoconfiança com rodelinhas de “arrogância-de-enfeite”; em regime de bar aberto. Dedicado aos bamboleadores da psique alheia, que nos polvilham de ideias enfareladas e précozinhadas sobre como fazer um bom panado de ego.
Podemo-nos dar aos outros sem ser numa bandeja de croquetes. ( entradas 625 a 631 )
“Ir a jogo” – Quando nos deixamos imolar pelo fogo da curiosidade, somos incapazes de ficar a sonhar em que ninguém tem melhores sequências que nós.
“Mostrar o que se vale” – Limitamo-nos a ser meros outorgantes do contrato das aparências, e assim ficamos presos aos limites dos direitos e dos deveres escriturados no papel timbrado das convenções de turno, perdendo a chance de brincar com a roleta dos costumes e da lei.
“Ser sufragado” – Submeter-se a uma contagem de méritos, onde o rebanho se vinga, e passa a ser ele efectivamente quem mais ordenha, invertendo a ordem das coisas, e deixando o pastor apenas a ilusionar-se de que o leitinho possa vir já achocolatado; não está mal para fatalidade, mas é um desconchavo como escolha.
Confrontarmo-nos com o veredicto dos outros – Quando arrastamos a nossa existência como uma dança de salão. Acabamos sempre com um sorriso estúpido colado à cara, e o esforço dispendido, em vez de purgar o espírito, apenas produziu um liquidozinho irritante que nos faz colar a roupa ao corpo enquanto olhamos para o placard das pontuações
“ Dar o corpo ao manifesto” – Quando queremos ver se o bluff da nossa “maquillhagem”, que chamamos pomposamente “genuinidade”, aguenta o calor dos holofotes da maralha, que esfrega as mãos cuspidas de cobiça disfarçada de interesse.
Ir ao mercado – Viver condicionados pelo tamanho do bolso do cliente, e pelo recheio de circunstância que apresente o seu saco gástrico! Só que não se conseguem vender ilusões nem a peregrinos de indigências, nem a padroeiros de obesidades.
“Dar a cara” – Infeliz ridicularia de quem não consegue virar a alma para dentro. Seca a pele, isso é certinho, cria apelos de espelho, isso é automático, fica nas mãos do estrabismo da assistência, isso é trigo limpo.
Agora é só ir de joelhos a Fátima e fica tudo como dantes. Tenho é de tomar duches de humildade e bom senso prai de 100 em 100 metros.
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dicionário não ilustrado
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