O equilíbrio é uma das marcas da actividade política. Um consenso vem sempre seguido de um com-penso. O novo dicionário não ilustrado revela os segredos da conveniência, perdão convivência, democrática. ( 326 a 333 )



Pacto – Estado da natureza próximo do fungo micótico que permite a coçadela prazenteira da demagogia, mas que está sempre ansiando pela pomadita milagrosa do expediente.



Convenção – Maravilha das relações humanas que transforma uma sala de irrequietos abafadores de ajudas de custo, num corredor de comensais inebriados pelo encanto duma boa refeição.



Tratado – Situação decorrente duma crise de bulimia intelectual, que leva à elaboração de dietas ricas em hidratos de converseta com trivialidade insaturada.



Aliança – Emparelhamento de valor simbólico que, ao permitir a sublimação das individualidades, realça o recalcamento dos complexos infantis de nacionalidade. Felizmente todos os países são filhos ilegítimos, e com os testes de ADN aos imaginários nacionais só descobrem que o pai andava com todas.



Federação– Quando nos mandam federar, é porque já fede tanto, que pelo menos todos juntos já não se sabe de quem é a flatulência.



Liga – Mesmo sem faca não deixa de ser uma promiscuidade a evitar. No alcoice das autodeterminações mandam as mais finas e abrem as pernas as mais escanzeladas.



Coligação – Momento de êxtase no bordel da representatividade, no qual o conluio do leito se faz entre os clientes que caíram no goto dos corretores de apostas de turno. Desfaz-se quando se abusa dos beijos na boca.



Acordo – É o colchão de penas que acolhe a lei das compensações cardadora de toda a actividade política. A compensação mais reconfortante é a de que um político intrinsecamente tolo, traz associado o facto de ser intrinsecamente previsível. Assim o povo vive em concertação permanente. Fiado no fuso "concordato" das urnas.

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