Eis o regresso dos velhos mitos energéticos. O poder é força. A força é energia, a energia é movimento...blá blá blá blá....blá blá blá blá. Somos um país aberto ao exterior. Dizem. Para não nos abafarmos a nós próprios com tanta pujança interna. Deduzo. O novo dicionário não ilustrado também está apostado em demonstrar que a salvação está nas energias renováveis. E é que qualquer uma nos calha muito bem. ( entradas 485 a 490 )



Energia eólica – Quando se vive ao sabor do vento a secreta esperança é que o sopro se acabe por afeiçoar a nós, e nos brinde com o bafo quentinho da retoma mundial a encher o nosso balão. (e que não haja um cabrãozito dum espanhol com um alfinete por perto...)



Energia de combustão – Quando se é refém de uma chama de ignição externa, resta-nos ir dando o nosso contributo despejando os gases de forma discreta e organizada, mas veemente, e esperar que a faísca alheia não nos apanhe com as calças completamente em baixo.



Energia das marés – Quando a força bate às horas certas, podemos organizar a nossa vidinha olhando para a beleza da lua e refrescando-nos nos tempos mortos. Se chegarmos atrasados à maré-cheia temos sempre o consolo de ir apanhar conquilhas.



Energia Hidráulica – A acumulação de águas é o que nos propícia o verdadeiro acto libertador que é verter líquidos. A força dum jorro é redentora, (porra, esgotei noutro dia a imagem da mijadela, agora o que é que eu escrevo!?)...e é um consolo. No fim sempre podemos sacudir os complexos de inferioridade.



Energia solar – O excesso de calor na moleirinha sempre foi um estigma paroquiano. Olhar de frente o astro rei será a chance de nos reencontrarmos com o nosso lugar na história, lembrando-nos dos tempos em que éramos guiados pelas estrelas, e evitando o sobreaquecimento do neurónio nacional.



Energia vulcânica – Choram-se as instituições que estão a ruir tectónicamente por dentro. É tempo de aproveitar a pedra-pomes que vai chover anarquicamente nas encostas para limar as calosidades criadas pela ilusão pluralista. E tanta pujança interna também precisa da sua válvulazita de escape.

Sem comentários: