O Rei Lear do Sheik suspiro



Tinha lido a "estupefacção" do TerrasdoNunca pela falta de opiniões profundas sobre o Iraque..... e preparava-me para reagir de forma esclarecida quando uns olhitos azuis muito abertos, daqueles que só reflectem as boas angústias raiadas da alma, me lançam o apelo para mais uma sessão de “Rei Leão”. Incapaz de reagir, fui arrastado para aquela selva com o enfado da paternidade resignada.

Entreguei o olhar ao espírito amansado pelos bons predadores, sem despertar no ódio aos predadores maus. A lei daquela selva que nem se discute, que até pode provocar o choro das crianças, é uma lei também frágil, mas sustentada por uma força “enjubada” num poder que se exerce e pronto. Se for preciso ficar a ver as estrelas ao relento com um javali mal cheiroso, pelo menos que se vá mandando umas piadas. O folhetim seguirá inexorável.

Torna-se-nos difícil hoje, olhar para o poder naquele estado bruto em que ele pura e simplesmente é exercido. Aparentemente esse estado já estaria tão mitigado, que deveríamos poder desfrutar da anca bamboleante da Jennifer Lopez, sem termos de nos preocupar com o que fazem com os impostos que ela paga. Este sonho era bonito, mas ruiu e apanhou-nos aparvalhados em fantasias “legitimistas” teorizando sobre as hienas.

Agora quando o circo do poder descer outra vez à cidade, os miúdos vão-se acotovelar para ver os palhaços e pouco vão ligar às feras, porque já viram tudo na televisão. É o preço que os falsos domadores vão pagar por terem querido ficar inocentes.

A melhor e mais saudável maneira de lidar com um poder ansioso é reconhecê-lo sem falsos pudores. Muito estadista engravatado também foi apanhado numa toca, só que mais confortável que a de Saddam.

A Europa “desejou” a guerra para poder passear o demónio americano numa bandeja, e agora nem o consegue exorcisar, nem este se entende no inferno que lhe caiu em rifa. Os suspiros são de pólvora.

Resta Deus, os livros de Madonna e fugir aos impostos.

Sem comentários: