God at blogger - live



Apesar de me ter parecido um tema tratado em “circuito fechado” aqui na blogosfera, ou seja emparedado no meio dos blogs de “algum engajamento doutrinal”, o balanço entre a religião como diálogo íntimo entre o homem e Deus, e a religião como uma tal de «vivência comunitária da fé» deixa-me sempre mareado. Já um bocadinho fora de tempo... mas não fui capaz de resistir a petiscar deste refogado.

O associativismo religioso (por mais tinta que faça correr) é impulsionado apenas pelas “regras básicas”: o pessoal não é capaz de estar sozinho. As pessoas colam uma às outras. Este ajuntamento apela ao conforto da eficiência colectiva. E por mais que douremos a pílula com a exegética: fé é conforto.

Ora viver a relação com Deus duma “forma mais isolada” é um eterno confronto entre a aspereza duma dúvida que não se pode afagar com a luz dos outros, e o facilitismo de não termos de “ir sempre a jogo”, de poder pôr o dedo no nariz enquanto nos benzemos.

Alguns místicos (a Sta Teresa que passa algumas vezes pelas “pestanas” deste blog por exemplo...) aparentemente resolvem isto, mas à conta de uma economia de graças que parece ultrapassar o nosso orçamento. Ou a nossa inteligência.

Por isso quando somos demasiados reflexivos sobre o “fenómeno religioso” podemos esquecer o “mecanismo do religioso” e o seu encaixe na nossa alma: descoberta intima do divino. É verdade, esta descoberta não é feita apenas pelo piscar das suas luzes na diáfana “oração não associativa”, mas o Tiago que se arrepia com a presunção da transparência (e bem!) já se deixa um bocadinho levar pelo encanto da “ adoração de garagem ”. Não se pode levar a mal: uma alma que não se abra com a gazua da pureza, pode bem precisar da chave de fendas da imitação e do empolgamento.

Mas ulcera-me (ele gosta desta palavra cheira-me...) ter de dizer ao Tiago que o tal de S.José que ele fala, é o que a arte sacra lhe revelou. Eu não sei se esta tal arte já levou alguém ao paraíso, mas duvido que tenha possuído alguém indevidamente. Coisa de que um discurso articulado e doutrinal já não de pode gabar

Estará Deus rebolando de riso com as cantilenas no esconso rés-do-chão? Estará Deus a espirrar na cúpula da catedral por causa da alergia ao incenso. Gostará Deus de ver o seu nome cantado. Gostará Deus de ver o seu nome sussurrado. “Dah”! O importante é que ele goste de mim. E gosta. E do Tiago. E gosta. E do outro pessoal. E gosta.

Há almas que se encantam no aconchegamento dumas nas outras. E há almas que se libertam “enconchadas” em si mesmo.

Mas a salvação é sempre um fechamento.



Esta ideia roça a uma heterodoxia quase meramente “rétorica”. Mas a dualidade “ortodoxia – tolerância” parece-me irrelevante. Estas duas barcas já estão demasiado encapsuladas para nos poderem transportar para algum porto de jeito. Seguro ou não.



Bem ...confesso... escrevi esta cangalhada toda sem nexo porque estou a fazer horas para ir buscar a minha filha onde não a queria deixar ir. Não estou confortável.

Sem comentários: