O poder erótico da dívida é superior ao do resgate. Lagarde
sabe disso e não gosta que lhe paguem. Gosta de perdoar, gosta da súplica do
devedor, gosta do jogo do gato e do rato entre o deve e o haver. Resgatar é uma
espécie de perdão sem orgasmo, um coito interruptus sem qualquer força hormonal
relevante. Hoje Lagarde sonha com Varoufakis a fazer os trabalhos de casa e
pouco mais. Está amuada, não vai mais às conferências de imprensa dos gregos,
pensa que afinal não há nada como um terceiro mundo a sério para fazer eriçar o
pelo, para derramar caprichos de femme fatale; os berços de civilizações acabam
sempre por desiludir e querer fingir que vão pagar: bebezada cheia de mimo.
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