Será a neura aos tropeções

Será espelho mal amestrado....




Uma das constantes tensões que o cristianismo deixou (para quem se quer tensionar, claro) foi a da nobreza da discrição, com a grandeza do exemplo. Sem “idolatrar” as palavras bíblicas, mas também sem as evitar, recolho do dia de hoje a frase “de” S. Mateus : «...Quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita, para que a tua esmola fique em segredo». Isto é de facto assombroso de ouvir da boca do tal que fazia “milagres pirotécnicos”. É a expressão de uma moralidade simples, “básica”, e até eventualmente previsível (as coisas que um gajo diz...), mas não me parece que esteja tão fortemente gravada assim – ab inicio – no lombo da natureza humana. A dita Revelação ainda tem destas coisas.

A discrição – quando não neurótica – e o esquecimento próprio – quando não esquizofrénico – são desafios à nossa condição. Sermos pó e em pó nos irmos tornar (se eu não dissesse isto hoje até me estranharia a mim próprio – ser óbvio é também um refúgio) já não deixa as filosofias demasiado apoquentadas (também aprenderam a lição do pragmatismo...), mas o “despojamento da imagem de nós mesmos” continua a viver sem teóricos à altura. Tirando, claro, os que antes se esfalfavam a subir o “monte carmelo”, e os que agora se deleitam a esquiar o “monte farelo” (em que está transformada a chamada opinião pública).



Isto são mais os parênteses que o texto. Não há de facto quem se entregue à verdade sem resistir a embelezá-la, aparelhando-a "parenteseada" com as suas nuances e as suas trancinhas.



...Ou será a quaresma a pedir expiações

Para as quais não se está preparado
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