Declaração Universal dos Deleites Humanos


Considerando que o desconhecimento e o desprezo pelos deleites do homem conduziram a actos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade, proclamamos:

Qualquer ser humano tem direito a uma mediocridade digna. Todos são iguais perante o desprezo do Bem Comum pelo bem particular e ninguém deve ser arbitrariamente amado.

Todos têm o direito de ser abandonados por aqueles que amam, e todos os que foram acusados de fiéis e bananas se presumem de marialvas até que fique provada a sua estúpida fidelidade.

Toda a pessoa tem o direito de se considerar única e toda a pessoa tem o direito de se sentir apenas mais um. Toda a pessoa tem o direito de nada acrescentar ao mundo e de nada lhe poder ser reclamado em caso de juízo final imprevisto.

Todos têm o direito de não sentir remorsos por recusar dar uma esmola, todos têm o direito de se deleitar com talentos recebidos sem nada ter feito para a sua posse.

Todos têm o direito de ser enganados sem saber, e todos têm o direito de apenas se arrepender quando já estiverem esgotados todos os pecados ao seu alcance.

Todos têm o direito a uma ignorância atrevida ou a uma sabedoria discreta e ninguém pode ser acusado de apenas ser um atrevido discreto.

Todos têm o direito de desfrutar do desconhecimento da lei inclusivamente aqueles que a fizeram.

Ninguém pode ser acusado de abusar da paciência de Deus e todos podem se deleitar com a Sua improvável dúvida sobre o destino do homem.

Todos têm o direito de se deleitar por serem os maiores das respectivas ruas mesmo que vivam num beco sem saída

Ninguém pode ser acusado de lavar as mãos onde outros as sujam

Todos têm o direito de dizer que não há bem nem mal e que todo o mundo é um imenso assim-assim

Todos têm o direito de considerar sua propriedade aqueles que amam. Todos podem ser arbitrariamente privados da sua propriedade.

Todos têm direito, sem discriminação alguma, a prazer igual por sentimento igual.

Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de maneira a que as pessoas pensem que têm deveres para com os outros e muito menos para consigo próprios.

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