Berlusconi parece que fez um lifting às escondidas. É rico e está no seu direito de querer ser um ícone da nova renascença. Hoje o novo dicionário não ilustrado, qual Pitanguy, vai deitar na marquesa as misérias tão apregoadas do nosso envergonhado e envelhecido país (tem é de ser rápido porque há uma grande fila de espera): ( entradas 447 a 452 )



“Marcas do subdesenvolvimento” – Cansados de tanto engravidar e de tão pouco parir, resta-nos sempre o consolo de poder eliminar as estrias da pele com os subsídios sempre a esticar



“Estado esgotado” – Depois de tanto amamentar e tão pouco saciar, poderemos eliminar as mamas agora flácidas com um orçamento de silicone.



“Falta de visão estratégica” - Depois de tanto olharmos para os outros, e afinal termos verificado que somos de vistas curtas, resta-nos eliminar os papos nos olhos para pelo menos nos podermos encarar ao espelho.



“Grandes clivagens sociais” – Depois de tanta barraca demolida e outra tanta montada, resta-nos o consolo de saber que a tenda do circo nunca ficou com duplo queixo, e assim os malabaristas foram-se habituando a conviver com as feras escanzeladas.



“Excesso de protagonismo estéril” – Depois de tanto jogo de cintura, nem mesmo assim ficámos com abdominais em condições. De vez em quando temos de injectar o líquido milagroso das eleições para ir mudando as gorduras de sítio.



“Reformas adiadas” -– Apesar dos sucessivos diagnósticos, foram-se acentuando os pés de galinha no famoso tecido das instituições; agora só mesmo disfarçando com tatuagens manhosas ou pinturas guerreiras.



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