Deus, a kodak, e as gajitas



Ouvia ontem na rádio que Jesus tinha “transmitido” as suas mensagens mais radicais junto de mulheres. Ele «faria assim parte do lado feminino da história». É uma ideia luminosa e mesmo encantadora. Espero sinceramente que Deus nunca nos venha a revelar os mistérios do feminino. Assim poderemos continuar a espreguiçar-nos neste conceito com um misto de deleite e de estremecimento.



E já que estou nesta coisa das revelações, espero ainda que Freud vá roendo as unhas por muito tempo – esteja ele onde estiver – sem saber se o inconsciente afinal existe ou não. Bem!... é que se afinal não existe....estamos todos fodidos. Meninos e meninas. É que nada poderia ter sido “sem querer”.



O que também acabou por não nos ser revelado – reparo agora - foi se as aparências iludem ou não. E se o que está por detrás das aparências também é uma ilusão ou não. Justificava-se uma revelação relaxante: “ há que descascar e andar”. A nossa suave sina será a de ir preparando o refogado sem poder olhar de frente a cebola.



Mas esta última revelação só nos relaxa “às primeiras”. Fica a faltar a derradeira revelação: andar para onde? É a já conhecida obsessão do sítio. Deus também foi malandreco e deixou-nos a pensar onde é que Ele estaria. O espaço, esse entretenimento de cabra-cega dos filósofos e dos físicos foi revelado ao bom ladrão: «Ainda hoje estarás comigo no paraíso». Ele aí sim relaxou: finalmente iria descobrir o que era o feminino. E com as miúdas por perto. Decifrando o “stabat mater”.



Votos de que o feminino seja sempre terno e eterno, são os deste que foi fruto dum ventre bem mandado.

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