A long way to paradise



Os vícios privados que “engalanam” Portugal, não escondem que somos bem mais conhecidos pelos nossos vícios públicos.

Agostinho da Silva disse em tempos que Pessoa tinha respondido com o «aqui ao leme sou mais do que eu» à ideia de Camões da «terra vil e pequena». Acrescentava que o nosso caminho era descobrir uma «técnica que liberte o homem para as tarefas que verdadeiramente lhe competem» para chegar a um «céu com menos mito e mais realidade». A nossa grande «jogada» seria ir «arriscando tudo pela nossa própria liberdade».

Agora vemos: agarram-se ao leme os que afinal são menos que eu, e arriscamos a nossa liberdade por nada. Mito já não sabemos sequer o que é. Deixou de vir nos jornais. Os analistas de turno apenas nos tocam concertina. O País é de sanfona.

Só que o Marcelo que nos deixou assim apeados foi o Caetano.

Camões volta, estás perdoado. Escolhe um dia em que não haja greve na carris, não se venda um empresa a um espanhol, e não haja notícias da casa pia.

E agora uma palavra de alento: façam merda, mas lento.

Sem comentários: